Coffee Place;; Harry

02

|| Harry ||

   Estava cheio de coisas para me preocupar, o câncer da minha irmã, o meu pai alcoólatra que não nos manda dinheiro  e minha mãe que é a pessoa que sustenta toda a casa e está afundando em depressão no momento. Mas minha cabeça só está a focar em uma única coisa, a menina que tem os olhos cor de céu e o nome de anjo.

   Depois que me graduei na escola aqui em Holmes Chapel fui tentar fazer faculdade em outro lugar para conseguir um trabalho melhor e seguir meus sonhos mas foi em vão, pois neste mesmo período Gemma foi internada e precisei voltar para minha cidade natal a fim de trabalhar e ajudar a pagar os tratamentos necessários para sua melhora. Mesmo que minha mãe tenha desconto no hospital por ser enfermeira o tratamento continua a ser caro e estou a ajudar a pagar com o meu salário oferecido semanalmente pela D. Bárbara, porém Gemma fez uma nova cirurgia semana passada para tirar o tumor e dessa vez outro foi descoberto em sua faringe. Com essa cirurgia veio sua recaída, junto com a de nossa mãe.

Os médicos acham que ela pode sim vencer o câncer mas terá que fazer intensos tratamentos para sua pele e faringe, visto que seu câncer se espalhou. Originalmente Gemma foi diagnosticada com um melanoma maligno em estágio 1, o tipo mais severo de câncer de pele.
Gemma descobriu a doença assim que a mesma percebeu uma mancha preta em seu ombro esquerdo e foi ao médico, com o passar do tempo e das seções de quimio e radioterapias, suas chances de recuperações eram altas. Apenas tinha que se retirado o tumor, mas durante sua cirurgia de remoção foi encontrado um outro tumor de menor porte, porém mais avançado, localizado em sua faringe. Nossa mãe acha que ela não vencerá e entrou em um estado de depressão. Então com toda a complicação acontecendo eu pedi para a D. Barbara me dar uns dias de folga para cuidar da minha famílias tentar organizar o que for possível.

   Resolvi sair e ir ao shopping comprar um presente para Gemma, ela merece algo para tirar sua atenção das más notícias que não param de chegar. Estava a fazer meu caminho olhando as lojas e procurando uma prenda quando sinto algo se chocar contra minhas pernas e logo que olho para baixo vejo uma menininha de olhos azuis esverdeados e cabelos ruivos escuros, ela faz lembrar a Angel, eu me martelo mentalment nem a conheces direito para estar a criar apelidos, Harry. Abaixo-me e pergunto "Olá, qual seu nome anjo?" E com um sorriso sincero ela responde "Anjo é o nome da minha irmã, meu nome é Amy" e na mesma hora em que iria responder ouço alguém a gritar.

" AMY, o que te deu deu para sair correndo desse jeito! Você me deixou preocupada" ela chegou abraçando a mais nova e quando ela se vira para mim percebo que é a minha Angeline. "Angeline" é a unica coisa que sai de minha boca enquanto ela me olha curiosamente e sorri com o canto dos lábios "Olá, menino da cafeteria" me comprimenta timidamente ruborizando logo a seguir "Porque não tens ido trabalhar nos últimos dias?" Será que ela sentiu minha falta? "Estou ocupado com questões familiares, por quê? Andas a sentir minha falta?" Digo com um sorriso brincalhão tentando faze-la rir, o que parece uma missão impossível no momento, gostaria saber o que esconde por trás desses tristes e amargos olhos azuis que tanto me cativam, vi Angeline corar novamente e abaixar a cabeça enquanto Amy olha atentente para mim "Menino, o que você faz segurando uma sacola de uma loja de menina?" Pergunta a pequena garotinha, "Eu estou a comprar  um presente para minha irmã. Gostariam de me ajudar? Depois podemos ir lanchar se quiserem, o que acham?" Pergunto tentando manter um sorriso mesmo que fraco, tarefa difícil dando as condições da minha irmã nesse momento. "Não queremos atrapalhar" disse a doce menina, "Não estão a atrapalhar de forma alguma, vamos?" Perguntei novamente e as mesmas assentiram.

    Estavamos andando a mais ou menos meia hora e eu tinha em meus braços 2 sacolas de roupas, já começava a dar sinais de cansaço e fome, então falei para irmos até a praça de alimentação. No caminho Angeline estava ao meu lado e encostei em sua mão por impulso, ela me olhou e tirou a mão de perto da minha se afastando de mim, chegamos na praça e depois de algum tempo achamos uma mesa. Ela não olhava para mim desde aquele momento constrangedor minutos atrás, afinal nós nem nos conhecemos direito e eu agi como se tivessemos alguma intimidade.

Nos sentamos e eu pergunto as duas "Então senhoritas, o que vão querer comer?" Quero um mc lanche feliz- Amy falou rapidamente, "Não vou querer nada, obrigada" A mais velha fala depois de um tempo. "Ok, um mc lanche feliz para Amy, uma pizza pra mim e tem certeza que não vai querer nada Angeline?" ela me olha e responde"Sim, Harry, tenho certeza"
"Ok então, queres ir comigo Amy?""SIMMM" diz Amy com animação e um sorriso de orelha a orelha, "não grite, estamos no meio do shopping" sua irmã a repreende rapidamente mas ela continua sorrindo, esse verdadeiro e sincero ato de uma criança é uma coisa que não está presente no meu dia a dia, talvez pelo meu passado, talvez pela situação da minha família, ou talvez porque eu sou tão inútil que não consigo fazer ninguem feliz. Assim como não consegui fazer ela feliz quando estavamos juntos. Levanto da mesa e vou fazer os pedidos com a pequena.

|| Angeline ||

      Harry está sendo muito bom para mim e minha irmã, mas eu não quero ter muita intimidade com ele, pois não gosto da ideia de chatear ele com minha vida complicada. Estava a aproveitar  essa tarde para esquecer o que aconteceu de manhã e para intreter minha pequena que significa o mundo para mim.

Minha mãe e o pai de Amy estavam brigando novamente e dessa vez eles passaram horas a gritar um com o outro, fiquei muito mal de ouvir mas não podia fazer nada, afinal ele é o pai da minha irmã e ela minha mãe, não o contrário. Peguei a Amy e resolvi sair para ela não presenciar isso. Antes dela nascer ele não era assim comigo e com a minha mãe, mas depois que ela nasceu ele começou a ficar mais nervoso porque não tinha o dinheiro para sustentar  a família e minha mãe teve que parar de trabalhar para cuidar da casa, então foi acumulando uma grande pressão e eles começaram a brigar cada vez mais. Não estou dizendo que a culpa é da Amy porque não é, mas depois que ele percebeu que eram brigas idiotas ele pediu desculpas e eu espero que eles parem de brigar e se entendam de uma vez por todas. Antigamente tudo era muito diferente. Meu pai faleceu quando eu tinha meus seis anos mas nunca soube como pois eu era apenas uma criança, dois anos depois Jonnah apareceu e ele e minha mãe deram início a um relacionamento sério, levando ao casamento anos depois.

Meus pensamentos foram brutalmente interrompidos quando o Harry e Amy voltam com nossos lanches "Olha o que chegou. Para Amy seu sanduiche, para Angie eu trouxe uma fatia pizza mesmo você não querendo nada, aqui está." olho para ele e logo questiono "Angie?" Ele se atrapalha todo e pela primeira vez desde que o conheço eu o vejo corar "E-eh me desculpe Angeline" disse gaguejando no inicio da frase, pera aí o Harry gaguejou e corou? Estou ate preocupada pois pelo o que eu sei o menino é super extrovertido e eu que sou a tímida aqui, "Não tem problema, eu até gostei do apelido" disse com um singelo sorriso sem mostrar os dentes.

Olho para a fatia de pizza e não quero comer, esses dias eu não venho comendo muito, essa fatia tem 320 calorias e preciso emagrecer. Odeio essa situação, vou ter que comer para não fazer desfeita, mas já começo a me sentir mal na primeira dentada.

Acho que estou a mudar de ideia e talvez esteja a gostar da companhia do Harry, poderia até passar mais tempo com ele. Mas ainda é cedo para dizer se pode ter alguma chance de ter uma amizade com ele, porque afinal eu sou uma pessoa muito desinteressante e introvertida e ele é muito animado e extrovertido, ou seja somos verdadeiros opostos, mas será verdade que os opostos se atraem?
Xx

Olá meninas, eu estou voltando com a fic e mudando um pouco o foco, agora ela é sobre Bulimia e Anorexia, mas o nome continua o mesmo e ela vai ser retrada no café mesmo assim.
Xoxo, Anna