Noites longas - Parte 2

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Já passava das duas da manhã quando seu sexto sentido lhe alertou que algo estava errado. A ronda formada por três agentes que passava em frente ao seu quarto de hora em hora estava atrasada. Curioso, Steve se levantou silenciosamente e privando-se novamente do sono apalpou a parede até encontrar seu escudo apoiado pouco abaixo do dispositivo eletrônico que abria a porta do seu quarto.

O corredor estava vazio e estranhamente silencioso. Fazendo o caminho inverso à ronda Steve andava atento a qualquer barulho fora do normal. O sistema de ventilação chiava a cada 10 metros e a eletricidade zumbia sempre que se aproximava dos pontos com mais iluminação, tudo parecia normal, até se aproximar de uma interseção de corredores e ouvir o som de uma porta sendo aberta, cochichos, algo sendo arrastado e então o som da porta sendo fechada novamente.

Respirando fundo e erguendo o escudo Steve se lançou no corredor esperando ser recebido a tiros por um grupo de invasores, mas encontrou apenas dois agentes conversando ao cochichos próximos a porta.

- Capitão. – Cumprimentou um deles, parecendo levemente surpreso ao vê-lo com o escudo erguido e de pijama.

- Boa noite. – Steve falou envergonhado. – A ronda está atrasada, vocês não deveriam ficar cochichando por ai...

- Me desculpe. – O outro respondeu de imediato. – Não vai acontecer de novo, senhor.

- Assim espero. – Steve falou ainda desconfiado. – Onde está o terceiro agente?

- Ele foi cobrir a área leste, Senhor.

- Bem, neste caso, continuem a ronda. – Steve falou, agora um pouco mais tranquilo. – E evitem outros atrasos.

- Sim, senhor. – Responderam em conjunto para então voltarem ao trabalho.

Steve permaneceu parado no corredor até que os dois agentes sumissem de vista. Que constrangedor. Será que estava enlouquecendo? Acordando no meio da noite e saindo por ai com sua roupa de dormir e um escudo na mão esperando ser atacado a esmo. 

– Preciso urgentemente de uma boa noite de sono. – Concluiu sacudindo a cabeça.

Mas algo ainda parecia errado. O aviso de porta trancada piscava no painel a sua frente. A mesma porta que tinha ouvido ser aberta e fechada pelos agentes. Tentou destranca-la com o código padrão, mas foi em vão. Por que dois agentes bloqueariam uma porta de acesso á sala de maquinas?

Usando a borda do escudo bateu no painel com força, rompendo o sistema elétrico da porta. Sem energia seria necessário apenas força bruta para abri-la e isso ele tinha de sobra. Largando o escudo, usou as mãos, depois os braços e o ombro para abrir a porta, e quando o fez encontrou três agentes desacordados no chão. Invasão!

Antes que pudesse dar o alerta, os dois falsos agentes já estavam de volta dessa vez atirando e errando por pouco. O escudo era erguido novamente à medida que Steve corria em direção aos invasores que continuavam a atirar. O combate corpo a corpo foi rápido. Usando o escudo como proteção e arma de ataque Steve conseguiu deixar um dos atiradores inconsciente com uma pancada na cabeça e desarmou facilmente o segundo desferindo alguns golpes e jogando-o para longe quando o mesmo tentou um ataque com as pernas.

Com os dois atacantes inconscientes, Steve correu em direção ao quarto da Experiência. O alarme já soava causando alvoroço nos corredores, tornando ainda mais difícil distinguir quem eram os inimigos. No meio do caminho encontrou um grupo de agentes aos tiros e entre eles a agente Hill tentando a todo custo proteger a Experiência que parecia completamente atordoada com tiros e gritos vindos de toda parte.

- Rogers, tira ela daqui. – Hill gritou.

Usando o próprio corpo como proteção Steve agarrou a experiência pela cintura, obrigando-a a andar. Correram pelos corredores, o escudo parcialmente erguido, ora usado como proteção ora usado para atacar os inimigos que cruzavam seu caminho.

Vingadores - Experiência 787Onde as histórias ganham vida. Descobre agora