Espelho Meu...

{4° capítulo} Nova escola.

Andei a escola quase toda, e finalmente achei minha sala, respirei fundo, abri a porta, e entrei, todos que estavam lá olharam pra mim. Me senti estranha com todos aqueles olhares voltados pra mim. Até que sou interrompida de meus pensamentos quando o professor fala:

-Olá moça, posso ajudar?
-Sim, sou a nova aluna, Sophia Sanches.
-Sim, eu ouvi falar de você. Sente-se, sou o professor de biologia.
-Sim. Suspiro e vejo uma cadeira lá atrás e penso "perfeito", vou até meu acento e me sento. O garoto que havia me ajudado à ir até a diretoria olha pra mim, sorri e diz:

-Quer dizer que você vai estudar com a gente? Não me apresentei, sou Victor. E você é a Sophia né? Seja bem vinda.
-Sim, sou. Obrigada. Me viro indo pegar meu caderno, e até que ele diz:
-Nervosa?

Eu apenas dou um sorriso leve. E ele diz mais uma vez:

-Você é bastante fechada não é? Não vou me interferir mais, ah, e não precisa ter medo de mim, desculpa. Boa aula... É eu o respondo :
-Sou sim, não tem problema...

As horas passam devagar, algumas meninas tentam falar comigo mas não dou confiança, meu único amigo se foi, não quero outros... Até que o sinal toca, e dá a hora de ir pra casa. Fico na porta esperando minha mãe. Entro no carro. E ela me pergunta:

-Como foi? Fez amigos?
-O que acha? Prefiro minha outra escola...
-Fica muito longe filha. E sabe o porque está nessa escola agora. Não é? Contente-se.
-Sim, sei, e também sei que desde de que meu pai morreu você não me pergunta o que eu acho das coisas, você só chega e faz, eu sofro com tudo isso também, mas não acho necessário tudo isso, aquela casa tinha lembranças de meu pai, aquela escola eu cresci lá. Pra que tudo isso? Quer apagar meu pai dá memória? Pois me mate, toda vez que olhar pra mim irá lembrar, aliás eu sou a culpada né.
-Já chega Sophia! Queríamos te destrair e aconteceu aquilo tudo, se eu não fosse sua mãe... É até que eu a intemrrompo dizendo:
-Você não iria me perdoar não é? Não iria cuidar de mim! Não precisa se sentir forçada a cuidar de mim. Existe muitos abrigos sabia?
-Já chega Sophia! Nem mais uma palavra.

Eu suspiro, coloco o fone e observo tudo pela janela. E fico pensando, em tudo, em meu pai, de como a gente era feliz...

Chego em casa vou direto pro meu quarto, jogo as coisas no chão, deito na cama e olho pro teto. Até que sinto algo cair em meu rosto... Era a fotografia de papai, que havia desapegado da parede. Eu olho, e digo:

-Eu consigo... Eu vou sair dessa... Te amo... Sei que está me vendo agora, capitão. E uma gota cai de meu rosto, vou direto pro piano, toco umas das músicas favoritas de meu pai. Até que minha mãe chega e diz:

-O jantar está na mesa. Eu saio correndo, pois não aguentava de tanta fome, a comida da escola era horrível...

Como, como é como, e minha mãe ficava só me olhando, e eu sem entender perguntei:

-O que foi? (Digo de boca cheia)
-Tenha mais educação. (Engulo a comida) e digo:
-Não me respondeu, por que está me olhando assim?
-Já prestou atenção no tanto que você come?
-Sim, estava morrendo de fome. (Digo sem enteder e olhando pro prato)
-E também já reparou que está gorda? Daqui a pouco tá obesa e ninguém te quer... Eu olho pra ela, finjo não ligar, me retiro da mesa e vou pro meu quarto.

Em meu quarto havia um espelho enorme, eu vou banhar, e quando tiro a blusa, vou me olhar no espelho, e digo:

-Será que tô mesmo gorda? Acho que ela tem razão. Olha isso, essa barriga, preciso emagrecer...

Vou pro banho. É lá meus pensamentos são invadidos pelo Davi, o menino que me deu um lenço à alguns meses atrás, será que eu tô gostando dele? Mas eu nem sei onde ele mora. E se ele tivesse apenas sentindo pena de mim? Sou tão patética...

Me visto e deito, e mais uma vez lembro daqueles pares de olhos verde, e até que tenho uma idéia é grito pra mim mesma com muita alegria:

-Já seeeeei. Se eu voltar lá eu posso topar com ele. Isso garota. Até que enfim uma idéia boa...

Durmo Alegre... Pois eu tinha uma boa chance de topar com ele de novo...