Minhas mãos buscam seu corpo e o aconchegam até mim, em seguida a levanto do chão e a transporto pela sala, tencionando chegar o mais rápido possível ao quarto. Ehlena sorri, e por um instante, seu gesto me parece doce. Porém tal impressão logo é substituída pela malícia em sua aura que faz meu corpo formigar de desejo. Então a aura me parece sombria. Ehlena parece uma figura tão obscura e envolta em segredos quanto eu.

Mas Ehlena não é uma assassina.

Ehlena me salvou.

Fecho os olhos por um instante, e quando os abro novamente, o que encontro são as duas íris azuis de Ehlena clamando por mim. Eu não nego tal pedido silencioso, porém visivelmente desesperado. Passo pela porta do quarto e não hesito em jogá-la sobre a cama. Ehlena ri, se divertindo, e espera eu me aproximar. Contudo, apenas a observo, de meu lugar privilegiado, enquanto ela estica seu corpo sobre a colcha de seda negra e me chama sedutoramente com o dedo indicador. Sua unha longa e vermelha chama minha atenção, e mal posso esperar para tê-la arranhando minhas costas. E toda parte possível de meu corpo.

-O que está esperando? – ela pergunta, e em seus lábios figura um sorriso decepcionado e brincalhão.

-Gosto do momento de ansiedade que antecede aquele em que te possuo.

-Eu, pelo contrário, gosto muito quando você não deixa espaço nenhum entre nós.

-Chegaremos lá. – cruzo os braços e dou um pequeno passo a frente – Também gosto da ideia de ver você pedindo por mim.

-Você é uma pessoa cruel.

-Você não faz ideia. – aproximo outro passo.

Minha voz sai sombria, misteriosa, obscura. Ehlena, contudo, não se abala. Todas as mulheres com quem já usei tal tom em minha vida estremeceram ao tê-lo perpassando seus ouvidos. Ehlena não.

Ehlena é especial.

Elizabeth era especial.

Elizabeth me arruinou.

Ehlena me salvou.

Ehlena, desavisada por seu instinto de sobrevivência momentaneamente falho, se ajoelha no colchão e em seguida apoia as mãos no mesmo. Uma felina engatinhando em minha direção, desejando sua presa, lutando por ela. Seu dedo indicador me chama mais uma vez, e dessa, não sou capaz de conter o desejo que explode em minhas veias e faz ferver meu sangue. Dou o último passo que nos separa e paro em frente a ela.

Ehlena sorri, satisfeita, o gesto transbordando as más intenções que sei que passam por sua cabeça. Ela volta a se ajoelhar e lentamente sobe as mãos por minha barriga. Seu destino é a gravata frouxa em torno de meu pescoço. Apenas assisto a lentidão sensual de seus movimentos enquanto ela desfaz o nó e joga a peça listrada em qualquer lugar do aposento. Não me preocupo em descobrir qual. Afinal, seus olhos estão fixos nos meus, e não me perdoaria por perder o maravilhoso espetáculo que é vê-los sendo tomados pela excitação a cada segundo que se passa.

Minhas mãos estão fixas nos bolsos de minha calça social, e coçam de desejo de tocá-la, porém me contenho. Ehlena agora se ocupa de abrir cada um dos botões de minha camisa. O sorriso aumenta a cada pequeno obstáculo vencido. Quando o último botão é aberto, Ehlena morde os lábios, e sem delicadeza, puxa o tecido da camisa para fora da calça. Ainda na repentina impaciência, Ehlena puxa a camisa por meus braços e a joga em outro canto qualquer. Seus olhos brilham para meu peito desnudo. Suas unhas imediatamente brincam com os músculos saltados em minha barriga. Não contenho um suspiro e sou tomado de arrepios quando ela desenha minhas entradas com suas poderosas unhas vermelhas.

Dark Knight 2 - Revengeحيث تعيش القصص. اكتشف الآن