Capítulo I O fim do velho mundo

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Era uma noite de abril, do ano de 9.000.000.000 (quantidade de vezes que a Terra 32 realizou a transladação ao redor de sua estrela) mais escura do que o normal. Neste planeta as temperaturas variam muito, na manhã tinha feito 60 gráus Celsius, enquanto no momento estava próximo dos -100 gráus Celsius.

A população evoluiu a ponto de não precisar mais tanto dos sistemas de resfriamento e aquecimento visto que as fontes energéticas da Terra 31 estavão acabando. Eles ainda tinham a energia nuclear, porém precisavam dela para energizar o gerador de buracos de minhoca, de forma a levar tudo que fosse possível de lá, para que novos humanos dessem continuidade a espécie como sempre.

O fim do planeta estava próximo, a estrela estava mudando, logo seria uma gigante vermelha pondo fim a vida no planeta. Mesmo para uma sociedade tão evoluída era difícil aceitar a morte. Muitos continuavam a trabalhar normalmente mesmo sabendo que seriam deixados para traz, para uma nova geração vir liderados pelos poderosos desta. Outros, bem, não reagiam tão bem, não aceitavam o programa CVSS* (Capitalizador de Vidas a Serem Salvas). O consideravam injusto, visto que cada um já nascia com sua função social já pré-definida sem ascenção prevista e possível. No momento até o acesso a educação era limitado, mesmo que não muda muita coisa pois cada um só podia estudar para o que seria necessário no seu trabalho já pré-definido.

Logo eles foram condenados a uma morte terrível no momento em que nasceram, sem possibilidade alguma de mudar o seu destino.

Porém eles formaram pequenos grupo para se rebelar e protestar. Mas logo perceberam que separados eles cairiam, "cairiam mais rápido", pois eles não acreditavam muito em suas chances. Mesmo assim defendiam o tema "separados cairemos e unidos venceremos". Ganhado ou perdendo eles decidiram que não se renderiam.
O plano deles era muito bom, como eles eram os baixos burgueses e fazendeiros eles tiveram a chance de cortar quase todo o fornecimento alimentício e comercial da Terra. Com a fome, o frio, o calor, a falta de perspectiva de vida própria e em geral de seus descendentes, pois eram escolhidos apenas os que teriam melhores genes para prosseguir. Mesmo os que antes aceitavam a vida como estava se rebelaram.

Para completar, ainda estavam sendo atingidos por desastres ambientais. Várias cidades foram destruídas por enormes ondas causadas pelo campo gravitacional da Estrela Ocptam 0908090790, que se tornava cada vez mais instável. Matando milhões. Sem nenhum auxílio governamental e vendo a morte em todos os cantos eles estavam revoltados. Criando então uma guerra Civil.

Eles tinham menos poder bélico e estavam desestruturados. Apesar de estarem em maior número, se tornaram assim presas fáceis. Então seus líderes foram presos, torturados, mutilados e colocados como exemplo para os rebeldes em praças e outros locais públicos que sobraram.
Nada adiantou, eles já não temiam a morte, nada podia paralos. Eles já aceitavam a derrota, mas defendiam sobretudo por conta de seu líder Artur Hermes que o tempo de vida que restava para eles ainda não valeria de nada se fugissem como covardes, deveriam lutar, mesmo que já condenados, eles cairiam, mas cairiam lutando e honrando a morte dos outros líderes. Logo o exército não teve outra escolha, usaram o chipe de localização que a população de classe inferior possuía, jogando então várias bombas de Hidrogênio (bomba de fusão nuclear), matando os rebeldes.
Esta foi tido por eles como a melhor escolha, apesar de existir discussões quato ao desperdício de energia nuclear em um momento tão relevante, em nenhum momento se discutiu o sacrifício e os danos causados pela perda de tantas vidas e do comprometimento do solo que já não era dos mais férteis.

