Grandes garotas não devem chorar

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– Ei, ei. – eu corri a sua frente e travei seu caminho. – Calma, eu só quero conversar.

– Eu não tenho tempo, Malik! – ela gritou, visivelmente transtornada, me fazendo encará-la surpreso.

– Quem é ele, mamãe? – a garotinha em seu colo escondeu o rosto no pescoço da beta, amedrontada.

– Não é ninguém, meu amor. – eu olhava de Perrie para a garotinha em seu colo freneticamente, tentando encaixar as últimas palavras proferidas pelas duas em minha mente.

As semelhanças eram visíveis, por isso minha dedução anterior era de que se tratava de sua irmã. A garotinha que agora me encarava curiosa enquanto mantinha parte de seu rosto encoberto, me permitia analisar seus olhos incrivelmente azuis como os da mãe, além do formato do rosto, dos lábios e os cabelos loiros.

– Meu Deus, você é casada. – eu afirmei, ainda atônito. – É por isso que não me deixa chegar perto.

– Não seja ridículo, Zayn. – ela debochou, ajeitando novamente a garota em seu colo e recomeçando a andar.

– Espera, você não acha que você deve ao menos me explicar?

– Explicar o que e por quê? – ela voltou a mim. – Eu não devo satisfação da minha vida a ninguém, Malik. Muito menos ao filho do meu chefe que se acha o máximo só porque trocamos uns beijos um dia. As pessoas têm que parar de achar que eu devo algo a alguém. – uma lágrima escorreu por seu rosto e eu percebi o quanto aquilo a magoava.

– Não chore, mamãe. – a garotinha limpou a lágrima solitária que rolava, ganhando um sorriso da beta, que a colocou no chão e se abaixou para ficar a sua altura. – Grandes garotas não devem choram, lembra? – ela completou.

– Tem razão, meu amor. Grandes garotas não choram. – ela deixou um beijo na testa da garota, fazendo meu coração bater mais rápido.

– Ei, eu me chamo Zayn. Como é seu nome, garota bonita? – eu me abaixei junto das duas, dando minha atenção à garotinha.

– Elisa. – ela disse baixo, com as bochechas coradas.

– Elisa é um lindo nome, combina com você. – eu sorri e ela escondeu seu rosto atrás da mãe.

– Que tal nós tomarmos sorvete, Elisa? Eu, você e a mamãe, hum?

– Eu não sei... – ela disse receosa, voltando seu olhar para a mãe, pedindo autorização.

– Por favor. – eu sussurrei em direção a Perrie.

– Não é bom comer doces antes do almoço.

– Ótimo, então eu posso levar vocês duas para almoçar e depois nós tomamos sorvete.

Elisa comemorou animada, me fazendo sorrir e encarar a beta com um olhar cheio de expectativa. Ela assentiu depois de um tempo, concordando, mesmo que relutante.

Fomos buscar meu carro na universidade e de lá as levei a um restaurante. Mantive uma conversa animada com Elisa, já que sua mãe não parecia à vontade o suficiente para conversar.

– O que você vai querer?

– Qualquer coisa para mim está bom. – ela disse brevemente. – Elisa também come qualquer coisa, mas se puder pedir vegetais, eu agradeço. – suspirei brevemente, analisando o cardápio e fazendo o pedido, voltando minha atenção a ela depois.

– Você pode conversar comigo, sabia?

– Promete que não vai contar a ninguém no escritório, Zayn. Por favor! Me prometa! – havia desespero em sua voz.

Dream with me - l.s (a/b/o)Where stories live. Discover now