— Provavelmente achei uma professora de piano para ela.
— Quem?
— A filha do duque Harrison.
— Qual das meninas? — a rainha limpou os olhos com a mão.
— Charlotte.
— Noto que a amizade de vocês está em um nível consideravelmente bom. — Lauren riu um pouco. — Isso me deixa feliz.
— Não é nada disso que a senhora está pensando. — ele riu.
— Será mesmo? — Lauren se levantou e beijou a testa do filho. — Ás vezes o amor está em lugares interessantes.
George observou sua mãe sair do quarto, e começou a pensar em suas palavras. Obviamente não estava apaixonado e nem nutria nenhum sentimento amoroso por Charlotte. Ou nutria, e ainda não havia percebido. Riu de si próprio sobre esse pensamento tão absurdo. Levantou-se e saiu do quarto de Millie para ir até a biblioteca.
A biblioteca não ficava longe dali, e logo chegou ao seu destino. Millie estava arrumando seus cadernos, não havia nenhum sinal de seu professor de aritmética.
— Seu professor já foi?
— Que susto! — Millie derrubou os cadernos na mesa. — Graças a Deus. Não aguento mais as aulas dele.
— Que coisa feia de se dizer, irmãzinha.
— Olha quem fala. — Millie mostrou a língua para George. — Você faltava às aulas de história.
— Nunca gostei muito de história.
— Você é maluco! História é a melhor coisa que existe, depois da literatura, é claro.
— Você que é maluca! — George riu. — Matemática é linda.
— Deus me livre. — riu. — Odeio com todas as forças. Mas tenho que estudar.
— Lógico, tem que ser uma princesa inteligente.
-— Veio pegar algum livro?
— Vim falar com você.
— Sobre?
— Achei uma professora de piano.
— Está falando sério? — um sorriso apareceu no rosto dela.
— Sério. — George riu, ele amava ver sua irmã rindo. — Ela só precisa da confirmação do pai.
— E quem seria ela? — Millie arqueou a sobrancelha com um sorriso malicioso.
— A Srta. Harrison.
— Hum. — riu maliciosamente. — Se Jade não existisse, eu diria que você está gostando da Srta. Harrison.
— Não seja boba.
— Será que eu estou sendo mesmo boba, ou você?
— Mamãe estava cheia de indiretas bem diretas sobre mim e a Srta. Harrison. — ele se apoiou em uma prateleira. — Estão de complô sobre alguma coisa?
— Nunca falamos com Charlotte, bem sabe disso. — Millie riu. — Agora eu poderei falar com ela, seremos amigas.
— Tenho medo dessa amizade, Deus tenha piedade de mim.
— Que ele tenha mesmo. O mensageiro sabe onde ela mora?
— Sabe. Por quê?
— Mandarei uma carta para ela.
— Tenho medo do conteúdo dessa carta.
— Não tema meu irmão, sou um anjo e amo você.
— Eu também a amo, mas a parte do anjo, discordo.
— Agora vou para meu quarto escrever uma carta legal para a Srta. Harrison. E não diga nada.
— Você é bastante teimosa quando quer.
— E você também é. Estamos quites, mon amour.
— Ainda debocha em francês?
— Logicamente. — Millie depositou um beijo na bochecha do irmão. — Até mais tarde no chá.
— Não vou ao chá.
— Você adorava ir antes. — fez um beicinho.
— Não gosto mais.
— Você é insuportável, George.
Millie saiu da biblioteca resmungando sobre o quão o irmão era chato. George riu daquilo e saiu logo em seguida, pois pretendia dormir o resto da tarde, antes de sair para cavalgar.
Quando chegou a seu quarto, sentiu um cheiro familiar, contudo, ignorou. Mas pensou que estivesse tão atormentado que estivesse imaginando coisas. Sentou em sua cama, e quando olhou para a janela, a figura de uma mulher se formou. Primeiramente, achou que fosse sua mãe, mas logo essa hipótese acabou quando a mulher colocou a cabeça de lado.
E na varanda do seu quarto estava Jade com seu sorriso tímido. George não sabia que ela chegaria naquele dia, seu pai havia mentido, em partes.
— Espero que esteja feliz em me ver, George. — Jade disse em um inglês perfeito, mas com sotaque.
— Eu estou feliz, só estou surpreso. — George se levantou da cama.
— Não vai me abraçar?
— Claro.
George deu um abraço em Jade, e sentiu seu cheiro do qual tanto gostava. E começou a perceber que talvez Millie e sua mãe estivessem com razão sobre certas coisas.
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Lady Charlotte
Исторические романыLivro 1 da trilogia "Irmãs Harrison". Charlotte Harrison, a filha caçula do duque de Cambridge, vai fazer dezessete anos. Essa é a idade perfeita em Londres para as moças solteiras começarem a debutar e procurar um bom partido para se tornar marido...