Dream with me - l.s (a/b/o)

Apenas pessoas que habitam a mesma casa

Pela primeira vez desde que acordei eu me permiti olhar verdadeiramente para Liam. Ele estava destruído, seus olhos estavam inchados e tomados por lágrimas agora silenciosas, ele não parecia ter dormido e a expressão de seu rosto me passava uma dor gigantesca.

Desde meu heat e a proximidade que nós dois tínhamos, eu pude sentir as emoções de Liam. No início elas eram reconfortantes, pois eu sentia sua felicidade aumentar sempre que eu me aproximava, sentia as sensações de seu corpo sempre que nos tocávamos.

Agora eu sentia sua dor se misturar a minha. Fechei os olhos desviando o olhar e vi novamente a cena dele beijando aquele garoto. A raiva começou a crescer dentro de mim.

– Me deixa adivinhar, você está arrependido? – minha voz saiu rouca devido ao tempo de desuso. – Mas deixa eu explicar. Não é por mim que você está arrependido, é pela ligação. Eu sinto muito, Liam. Sinto por não poder ser tudo o que você queria. Mas foi você que escolheu isso, você me marcou. Eu não tive escolha e a sua escolha foi afobada, você não estava pensando direito. Você estava sobre os efeitos do rut e... – fui interrompido por um rosnado.

– Eu amo você. – ele disse desesperado, voltando a se aproximar da cama.

– Não, você não ama. E aquele garoto que você beijava é prova suficiente disso.

– Ni, por favor... – sua voz saiu quase como um sussurro.

– Por favor? Eu é que não sei o que vou fazer da minha vida agora e você me pede por favor? Liam! – eu começava a me exaltar. – Nós estamos atados! Nossas almas estão ligadas para sempre e mesmo assim você me traia. Como eu posso conviver com isso? Como eu posso conviver sabendo que você não me ama e está com aquele garoto? E ao mesmo tempo, como eu posso viver longe de você?

– Você não vai. Por favor, me escute...

– Não, me escute você, Liam. Como quer que eu viva ao seu lado sabendo que você está com aquele garoto? – meus olhos estavam marejados só de lembrar novamente da imagem.

– Eu não tenho nada com aquele garoto. – eu soltei uma risada sem humor algum. – Eu juro. Foi um momento, uma besteira! – ele suspirou pesadamente antes de continuar. – O nome dele é Zayn, um beta que estuda na sala ao lado. Ele conversava comigo há algum tempo, não vou negar que sempre me lançava cantadas e indiretas. – senti meu coração afundar mais um pouco. – Mesmo em nossa época distante, eu nunca o toquei, nunca fiz nada com ele. Mas ontem dia ele me provocou. – ele desviou o olhar, podia sentir que estava muito envergonhado. – Eu sou um idiota, Ni. Um imbecil completo! Uma criança, alguém que cedeu a uma provocaçãozinha barata e imbecil. E eu me arrependo amargamente, a cada segundo me arrependo um pouco mais...

– É claro que se arrepende... – minha frase saiu cheia de deboche.

– Você acha que não? Eu te amo, porra. – ele andou impaciente pelo quarto, socando o sofá ao lado. – Me desculpe. – ele respirou fundo e continuou. – Eu não acredito que está duvidando do meu amor. Niall, eu continuei a te amar mesmo quando você me traiu. Eu te perdoei!

– Eu te trai?

– Sim, com aquele imbecil do Josh. O seu grande amiguinho de escola.

– Nós não éramos marcados naquela época. – eu me encolhi brevemente.

– Só porque não éramos marcados não significa que eu não te amava! Nós estávamos juntos. Eu ficava com você em todos os cios, eu te tratava como se já estivéssemos casados.

– É diferente... – eu disse baixinho.

– O que é diferente? Porque o meu sentimento não era diferente, eu já te amava. Eu sempre te amei!