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As aulas passaram mais rápido que eu pensei e eu não parava de pensar em Ashley. Halsey. Ashley. Halsey.

Perguntas e mais perguntas brotavam em minha cabeça para eu só ficava mais ansiosa.

Como eu esperei, as aulas passaram devagar com a minha ansiedade e eu não parava de a encarar.

Só agora consigo ver semelhanças.

O rosto pálido porém com características fortes eram os mesmos. O formato do nariz era igualzinho.

O sinal bateu e isso foi o sinal para eu falar com ela o mais rápido que eu puder. Ela estava em detenção.

— Falo com você depois. — Falei rapidamente para Ryan e tentei seguir Ashley.

Andei rápido seguindo Ashley com livros pesados na mão.

— Ashley! — Falei alto, mas sem gritar. Percebi que ela só olhou para o lado, sem fazer quaisquer movimento para onde o som veio.

— Halsey! — Tentei de novo. Falei mais baixo enquanto chegava mais perto dela.

Ela finalmente se virou e me encarou. Que saudades eu tinha daquele olhar.

— O que foi? — Ela falou, secamente.

Eu a encarei com a expressão de interrogação.

— Você não se lembra de mim? — Perguntei, com medo da resposta.

Ela me olhou de cima para baixo. Não falou nada.

— Sou eu, Dakota Drew.

Consegui ver o rosto dela suavizar, mas parecia que ela continuava não se lembrando de mim.

— Oh... Você era minha melhor amiga. Você me largou. — Senti a revolta em sua voz e sem nenhuma expressão em seu rosto.

— Você está brava comigo? — Perguntei, fazendo som de choro mesmo não estando com a mínima vontade de chorar. Isso se chama chantagem emocional.

Ela olhou para os dois lados e foi andando de costas.

— Olha Dakota, amanhã nos falamos. Tenho que ir agora. — Dessa vez, dor permanecia em sua voz.

Fiquei parada enquanto o mundo se movimentava. Ela se lembra de mim mas acha que sou um monstro.

Amanhã. Espere até amanhã. Falo para mim mesma.

Fui até a entrada do colégio à espera do meu pai. Olhei o relógio e eram 6 da tarde. Eu estava exausta.

— Buu! — Uma voz veio atrás de mim.

Não me assustou e vi que era Ryan. A decepção era a expressão presente em meu rosto naquele momento.

— Parece que não foi uma boa conversa. — Ele tentou adivinhar.

— Se é que teve conversa.

— Como foi? — Ele estava curioso.

Respirei fundo, tentando desviar aquilo de meu cérebro, mas precisava respondê-lo.

— Foi uma bosta. — Fui direto ao ponto.

— Na primeira vez que te vi pensei que eras uma santa e que não falavas palavrão. — Ele falou, surpreso.

— Eu também pensei que Ashley fosse a mesma, mas estava enganada.

Estávamos os dois em pé e eu, à espera do meu carro, embora eu não sabia o que ele exatamente estava fazendo lá.

Ele é muito maior do que eu chega a ficar estranho.

— Podes me contar detalhadamente como vocês se conhecem?

— Ashley e eu éramos melhores amigas desde o jardim de infância.

— Uau. Quando falo detalhadamente você corresponde bem. — Ele falou, ironizando a situação.

— Éramos inseparáveis. Pensei que ela não fosse mudar quando eu saí daqui. — Desabafei.

— Espera, você saiu da cidade? Por quanto tempo ficou fora? — Ele estava confuso.

— 2 anos.

— Você realmente acha que depois de 2 anos ela vai continuar a mesma sem sua melhor amiga?

Boa pergunta. E era tão boa que eu não sabia como respondê-la.

— Não sei... — Foi tudo que saiu da minha boca.

Por sorte, meu pai chegou bem na hora. Eu finalmente irei para casa.

— Meu carro chegou. Tchau Ryan. — Falei acenando.

Ele se despediu mas eu nem ouvi. Fechei a porta na cara dele e foi um tanto quanto rude.

E tudo que eu pude ouvir enquanto estávamos eu, Richard e meu pai, era o som do rádio enquanto eu, estava perdida nos meus pensamentos sobre Ashley.

Colors;;halseyOnde histórias criam vida. Descubra agora