Queen of Nárnia

Nárnia? - A volta de Mellody

Era estranho acordar e não saber onde estou. Isso já me aconteceu em viagens, mas sempre me lembrava onde estava depois de alguns segundos. Dessa vez não.

Eu estava em uma cama confortável em um luxuoso quarto algumas pessoas me olhavam, cinco no total, levei alguns segundos para reconhecer 3 deles. Aslan, na forma de um leão dourado, William com seus cabelos castanhos, olhos castanhos e sorriso divertido, e ao seu lado, o improvável, Tomy Christie, meu pai, com seus olhos castanhos escuros, cabelos grisalhos e sorriso cançado. Não pude deixar de sorrir ao ve-lo.

Os outros eu não reconheci. Havia um homem de vinte e poucos anos, seus olhos eram azuis, seu sorriso era extremamente fofo, ele parecia verdadeiramente feliz por algo. A mulher ao seu lado me dava medo. Era a única mulher do quarto sem contar comigo, irradiava poder, tinha um corpo que deixaria muitas modelos com inveja, seus cabelos era loiros e caíam em ondas e cachos perfeitos até a sua cintura, seus olhos eram estranhos, eram verdes e iam ficando violetas como uma névoa.

-Connor! - disse essa mulher - pare de secar a Mellody e vá chamar o Luke! Veja se ele ainda está sóbrio o bastante para a ver. E pare de olhar assim pra ela! A está assustando!

O tal Connor sorriu e piscou para mim.

-Ever está nesse estado desde que você sumiu, meu anjo. Você fez muita falta. - Ever revirou os olhos

Eu realmente não sabia o que falar. Connor, Luke, Ever.... Eu conhecia esses nomes de algum lugar, como se de um sonho.

-Eu... Te conheço?

A expressão de todos foi de dor, menos meu pai, que pareceu, por um milésimo de segundo, aliviado.

-Vá chamar Luke, -disse Aslan - ele precisa saber que não deu certo.

Connor saiu pela porta com a cabeça baixa, havia um anel de ametista em meu dedo anelar.

-Quem... -apontei pra Ever e para a porta - Quem vocês são? E.... Onde... Onde eu estou?

A mulher deu uma risada histérica. Ela usava um vestido vermelho colado no corpo com um volumoso decote.

-O que fizeram com ela? Tiraram o mau humor e a pose da princesinha e colocaram uma menininha indefesa?

-Senhorita Bloom! - censurou meu pai - Mexeram com a mente dela! A culpa não é dela!

-Tem razão - o sorriso desapareceu de seu rosto deixando uma expressão severa. - a culpa é sua! - pela primeira vez vi meu pai se encolher, a mulher virou para mim - Eu sou Ever Bloom! Rainha dos vampiros de Nárnia, Membro honorário do conselho dos demônios e mestiços, ordem dos cavaleiros de Nárnia nomeada pela atual... Rainha.... Aquela que matou mais lobisomens com suas mãos do que qualquer exército humano e que arrancou o coração de Larah com suas próprias mãos. A propósito, sou sua melhor amiga, sou aquela amiga que te ajuda até a esconder um cadáver, mas se você fizer besteira, cuidado, eu sei esconder um cadáver!

Me Encolhi.

-Isso.... Só pode ser brincadeira.

Ela sorriu e os caninos cresceram.

-Parece uma brincadeira pra você agora, "princesa"? A propósito, aquele que saiu era Connor! O seu NOIVO!

-NOIVO? Como assim? Eu era noiva de.... - tentei me lembrar - ninguém! Eu não posso me casar!

Ever gargalhou. Ela parecia antipática, quem era aquela mulher afinal?

-Deve ser por isso que fugiu de tantos casamentos.

Eu argumentaria algo, mas a porta se abriu. Lá estava um cara de cerca de vinte e poucos anos, olhos castanhos e cabelos castanhos claros, um sorriso malicioso nos lábios, uma barba rala crescia.

-Mel? - Ele disse com uma voz grave.

-Luke! Não! - alguém disse. Não sei dizer ao certo quem, pois a boca dele estava colada na minha, ele cheirava a bebida, e sua boca tinha esse gosto. No começo resisti ao beijo, mas depois, não me orgulho em dizer, mas me deixei levar.

Finalmente, ele separou nossos lábios, as palavras saíram como uma correnteza de sua boca.

-Mel! Eu te amo, eu nunca deveria ter saído do seu lado e juro que nunca mais sairei. Você é minha vida. Aí meu Deus! Como eu te amo.

Pisquei duas vezes.

-E Quem é você?

Ele recuou como um animal ferido. Havia um lampejo em seus olhos, achei que era dor, só depois reconheci como raiva. Isso de certa forma me divertiu.

-Quem fez isso com ela?!

Ever riu, quase a acompanhei.

-Você acha mesmo que se nós soubéssemos quem fez isso, a pessoa estaria VIVA? E vá tomar um banho. Você está Bê-Ba-Do!!! Não sei como Mellody não te matou. Ela deve estar muito mal mesmo.

Realmente, eu não me sentia mal. Me sentia viva. Viva como nunca. Como se pudesse fazer o que bem entendesse.