Capítulo 4

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Desde que eu havia conversado com o Marco há duas semanas, eu só conseguia pensar em uma coisa: por que, mesmo que, desempregado e com um filho a caminho — o que significa despesas — ele e a Renata irão dar uma festa de casamento?

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Desde que eu havia conversado com o Marco há duas semanas, eu só conseguia pensar em uma coisa: por que, mesmo que, desempregado e com um filho a caminho — o que significa despesas — ele e a Renata irão dar uma festa de casamento?

Sei que a vida não é minha e que Deus fez uma vida pra cada para que cada um pudesse tomar conta da sua, mas eu estou bastante preocupada com toda essa situação! Ainda mais porque a Renata está escolhendo todas as coisas do bom e do melhor.

Eu acabei tirando um dia de folga no ateliê, deixei o Zeca frente a tudo e vim com minha amiga noiva escolher as comidas para o Buffet do casamento, além de outras coisas que ela disse precisar de minha ajuda.

O problema é que a Renata está escolhendo o menu pelo preço e não pelo sabor porque, por exemplo, na parte dos petiscos, ela escolheu dos mais variados queijos, o que eu francamente acho desnecessário, além de uma ilha de sushi, como se todos comessem sushi. Eu, por exemplo, odeio comida japonesa e acredito que boa parte dos convidados também e, pelo excesso de coisas que ela escolheu, não havia necessidade de pôr quatro pratos de massas por convidado, como se alguém fosse capaz de comer tudo isso.

— É para ninguém sair reclamando. — Ele fala.

— Mas é muito. — Eu digo o óbvio.

Na parte de sobremesa, não é diferente. Três doces de cada sabor para cada! Isso é loucura! Ninguém faz isso!

— Eu acho que você pode colocar uma sobremesa por pessoa. — Eu sugiro. — É normal que seja assim!

— E se alguém quiser repetir?

— Você vem de uma família obesa, por acaso?

— Você sabe que não. — Ela nem me olha para falar, e apenas vai anotando em uma prancheta tudo que ela quer. — Mousse? — Ela sugere.

— Eu to começando a achar que seu casamento será um rodízio de massas, comida japonesa e doces!

— Ai, Mel! — Ela revira os olhos e anota na prancheta. — Mousse de limão também.

— E como está o bebê? — Não tínhamos falado sobre isso ainda, aliás ela nem toca no assunto.

— Bem...

— Você já está entrando no terceiro mês... Até o casamento sua barriga vai está grandinha... Já viu o vestido?

— Não. — Dessa vez ela me encara. — Fui com a Sâmela em várias lojas e não estou gostei de nada!

Eu me pergunto por que minha amiga não foi no meu ateliê procurar por um vestido que lhe agrade, mas deixo de lado. A Renata é meio complexa e difícil de entender as vezes.

— Passa no meu ateliê que você, com certeza, vai encontrar dos mais variados modelos. Sempre tem um que agrada. — Digo com um sorriso e ela também sorri, mas não comenta nada a respeito.

Onze vezes madrinha, nenhuma vez noiva [Amostra]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora