Capítulo 2

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"Já tive mulheres de todas as cores, de várias idades, de muitos amores. Com umas até certo tempo fiquei. Pra outras, apenas um pouco me dei.

Já tive mulheres do tipo atrevida, do tipo acanhada, do tipo vivida. Casada carente, solteira feliz. Já tive donzela e até meretriz.".

Mulheres – Martinho da Vila


Dimitris

Para um cara que tem dinheiro como eu, encontrar mulheres para transar é superfácil. Na Grécia e em vários outros países você sempre encontra modelos, dançarinas ou atrizes tentando utilizar o seu dinheiro ou os seus contatos para subir na vida. E elas fazem o que for preciso... ménage, troca de casal, swing... qualquer coisa.

Quando cheguei ao Brasil fiquei de queixo caído. Aqui não interessa quem você é, quanto dinheiro você tem ou o que você pode proporcionar. As pessoas apenas querem se divertir. Demorou quase quarenta anos, mas finalmente encontrei o lugar perfeito para mim: Rio de Janeiro.

Eu conheço o Alexandros desde o jardim de infância. Nossas famílias sempre foram abastadas. Quando éramos ainda muito jovens eu abri a minha primeira boate enquanto ele trabalhava na empresa do pai. Quando o senhor Politis morreu, Alexandros pediu que eu fosse ajudá-lo e eu não podia dizer não ao meu melhor amigo. Nós transformamos a empresa dele na que tem a maior frota de navios da Grécia e eu recebo cinco por cento dos lucros. Isso já seria mais do que suficiente para ter dinheiro para caralho, mas eu não abandonei o meu próprio negócio e hoje minhas boates estão espalhadas em todos os cantos da Grécia dando lucros impressionantes.

Quando meu amigo disse que nós viríamos para o Brasil para buscar a Clara, eu nem pestanejei. Deixei as boates sob o comando da minha irmã e vim para mais uma missão ao seu lado. E foi a melhor coisa que fiz na vida! O lugar é incrível.

Desde que cheguei não teve um só dia monótono. A cidade é cheia de atividades para serem feitas a qualquer hora do dia ou da noite, todos os dias da semana.

Um dia Alexandros me chama para ir a uma boate de swing em Copacabana que eu ainda não conheço e eu aceito na hora. Esse é um dos melhores passeios, em minha opinião.

Assim que chegamos reconheço a Clara e fico surpreso de encontrá-la em um lugar como esse. Eu a cumprimento de longe, mas ela não me responde.

- Será que ela não me viu? – pergunto.

- Você é idiota ou o quê, Dimitris? Ela não quer falar conosco.

- Mas por quê? E quem é aquela gostosa lá com ela?

- É a tal amiga que gosta de swing.

- Jura? Gostei dela...

Ela está com um vestido verde escuro supercolado no corpo. Minha irmã diria que aquilo é verde musgo... Eu não sei de onde as mulheres tiram tantos nomes para as cores. Para mim ou é claro ou é escuro.

O lugar não é diferente de outros que já fui. Tem um bar com vários bancos em volta, um palco com gente seminua dançando, uma pista de dança e algumas mesas espalhadas ao redor dela. Levanto e vou até o bar comprar uma garrafa de uísque e poucos minutos depois de eu me sentar novamente duas mulheres vêm em direção a nossa mesa. Alexandros não quer nem olhar para a cara delas, mas eu fico muito interessado e deixo que elas se sentem conosco.

Elas começam a falar algo em Português e eu as interrompo:

- Vocês falam Inglês?

As duas respondem ao mesmo tempo:

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