1. Começo.

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Começou e já não era uma manhã normal. Ouço a porta bater e um cheiro a alcool impregana no meu nariz, vodca suponho. Era meu pai, James, que chegava de mais uma noite com os seus melhores amigos: o alcool e as mulheres.
Apercebo-me que adormeci no sofá da sala e para não sobrar para mim, volto a " dormir ".
James antes de subir, suponho que para o seu quarto, olha para mim. Sei disso porque de olhos fechados senti o seu cheiro forte mais perto, seguido de um ruído de desprezo.
Assim que acaba de subir as escadas ouço-o gritar, o som de um estalo ecoa e por fim.... minha mãe chorar.
Subo rapidamente para o meu quarto, decidindo que precisava de um banho. Aqueci a água e entrei. Fechei os olhos imersa em meus pensamentos.
Preciava de saír desta casa, com ou sem Clarisse ( minha mãe ).
Já tentara que ela viesse comigo, mas todas as vezes obtiveram a mesma resposta: Não.
Apesar de tudo ela ainda o amava, James ainda era o amor da sua vida, ela casara com ele e prometera estar com ele no bem e no mal, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, a sua aliança comprovava isso. E ela  acreditava que lá bem no fundo, mesmo que fosse nos confins do mundo, ele continuava a ser o James que ela conhecera e casara.
Ouço alguém bater à porta. Era Nash, o meu irmão gémeo.
" Sky, a mãe saiu de casa, foi ter com aquela amiga... Kennady!?
Estamos aqui eu, tu, o Hayes e...
o James. "
" Okay Nash. "
Hayes é o nosso irmão mais novo de 15 anos.
Não sei se já repararam... só gente distraída não deve ter reparado... ( devem procurar um médico, tem ajuda para isso ) eu e os meus irmãos não chamamos de " pai " a James. Aliás... Pai!? Que é isso? Não me lembro de ter um à anos.
Saí do banho vesti umas calças pretas rasgadas no joelho, um top preto, as minhas vans pretas, um batom vermelho vinho e saí em direção à sala, onde o meu irmão estava sentado no sofá.
" Vais onde? " perguntou.
" Saír! " Disse batendo a porta.
Peguei nos meus fones e no meu ipod e coloquei no álbum dos Asking Alexandria que logo tocou a música Believe.
Andei até que cheguei a um parque cheio de crianças a correrem.
Sentei-me num baloiço enquanto o vento batia na minha cara. Foi aí que eu pensei. Eu vou fazê-lo, eu vou embora.

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