A Acompanhante -COMPLETO

Vivo em você só você

Olho para o celular e sinto um nó na minha garganta e lágrimas brotam nos meus olhos.

-Mel? -André pergunta e coloca a mão no meu ombro preocupado.

Entrego o celular para ele... Seco uma lágrima que cai, ele olha para mim sem entender muito.

-Diana, é a ex dele -digo em um soluço.

Ele deixa o meu celular na cama e me abraça, o abraço de volta.

-Bom, você não tem certeza se ela esteve lá, ela pode ter falado isso para te provocar -ele diz enquanto acaricia minhas costas me acalmando.

-Só tem um jeito de saber -eu digo, André me solta do seu abraço e eu alcanço o meu celular.

Disco o número do Ian, respiro fundo diversas vezes até me acalmar completamente. Pressiono em "ligar". Depois de alguns toques ele me atende.

-Melanie -ele diz com a voz cheia de saudade.

-Guarda o casaco, ela provavelmente vai passar aí hoje -digo em um tom sério, escondendo a dor que sinto por dentro.

-Casaco? -depois de alguns segundos ouço sua respiração pesada.

-Diana -ele diz percebendo do que estou falando -Como...?

-Como sei que ela esteve aí? -pergunto o cortando.

-Melanie, ela veio aqui para discutir alguns papéis comigo, foi tudo -ele diz e sua voz está carregada.

-Ela não podia fazê-lo na clínica? -ando pelo quarto.

-Foi exatamente o que eu disse a ela! E como sabe que ela esteve aqui?

-Isso realmente importa? -rosno.

-Sim, importa. Não quero ela te importunando e colocando merda na sua cabeça quando a única coisa que eu fiz hoje foi desejar que você estivesse aqui -ele diz asperamente, mas seus sentimentos ainda fluem nas palavras mesmo contra sua vontade.

-Desejava que eu estivesse aí? Se eu estivesse aí pode apostar que ela não estaria.

-Não quero ela aqui -ele responde de imediato soando sincero -quero você aqui -ele diz e sua voz agora é carregada de emoção.

Meu coração aperta. Devo confiar nele? Ele realmente não a quer lá? E se eles só estiverem pregando uma peça em mim e ainda estiverem juntos? Ela combina com ele afinal...

-Melanie? -ouço ele chamar do outro lado.

-Sim? -pergunto me sentando na cama.

Depois de muito tempo, encaro o celular. Ele ainda não desligou então o faço. André volta.

-Tudo bem? -ele me olha com olhos preocupados.

-Tudo -minto segurando tudo dentro de mim.

Alcanço um babydoll e me visto. André se deita na cama e fica me observando ainda parecendo preocupado, dobro a roupa.

-Está tudo bem, não se preocupe -lhe ofereço um sorriso fraco.

Ele não disse nada, não sei o que isso significa, nem quero saber...