Capítulo 11 - Ela não te ama

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(RYAN)

Me sentei no sofá da varanda e Cletus me olhou.

- Eu sei que Ema vai voltar para casa e abandonar a profissão- disse firme

-Vai sonhando- falei - o que te faz pensar que ela faria isso?

- Ela nos ama muito e eu estou doente, tenho certeza absoluta que se você não estivesse vindo com ela, eu teria a convencido a ficar- disse

- Ema ama o que faz, ela é feliz na pornografia!

- Mas ela nos ama mais, e sei que ela não iria aguentar ficar só enquanto o pai dela está aqui quase morrendo- falou e respirei fundo para não o agredir

-Você é um homem horrível- falei
- Horrível é você que diz a amar, mas a afasta da família!

- Ema está indo embora por conta própria. Eu não a forçaria a nada- me justifiquei

- Ela está indo embora pois você a apoia, dê as costas para ela e verá que ela voltará para cá- disse

- Porque eu faria isso?

- Porque ela não te ama, tenho certeza que ela não te correspondeu. Ela deve estar com você por carência, por comodidade e se você a ama deve abri mão dela, pois aqui ela será feliz- fechei meus olhos com força, tentando não acreditar naquilo, mas estava difícil.

Ema não disse que me amava, ela sentia um carinho por mim, mas porque fui o único em anos que se preocupou com ela.

Eu a amava, mas eu não tinha certeza o suficiente se amava o bastante para a abandonar.

- E o que devo fazer? - perguntei baixo

- Dê um gelo nela, a trate friamente, a ignore e se necessário até brigue com ela. Se fizer isso por um mês e ela não voltar para casa, é porque ela te ama. Mas você vai ver como ela virá para cá- disse e acabei assentindo

- Você tem razão- falei baixo- mas vou torcer para que ela me ame!

- Vai ser em vão!

-Vamos ver- sai daquela casa rumo à casa da piscina

Entrei e já comecei a arrumar minhas malas, em questão de minutos Ema entrou pela porta e me olhou confusa.

- Está com pressa?- perguntou me abraçando por trás

- Sim. Arrume logo a porra de sua mala- falei saindo de seus braços

- O que você tem?- perguntou se sentando na cama

- Nada. Só estou com pressa- falei frio e começei a organizar sua mala também

- O que meu pai queria? - perguntou me ajudando

-Nada demais- falei

- Como assim, nada demais? Você está estranho e acabou de falar com ele. Me conte o que você tem- acariciou meu braço e suspirei. Como gostaria de a beijar, a acariciar e ouvir um eu te amo.

-Eu já disse que não tenho nada- empurrei ela na cama e me arrependi quando vi que seus olhos encheram de lágrimas. Ela ainda estava com o pé machucado, o que me fez ir para o banheiro e chorar.

(...)

(EMA)

Entramos no avião e me sentei do lado da janela. Olhar o rosto de Ryan depois do que aconteceu no quarto parecia um martírio.

Só tínhamos trocados pouquíssimas palavras depois do ocorrido e não queria trocar mais nehuma.

Ele estava muito estranho, em um momento me mimava e em outro me rejeitava. Será que ele percebeu que sou um caso perdido? Que não mereço seu amor?

De uma forma ou de outra eu sabia que isso iria acontecer, eu não sou o tipo de pessoa que atrai pessoas maravilhosas como Ryan.

Ele se sentou ao meu lado e me exprimi para não encostar em seu corpo.

- Os senhores desejam algo?- ouvi a aeromoça perguntar e a olhei.

- Uma água, por favor- falei sentindo um nó em minha garganta, quem sabe era sede e não vontade de chorar

- Eu não quero nada- disse Ryan em um tom de voz arrogante

Em minutos recebi minha água e tomei um gole longo. Para minha tristeza o nó em minha garganta aumentou mais e me permiti chorar baixo.

Soluçei e Ryan me olhou.

- Está com dor? - perguntou e neguei com a cabeça - Então pare de chorar, estou ficando com vergonha!

- Você é horrível- falei chorando mais- Você não tem o direito de me humilhar!

- Cala a boca- Ryan disse e fechei os olhos com força.

Me encostei no vidro da janela e chorei mais. Eu estava me sentindo péssima, nunca havia imaginado que Ryan fosse capaz disso.

Quando o avião pousou sai mancando dele, peguei minhas malas no aeroporto e me senti sendo seguida por Ryan.

- Meu carro está no estacionamento, vou te deixar em casa- ouvi ele dizer e o olhei com raiva

- Qual é a sua? - perguntei nervosa

- Não enche, estou te fazendo um favor- disse e por estar com a perna machucada e dolorida, acabei aceitando.

(...)

- Chegamos - disse frio e o olhei

- Só me diz porque essa sua mudança de comportamento? - perguntei baixo

- Cansei de você, de seus choros, de sua família complexa, cansei- disse - Você é fraca e já brinquei com você o suficiente!

- Você é um cretino- falei e dei um tapa em seu rosto

Sai do carro mancando e peguei minhas malas no banco de trás. Entrei no prédio chorando como uma louca e assim que cheguei no meu apartamento, me joguei no chão e gritei.

Eu o amava, eu amava Ryan e acreditei que era correspondida.

(RYAN)

Como doía a tratar dessa maneira, mas era necessário.

A dor e a decepção estampada em seus olhos me machucou muito. Vi ela sair do carro e meu coração se partiu, quando ela entrou no prédio chorando, quase desisti de tudo e fui atrás dela.

(...)

Entrei no set de filmagens e notei que a porta do camarim de Em estava fechada. Ela deveria estar um pouco melhor agora, depois de dois dias desde que voltamos do interior.

Entrei no meu e vi que Roger me esperava.

- Quero que grave um cena com Ema hoje, rolou um imprevisto e a cena solo que ela faria foi adiada para amanhã.

- Tudo bem- falei baixo. Me aproximar de Ema agora faria tudo ficar mais complicado. Não sabia como reagiria ao beijar novamente seus lábios e a penetrar novamente.

- Só que tem um porém, a cena é um bônus da série e o sexo será mais romântico. - disse e arregalei os olhos

Foder com Ema apaixonadamente?? Seria fácil pois a amava, mas não queria demonstrar isso. Eu não podia!

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Estou com pena dos dois :(

Antes que chamem a Ema de chorona, em sua defesa eu gostaria de dizer que ela está doente, ela tem depressão!

Espero que tenham gostado do capítulo, Beijos ♥

Fiquem a vontade para perguntar, comentar, votar e compartilhar!

XX

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