06 - Nova Fase

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Só o título desse capítulo já diz algo para vocês?? Haha espero que gostem da reviravolta que  a vida de Kathe vai dar. 

Boa leitura!! 

KATHE

Eu ainda tinha dúvidas se o que disseram para Andrew era o certo. Ainda que ele não se importasse, era uma mentira e finalmente ele poderia me odiar um dia por ter mentido. Apesar que jamais deixarei que ele se aproxime da minha filha. Sim, filha! Estou grávida de uma menina. Tive alta hoje do hospital depois de ter um descolamento de placenta quando cai na loja e perdi a consciência. Pelo que eu soube, tia Eleanor voltou para a loja e me encontrou lá sozinha e desmaiada. E junto com ela, tive a ideia maluca de dizer para Andrew que eu havia perdido o bebê. Eu sinceramente não conseguia compreender o que se passava na cabeça de Andrew... suas atitudes infantis me surpreendiam, porém eu podia sentir um certo carinho vindo de sua parte quando se tratava de mim, já que do meu bebê ele fez pouco caso quando disseram que eu havia sofrido um aborto. Naquele momento eu soube, que o melhor a ser feito era proteger minha filha de Andrew. Escondê-la a sete chaves era o segredo para mantê-lo longe. E eu não mediria esforços para isso.

— Perdi feio, maninha. Teremos uma cópia sua na família. — Ryan brinca enquanto tia Eleanor organiza minha cama.

— Vai ter que aguentar, maninho. — Sorrio cúmplice.

— Eu rezei tanto para ser um garoto... — Ele finge uma expressão decepcionada. — Acontece que já amo essa garotinha que ainda não sei como irá se chamar.

— Ainda não decidi o nome dela. — Comento, me deitando na cama macia.

— Sabemos que tem bom gosto, querida. Há de escolher um lindo nome para nossa pequena anjinha. — Tia Eleanor sorri e beija minha cabeça carinhosamente. — Agora descanse, o médico pediu que fizesse repouso.

~*~*~*~* ~*~

Seguro minha bolsa enquanto Ryan coloca as minhas malas no carro. Há algumas semanas, Amber e os pais dela praticamente ordenaram que eu fosse morar com eles na Pensilvânia. No começo fiquei receosa e com a culpa dentro do peito por dar trabalho para a família da minha amiga, mas depois percebi que era uma boa alternativa, pois tia Eleanor vive ocupada com a loja de ferragens. Assim, quanto menos afazeres ela tiver, melhor para sua saúde. Além disso não existe ninguém no mundo que me conheça melhor que Amber. Lá poderei trabalhar e estudar sem encontrar ninguém conhecido para me julgar por ser mãe solteira ou ter nascido em outro país.

— Tem certeza que quer isso?

Meu irmão me encara buscando a incerteza em meu olhar decidido.

— Sim, eu tenho. É o melhor por agora. Logo mais a bebê irá nascer e quero estar bem longe de Andrew para que eu não saiba de nada. Passarei o tempo que for necessário lá e depois quando chegar o momento certo, volto para cá.

— Como quiser, então. Mas me diga... como você está?

— Bem. — Suspiro ao responder, enquanto aliso a barriga cada vez maior. — Eu realmente preciso disso. — Afirmo.

— Estarei aqui para o que precisar, maninha. — Falando assim, ele até parece ser meu irmão mais velho e não o caçula.

Sinto a sinceridade em suas palavras e me limito em sorrir, assentindo. Palavras seriam muito pouco, para expressar a gratidão que eu sentia por ele naquele momento, pois ao contrário do que pensei, meu irmão sempre esteve ao meu lado e nunca me julgou por ser mãe solteira. Lhe dou um abraço apertado e olho para tia Eleanor por cima do ombro de Ryan, me separando dele para cair nos braços dela logo depois. Ela chora, soluça, mas limpa rapidamente as lágrimas, tentando sorrir e parecer calma.

— Sentirei saudades titia. — Murmuro, afagando seu rosto.

— Não sabe o quanto eu também vou sentir! — Ela me abraça outra vez, acariciando meus cabelos. — Mas se você acha melhor assim, quero que saiba que a apoiarei em tudo e sei que a família de Amber estará sempre com você.

— Ficarei bem e mando notícias. — Beijo sua testa e sorrio.

Entro no táxi, me acomodando com cuidado no banco, para só então o motorista fechar a porta gentilmente e dar partida no veículo em seguida. Olho para trás e encaro pelo vidro traseiro do táxi minha família olhando o carro se distanciar. As lágrimas banham meu rosto por saber que deixo ali, não só meu irmão e minha segunda mãe, mas toda uma vida que construímos e principalmente um passado que faz parte da minha história.

 ~*~*~*~* ~*~

O voo para Philadelphia dura meia hora. Amber me espera na sala de desembarque e pula de alegria quando me vê.

— Bem vindas. — Ela sorri novamente, afagando meu rosto e minha barrida saliente em seguida. — Estou muito feliz que finalmente tenha aceitado meu convite, amiga.

— Obrigada Amber. — Aberto suas mãos pálidas entre as minhas. — Você sempre preocupada comigo.

— Imagine! Tenho certeza que se fosse ao contrário, faria o mesmo por mim. Venha, vamos para casa. — Ela entrelaça o braço no meu e me puxa saguão afora, me ajudando com as malas como pode.

Pegamos um táxi e minutos mais tarde estamos na casa dela. O apartamento de Amber é amplo e muito elegante. Presente de formatura dos pais, ela fez questão de mobiliar como sonhava e preparar tudo para a minha chegada. Entro na sala de estar recebendo seu sorriso rasgado de quem está eufórica por finalmente ter companhia. Abraço minha amiga mais uma vez e imediatamente meu coração acalma. Era incrível em como eu me sentia tranquila e em paz quando estava com ela.

Os móveis são rústicos, com sua grande maioria em madeira maciça em tom pastel. Nada diferente do gosto singular de Amber. Caminhamos por um corredor espaçoso e paramos em frente a uma porta branca com maçaneta dourada, como as outras duas próximas dali. Ela abre e me dá espaço para entrar.

— Este aqui é o quarto de vocês.

Ganho visão de um cômodo todo branco, com uma cama de casal, guarda-roupa espelhado, um lindo tapete bege e algo do outro lado, que me faz brilhar os olhos... um berço. Ele é branco e rosa, com desenhos de ursinhos e um lindo mosquiteiro suspenso.

— Eu mesma escolhi. Espero que tenha gostado. — Amber caminha atrás de mim, enquanto passo os dedos pelo berço, encantada.

— Eu... — Balbucio. — Eu nem sei o que dizer.

Olho para ela, sem conseguir segurar as lágrimas de gratidão e a abraço, para demonstrar todo o sentimento que não consigo expressão em palavras.

— Não sei como agradecer sua família e você pela ajuda.

— Ei! Meus pais amam você Kathe. Eu amo ainda mais! — Ela segura meu rosto com as duas mãos e sorri genuinamente para mim. — Venha, quero que conheça uma pessoa que vai te ajudar muito com a bebê.

Eai meninas? Gostaram? Comentem ai embaixo e digam o que esperam da história daqui para frente. :) beijos e até o próximo capítulo. Insta beca_books

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