02. Rumores

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Arthur se remexeu na poltrona e tentou conter o nervosismo, estampado em seu rosto

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Arthur se remexeu na poltrona e tentou conter o nervosismo, estampado em seu rosto. Era difícil olhar para Gustavo Lobo sem perder a linha de raciocínio.

"Essa entrevista mal começou e eu já sei que vai ser um fiasco" - Pensou, enquanto Gustavo parecia formar as primeiras perguntas com cautela em sua mente.

— Olha, Gustavo, antes de começar, eu gostaria de dizer que...

— Que você está morrendo de vergonha por ter declinado minhas investidas naquele dia? Confesso que fui embora frustrado.

A boca de Gustavo se contorceu em um sorriso divertido, à medida que o rosto inteiro de Arthur ficava quente, o vermelho ardente contrastando com o tom claro de sua camisa cuidadosamente passada para a ocasião.

— Eu nem sei o que dizer. Quer dizer, é claro que eu queria ter conversado um pouco mais com você, eu te achei incrível e muito bonito e eu... — Interrompeu a si mesmo assim que ouviu o que havia saído de sua boca, desacreditado. — Minha Nossa, não, não foi isso que eu quis dizer, eu...

— Vamos fazer o seguinte. Esquece que a gente já se conhecia. Vamos fingir que hoje é a primeira vez que a gente se vê. Pode ser?

— Pode. — Assentiu, se sentindo derrotado.

A partir daquele ponto, havia sido uma entrevista completamente normal. Ou ao menos, era o que parecia. Arthur não relaxou os músculos nem por um segundo, pensando nas respostas mais profissionais possíveis para as perguntas que Gustavo fazia.

— Bem-vindo ao time. —Gustavo disse, se levantando e estendendo a mão para um cumprimento formal. Ao se tocarem, uma corrente elétrica percorreu o corpo de Arthur, forçando-o a prender a respiração.

— Obrigado. Vai ser uma honra trabalhar aqui. Prometo não desapontar.

— Eu sei que não vai. Se for sair pra alguma balada pra comemorar, não esquece de me convidar.

Arthur mais uma vez ficou sem reação, o que era como combustível para o senso de humor descarado de Gustavo. Os limites de relação entre chefe e assistente mal haviam sido definidos e já estavam sendo testados. Arthur concordou com a cabeça e girou em seus calcanhares, desesperado por ar fresco. Precisava sair daquela sala ou só Deus sabia como ele não conseguiria responder por seus próprio atos.

— Até amanhã, Arthur.

— Até amanhã, Gustavo.

Arthur olhou uma última vez para trás antes de sair. Seus olhos se encontraram com os de Gustavo e pareciam dois pares de ímãs, puxando um para perto do outro. Arthur sabia que trabalhar no Grupo Empresarial Lobo era provavelmente uma péssima ideia. Mas, contrariando a razão e seguindo seus instintos mais selvagens, ele decidiu arriscar mesmo assim.

Samuel estava compenetrado com seu notebook no colo quando ouviu Arthur girar a chave no miolo e abrir a porta da sala. A luz da manhã inundava o apartamento, indicando que seria mais um daqueles dias típicos do verão mais cruel registrado nas últimas décadas. Arthur sentia seu corpo inteiro ferver, mas não era apenas pelo clima da estação mais quente do ano.

Proibido (Capítulos Atualizados)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora