Capítulo 1 - Amora

Magsimula sa umpisa
                                    

Ela dá uma olhada na lista que tinha acabado de ser preenchida com as duplas formadas, e olha novamente pra mim.

– É, parece que não sobrou mais ninguém - com seus óculos de grau enormes, ela deu uma olhada na sala pra se certificar de que não tinha mesmo mais ninguém, enquanto eu torcia dentro de mim para resolver logo aquilo - Não tem problema pra você fazer sozinha? - ao ouvir isso, praticamente grito que não tinha problema algum, antes que ela possa mudar de ideia – Mesmo? Porque se for complicado pra você, posso coloca-la em alguma dupla.

– Não, não precisa – digo o mais rápido que posso para ela ter certeza de que eu poderia fazer sozinha.

Quando finalmente consegui convence-la, voltei para minha carteira. Depois de alguns minutos a professora pediu para que todos fizessem silencio, e começou a explicar o que precisaria ser feito nesse trabalho.

Todas as duplas, e eu, tínhamos que desenvolver uma apresentação, podia ser uma peça teatral, uma poesia ou até uma palestra, mas todas tinha que ter como tema principal "Somos todos iguais, independente das diferenças". Enquanto ela continuava falando sobre o trabalho, eu só conseguia pensar no que poderia fazer, tinha que ser algo fácil porque eu estou sozinha, mas bom, para que todo mundo pudesse ver que eu não precisava de uma dupla.

Já estava empolgada como trabalho e sozinha na minha mesa pensava em formas diferentes de fazê-lo, mas imediatamente, eu e toda a turma foi interrompida pela chegada depois do horário de Mateus Soares. A quem diga que temos sorte de tê-lo em nossa sala.

– Um pouco atrasado, Mateus – a professora diz e sem hesitar ele a ignora, voltando a conversar com o Pablo, outro arrogante igual a ele – Acredito que não me ouviu, por favor Mateus, pare de atrapalhar a aula – ainda de costas ele suspira e revira os olhos, e a parcela dos puxa-sacos dele acham graça - Sente-se agora. Estou acabando de explicar como será o trabalho que irá contribuir para a nota final, e acho que não vai querer tirar uma nota baixa.

Ainda resmungando, o Mateus finalmente se senta em sua carteira, deixando por alguns instantes de ser o centro das atenções.

– Como eu ia falando, esse trabalho será em dupla, e preciso que esteja pronto antes do prazo de três semanas. Estou dando bastante tempo para que vocês façam seu melhor e possam aprender algo com suas duplas.

Mateus levantou a mão e disse algo apenas a professora, a turma aproveitou esse momento de distração dela para conversar, e rápido como um carro de Formula 1 o barulho tomou conta de toda a sala, de novo.

– Não, tem uma aluna sobrando, você vai fazer dupla com a Amora - consigo ouvir com um pouco de dificuldade, por causa do barulho, e começo a ficar preocupada, eu já estava quase decidindo o que ia fazer nesse trabalho, não podia ser!

– Amó... quem? - ele debocha do meu nome, então me levanto para entender o que estava acontecendo. Eu ia mesmo ter que fazer aquele trabalho com alguém que só sabe falar de si mesmo?

– É Amora, não se faça de ignorante – digo ao lado dele, em frente à mesa da professora e ele me olha com os olhos arregalados. Acho que o rei não tem o costume de ser contrariado.

– Coitado do Mateus – ele revira os olhos e impaciente diz apenas para ele ouvir.

– Coitada da Amora, isso sim – cruzo os braços e fico de costas para ele esquecendo completamente que a professora ainda estava sentada na mesa, bem na nossa frente.

– Ótimo, agora todas as duplas estão completas.

– Como assim completas? - Mateus pergunta o que também queria saber.

– Você vai ser a dupla da Amora, que parte disso não entenderam? - a professora disse já parecendo perder a paciência com aquela situação.

– Professora, acontece que eu não quero ser a dupla do Mateus, nem ele quer ser minha dupla – olho-o e pela primeira vez concordamos em algo.

– Aprendam a lidar com suas diferenças - e depois disso ela pediu para voltar aos nossos lugares e a turma voltou a fazer silencio.

Ao final das aulas um pouco mais conformada com a minha situação, fui procurar o Mateus, na tentativa de chegarmos a um acordo, e o encontrei na saída da escola, conversando com outros alunos.

Lutei contra meu orgulho e me aproximei para falar com ele, mas logo lembrei de como foi arrogante comigo e preferi deixar pra depois, ainda teríamos três semanas para fazer, e provavelmente eu que faria tudo sozinha.

Mas para minha surpresa, foi diferente, o Mateus veio até mim quando passei por ele.

– Amora, não é? - respondi que sim com a cabeça - Quando podemos começar o trabalho? - não consegui evitar, e soltei uma risada sarcástica.

– Sério? Não me diga que quer fazer? - digo com a certeza de que receberia uma resposta muito arrogante, mas o Mateus só me olhava como se não entendesse nada, como se não tivéssemos conversado antes.

– Eu não sei o que disse mais cedo, mas me desculpa, ok? - diz na defensiva e o olho confusa.

– Tanto faz – dou as costas para ele saio andando, mas logo me lembro de algo e volto - Sobre o trabalho, se caso quiser fazer e puder, me encontra amanhã à tarde, na praça.

– Está bom pra mim – ele diz escondendo um sorriso. Engraçado como a expressão dele parecia totalmente diferente de horas atrás, na aula de sociologia.

– Tá - disse sem interesse.

– Tá - ele respondeu na mesma intensidade.

Segui meu caminho de volta para casa acompanhada de pensamentos que não paravam de se repetir. Como irei sobreviver a essas três longas semanas? E o que será que tem pro almoço?

Eu definitivamente não gosto de vocêTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon