V parte.

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No dia seguinte, pedro veio como havia prometido, mas não parou para conversar com Nicole. Primeiro fez uma volta de reconhecimento no local. Queria ver todas as possibilidades de um possível invasor.

Parou nos fundos da casa, desceu do carrinho de pedal e foi olhar. E fez as seguintes anotações:

NOS FUNDOS DA CASA:

1 – não tem casa. Terreno baldio da SANEPA. Muro muito alto para um menino pular. O furto, se é que foi furto, não foi pelos fundos.

Não viu marcas de pegadas. Um menino teria certa dificuldade em escalar aquele muro. Ele mesmo mal alcançava o meio da grande parede à sua frente. E, se alguém tivesse escalado, no mínimo, teria que ter um comparsa para subir nas costas. O que produziria muito rastros – mato pisado, pegadas e coisas do tipo. Mas não havia nada ali – além do lixo habitual e muito cocô que qualquer terreno baldio teria. Logo ele descartou esse hipótese.

Bem, ele encontrou somente uma coisa ali: cocô de cachorro. Não estava fresca, mas serviu muito bem ao seu propósito. Pois acabou pisando em cima, sem querer. Ploft. Ele não podia acreditar naquela merda.

- Mas que merda.

Arrastou o pé no chão pra todo lado, tentando tirar a merda do pé. Se você tivesse visto isso, teria achado muito engraçado, ele parecia o Michael Jackson fazendo o passo do MoonWalker. Aí, sim, o local ficou cheio de pegadas. Pegadas de merda, pensou ele e acabou rindo disso.

- Merda. Merda. Mas que merda.

Depois do trabalhão que teve para limpar o pé sudo de cocô, pensou: as outras possibilidades, em caso de furto, seriam os vizinhos da direita e da esquerda. Ou seja, era hora de fazer as entrevistas individuais. E isso ele adorava fazer.

Conversar.

- Vamos lá, pedro – disse para si mesmo, entrando em seu carrinho de pedal muito bacana. E seguiu. Teve a impressão de que um cachorro sujo de cocô o seguia. Mas era somente o seu sapato sujo de bosta mesmo.

O ESTRANHO CASO DO SUMIÇO DA MULHER MARAVILHAWhere stories live. Discover now