Boys Will Be Boys

I

Agora, efetivamente vou começar a postar a 2nd season de BWBB.

Eu amo esse capítulo, pois nele se passam todas as lembranças presentes tanto em Harry quanto no Louis, no período em que eles estão longe um do outro. Além disso, é possível ver um pouco do Louis por trás da máscara de durão.

Como eu já deixei subentendido, o capítulo é repleto de flashbacks, e seria interessante se vocês pudessem ouvir durante a leitura, A Lonely Semptember do Plain White T's, que é a música que Harry e Louis costumam lembrar um do outro desde a temporada anterior.

Espero que vocês gostem! X

-x-

Harry's POV

Já estávamos na estrada há algumas horas. Por um momento, o sol deixou a nuvem em que se escondia e se refletiu no vidro do carro, batendo diretamente em meus olhos. Os apertei, mas continuei fitando a paisagem. Meus pais conversavam no banco da frente, mas eu não ouvia a conversa dos dois. Apenas ouvia o som que saía de meus fones, em meus ouvidos. Mais uma música acabou, e Plain White T's começou a tocar.

Eu não costumava ouvir Plain White T's.

Na verdade, essa era a única música deles que estava em meu iPod. Mas não porque eu a adorava nem nada assim, apenas porque ela me trazia... Lembranças.

I'm sitting here all by myself, just trying to think of something to do

Trying to think of something, anything, just to keep me from thinking of you

(Sentado aqui completamente sozinho, tentando pensar em algo para fazer. Tentando pensar em alguma coisa, qualquer coisa, apenas para me impedir de pensar em você.)

[flashback on]

Meu olhar se desviou para a escada, que estava igualmente enfeitada com azevinhos, como muitas outras coisas ali dentro. Alguém a descia aparentemente apressado. Senti meus lábios se abrirem involuntariamente ao observar o garoto que a descia, sua franja castanha cobrindo parte de seu rosto. Ele escorregava uma de suas mãos pelo corrimão, graciosamente, até atingir o andar em que eu estava. Então jogou o cabelo para o lado e analisou as pessoas que ali estavam, molhando os lábios e seguindo em frente para a cozinha. O acompanhei com o olhar até onde pude, quando então ele sumiu no meio da multidão.

Louis' POV

Deitado de forma desajeitada na cama, contemplei o chão. A ansiedade quase chegava a fazer meu corpo tremer, mas eu simplesmente a ignorava. Certas coisas eram muito mais fáceis ser ignoradas do que sentidas. Você só precisava aprender a lidar com isso.

Eu aprendi.

E foi quando aquele garoto de olhos verdes apareceu e me fez esquecer tudo que eu sabia. Aquele garoto por quem eu estava esperando desde o dia em que ele me deixara. O motivo da minha ansiedade, a mesma que eu estava tentando ignorar. Por que eu ainda me surpreendia por não conseguir? Eu não conseguira ignorar nada que senti em relação a ele quando ele estava por perto. Por que seria diferente com ele longe?

Durante seis meses, sonhos — tanto os inconscientes quanto os cientes — me perseguiram e me lembraram, todo o tempo, tudo que eu permiti que me invadisse. Durante seis meses, eu não consegui ignorar a saudade. Mas, perto do quanto eu tentei ignorar a ansiedade chegava a ser banal. Tão banal que eu até me iludia, pensando estar conseguindo. No meu iPod, a música mudou. Minha vontade de ficar imóvel era tão grande que eu controlei o impulso de arrancar os fones de meus ouvidos e atirar o aparelho longe assim que reconheci os primeiros acordes.

Sem que eu quisesse, uma a uma, memórias começaram a invadir minha mente. Depois da primeira, o prazer em reviver cada cena foi tão grande que permiti que outras viessem, as recebendo quase que de braços abertos. A saudade tomou meu corpo, se libertando da corrente invisível na qual eu tentei de forma frustrada, acorrentar durante todos aqueles meses.