Nós devemos caminhar sozinhos

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– Me desculpe, eu sou um idiota. Mas eu te darei todo o tempo que precisa e continuarei a seu lado. – eu sorri. – Eu prometo que serei um marido melhor. – ele deu um beijo casto em minha testa. – E um pai maravilhoso. – pela primeira vez ele afagou meu ventre, fazendo meu coração aquecer.

– Eu sei que sim. – voltei a me aconchegar em seu abraço.

– Nós ainda temos que contar aos nossos pais.

– Acho que a sua mãe vai surtar. Chorar durante dois dias seguidos. – nós gargalhamos.

– Vai ser tipo o dia em que você caiu de bicicleta na rua e eu te levei de volta para a casa no colo. Ela chorou porque disse que aquilo era muito bonitinho.

– Eu ainda não sei como o meu joelho sangrando e eu chorando pode ser bonitinho.

– Eu sempre sofria quando você se machucava, ainda sofro. Mas você é sempre bonitinho.

– Bonitinho? – eu me afastei novamente, encarando-o divertido. – Eu sou lindo, meu amor. Tenho uma beleza inigualável!

– A coisa mais linda do mundo todo. – ele me puxou novamente para ele e nós rimos juntos.

– Eu vou ligar para eles, pedir para passarem o final de semana conosco, o que acha? – dei a ideia.

– Acho ótimo, mas só depois do café.

Ele se levantou e me ajudou a fazer o mesmo, me conduzindo até o quarto novamente. Após Liam me forçar a tomar o resto do café, nós ligamos para as duas famílias, convidando-os a nos visitar.

Eles chegariam na sexta e foi só nesse dia que Liam me deixou descer para o térreo, principalmente porque tínhamos consulta com o Dr. Sheeran pela manhã. Foi de longe o momento que mais nos uniu desde que nos atamos, talvez até desde que nos conhecemos.

Pois pela primeira vez, pudemos ouvir o coração acelerado de nosso bebê. Quando o som alto e ritmado invadiu a sala, segurei a mão do meu alfa instintivamente, nos entreolhamos e vi nele a mesma emoção que sentia.

Algumas lágrimas escorreram por meu rosto em meio ao sorriso e eu me senti plenamente feliz depois de tanto tempo.

Ainda estávamos absortos naquele momento de felicidade e amor quando chegamos em casa. Liam foi até a cozinha preparar o almoço e eu me sentei no sofá.

– Ei, pequeno. – disse enquanto afagava meu ventre ainda sem nenhuma mudança perceptível. – Eu nem acredito que você está aí. Parece tão surreal ter um bebezinho aí dentro. Eu estou um pouco assustado agora. – confessei. – Você terá que me ajudar, tá bom? Eu não sei o que fazer ainda e posso acabar entrando em pânico. Acho que é por isso que nós precisamos do papai Liam, ele vai saber o que fazer. Ele sempre sabe o que fazer. – meus olhos marejaram. – Eu já te amo muito, pequeno. Estou louco para ver o seu rostinho.

Fiquei mais alguns segundos acariciando e olhando para minha barriga. Estava tentando imaginar como seria o pequeno ser que crescia ali. Imaginei um garotinho exatamente como Liam, com os olhos pequenos, castanhos e dóceis, do tipo que teria o melhor abraço do mundo.

Ouvi uma fungada no canto da sala e voltei minha atenção para lá, encontrando o alfa encostado à parede. Ele tentou limpar as lágrimas rapidamente, o que só me fez sorrir mais.

Eu nunca havia o visto chorar. Era uma coisa bem rara entre os alfas. Mas vê-lo, frágil, sentimental, em um momento de total emoção, eu pude sentir a real intensidade do amor de Liam.

– O papai está chorando, meu amor. – eu brinquei, ainda com as mãos sobre a região. – Você acredita?

– É a cena mais linda que eu já vi na minha vida toda. Eu quero guardá-la para sempre.

Dream with me - l.s (a/b/o)Where stories live. Discover now