Tudo isto acabou fazendo-os perder muito tempo, eles tinham que escolher um novo planeta o mais rápido possível. Não acharam nada que os agradassem realmente e ainda por cima não tinham mais muitos mantimentos, estavam sem terras férteis, clima instável e sem fazendeiros. Eles não tinham escolha, precisavam de agir rápido.
O que enfraqueceu e muito as suas defesas. Restaram alguns rebeldes que destruíram seus chipes de localização, portanto sua existência era desconhecida pelo exército e a primeira classe (destinados a serem políticos e ciêntistas). Eles não desperdiçaram esta chance.

Explodiram quase todas as mais altas tecnologias da época. Para forçar os membros da primeira classe a contratamos, perdualos e levar seus genes (os decendetes) para o próximo planeta. Sendo então logo após descobertos, porém ao invés de ter sido feito um acordo, o exército agiu sem procurar a primeira classe, capturando-os assim. Assim eles foram desfigurados, esticados e fatiados em câmaras de torturas. Além de postos para lutar um contra os outros por terem sido expostos a doenças terríveis que inibiam o próprio controle mental, que só não foram usadas antes pois são extremamente contagiosas e só devem ser usadas para fins de torturas se é somente se as pessoas estiverem completamente isoladas.

Mas alguns deles sobreviveram, Artur Hermes e sua mulher Hefevera por exemplo. Hermes era um lider rebelde e conseguiu durante a confusão colocar seu filho
na espaçonave, cumprindo assim o desejo dos Magos Celestiais, que falaram para ele que seu filho seria um dos escolhidos, um dos que poderiam salvar a humanidade de algo muito terrível que viria. Ele então o deixou em uma câmara de realidade suspensa escondida na nave, já que o mago que veio a ele o garantiu que "ele será salvo e eu mesmo me incarregarei de treina-lo e prepara-lo para o seu tão glorioso destino".

Ele sabia que a guerra não foi em vão, sabia o que tinha feito, sabia que era terrível, controlado tantos para fazer o que ele queria, deixando-os lutar sem saber o verdadeiro motivo. Mas ele não tinha escolha. Sabia que os magos não se envolvem em assuntos humanos, a menos que não tivessem escolha, que tudo esteja em perigo, ou seja, sabia que eles estavam com medo, medo da morte e se seres supostamente imortais estavam com medo da morte, que vinha algo que nem eles podiam encarar, então ele não tinha escolha, tinha feito o certo, fez a sua parte, morria ali, com um tiro na própria cabeça feliz.

Mas antes de deixo-lo lá disse a ele:

- Te ano meu filho, sua mãe e eu, que infelizmente não sobreviveu para vir até aqui, ela aceitou servir de isca enquanto eu o trazia, assim como nós sei que mesmo com apenas 3 meses de vida você já tem o seu objetivo traçado, mas poderá criar seu próprio destino, seja feliz e escolha o certo, falo por mim e por sua mãe quando digo que seja qual for sua escolha sempre estaremos com você, mesmo que não de forma física, talvez você não me perdoi por neste momento eu não seguir com você, mas já estou velho, o novo mundo não é para mim, não aguentaria mais uma adaptação, por isto gravei esta mensagem e te deixo partir. Siga seu caminho com o coração e com a ajuda dos magos sei que será um grade homem. Adeus meu filho, te amo.

E saiu de lá corredo e chorando muito deixando o gravador no suporte da câmara.

Apesar de saber que o mundo corria perigo, ele é humano, deve ser perdoado pela sua fraqueza, sabia que foi importante e que sua linhagem seria ainda mais, apesar de não saber ao certo porque ele, possuía uma leve suspeita. Mas estava feliz e morreu assim, sabendo que em menos de 5 anos ou seja no ano 90.000.009 a humanidade se mudaria e lá enfrentaria o seu maior desafio.

Só se ouviu o tiro naquele momento, pois o silêncio era até perturbador naquela noite tão escura e fria como a primeira relatada, ele tinha fugido para o que um dia foi uma floresta para morrer em paz, lá nevava bastante, o fim chegava, mesmo assim era uma noite linda e estrelada.
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