Só Posso Estar Enlouquecendo

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Senhor Simon Fox é um homem muito atencioso e não precisa de muito para ser charmoso, já sua esposa a senhora Gilcele Fox é uma mulher extremamente encantadora e me deixou bem à vontade, agora o Stefan Fox? Meu senhor amado! Que pedaço de mau caminho é esse? Por onde ele esteve escondido por todo esse tempo? O cara além de gostoso é engraçado e divertido o que me fez rir quase a noite toda. O único que está de mau humor como sempre é o idiota do meu chefe. A família Fox parece ser bem íntima do capeta e não ligam muito para seu comportamento, terminamos os assuntos da reunião e jantamos.

— Então Megan, você pretende continuar seus estudos? – Gilcele me pergunta, ela parece interessada na minha pessoa, mas não de um jeito intrometido.

— Sim, mas ainda estou decidindo entre a Publicidade e a Fisioterapia, quero pensar com cuidado antes de me decidir. – Explico.

— São áreas bem diferentes querida, entendo o interesse em publicidade já que você tem contato com o ramo diariamente, mas por que a fisioterapia? – Tomo um pouco de vinho antes de responder.

— A publicidade foi algo que aprendi a gostar com o tempo trabalhando na Salvatore's. Já a fisioterapia eu gosto da forma como poderia ajudar as pessoas de alguma forma, buscar novos tipos de tratamentos sem contar que existem várias áreas de atuação... Sabia que no Japão eles estão testando uma técnica nova e dizem que o resultado é incrível, conseguiram recuperar quase 100% de um paciente que teve 70% dos movimentos do corpo perdidos em um acidente. – Por incrível que pareça até o capeta pareceu interessado no que eu falava. Eu e Gilcele ficamos conversando sobre várias coisas enquanto os homens falavam sobre esportes e coisas que eu não entendo nada até o jantar chegar ao fim.

— Foi um prazer jantar com vocês. – Me despedi do senhor e da senhora Fox e enquanto o Salvatore se despedia do senhor Fox, Stefan se aproximou de mim e sorri internamente com isso.

— Você é uma ótima companhia, Megan. Eu adoraria aproveita-la por mais tempo. – Ele sorri e não tem como não retribuir um homem lindo desse. — Me passa seu número que eu te ligo para marcar alguma coisa... – Tento pegar o celular dele para digitar o número, mas só tento mesmo.

— Stefan, a senhorita Foster está aqui a trabalho e não para marcar encontros com meus clientes. Agora vaza. – Que merda esse enviado do coisa ruim pensa que está fazendo estragando a minha chance de diversão nessa cidade? Ele que não pense que vou aceitar essa palhaçada numa boa.

— Senhor Salvatore, meu horário de trabalho já acabou, assim como a reunião. Agradeceria se cuidasse da sua vida agora. – Virei as costas para o ser que chamo de chefe e o Stefan estava rindo. – Você ainda quer meu número? – Perguntei só pra ter certeza, vai que o capeta estragou um possível encontro? Aí sim eu o mataria.

— Claro que eu quero... – Ele olhou por cima de mim, provavelmente para o babaca aqui atrás e salvou meu número no celular. – Vou adorar jantar com você, só nós dois. – Já disse como esse homem é lindo? Imagina como fiquei quando ele me deu um beijinho na bochecha e me disse isso, chorei mas não disse por onde...

— Vamos logo não tenho a noite toda não! – Se ele continuar rosnando assim vai parecer um cachorro em breve.

— Eu posso levar ela embora, brother. Vai ser um prazer com toda certeza. – Sorrio com a ideia, mas antes que eu possa responder o idiota do meu chefe já está me arrastando até o carro.

— Ela veio comigo e vai voltar comigo. Boa noite seu bastardo. – O Salvatore parece muito, tipo muito mesmo, bravo até dá para ver uma veia saltando em seu pescoço. Qual é o problema dele afinal?

Entro no carro e logo depois ele entra também e bate a porta com mais força que o necessário. Meu ex-chefe sempre teve um tipo de armadura impenetrável, você nunca sabe o que ele está sentindo ou planejando, o que só me deixa mais irritada com esse silêncio todo depois do seu comportamento estranho. Respirei fundo para não cobrar satisfação agora, senti o cheiro bom de seu perfume e tentei o ignorar, mas só tentei mesmo, porque se tem algo que eu aprendi durante esse tempo que eu o conheço é que Damon Salvatore não é o tipo de homem fácil de se ignorar.

— Qual é o seu problema comigo? – Pergunto quando não consigo mais ficar quieta.

— Por que eu teria um problema com você, senhorita Megan? Você se dá importância demais e depois o arrogante sou eu... – Ah filho de uma boa mãe! Ele me olhou de relance e tenho certeza de que por dentro estava rindo da minha cara nada feliz.

Se esse idiota acha que vou aceitar seu showzinho numa boa é porque não me conhece coitado, ele quer ser um péssimo chefe? Tudo bem, mas tudo tem limite. Chegamos ao hotel e entramos no elevador juntos. Quando estava quase chegando no meu andar respirei fundo e pedi paciência para não cometer nenhum crime aqui antes de apertar o botão de parar do elevador.

— O que pensa que está fazendo, Megan? Ficou louca de vez? – Megan? São muito raras as vezes em que ele me chama assim e droga porque parece que meu nome fica mais bonito quando é dito por ele? É quase como se ele mesmo saboreasse as letras antes de dizer. Não pense besteiras Meg!

— Não penso, estou e você não tem moral para me chamar de louca! Agora me conta qual é a merda do seu problema comigo? Porque juro senhor Salvatore que eu não sei. – Ele suspira e parece pensar um pouco.

— Você não é o problema, Megan. – Ele fechou a mão direita e apertou o botão para fazer o elevador voltar a andar.

— Então qual é? – Ótimo agora ele parece irritado de novo e eu nem fiz nada.

O elevador se abre no meu andar, mas eu não faço menção de sair, quero uma resposta e a terei.

— Você não vai gostar de saber. – Ele se aproxima tanto de mim que por um momento tenho a sensação de que ele vai me beijar, mas ela logo passa quando o vejo apoiar o braço perto do meu corpo com a mão apoiada no elevador praticamente do lado de fora para que ele não se feche.

— Só tem um jeito de descobrir. – Rebato e por algum motivo toda essa proximidade está me fazendo sentir coisas estranhas, deve ser esse perfume bom, é a única explicação aceitável.

— Ninguém te ensinou que não se mexe com o que não pode controlar depois? – Respiro fundo tentando esconder que me sinto afetada por ele.

— Você tá bem mais estranho que o normal, Salvatore. – Falo me esforçando para que minha voz não falhe. Ele tira a mão do elevador e se afasta me dando espaço para sair, o que eu faço quase correndo para tentar manter o pouco de sanidade que ainda tenho.

— Tenha uma boa noite, Megan. – Ele sorriu mesmo na minha direção? Deve ser o álcool, mas foi só uma taça de vinho, quantidade inofensiva.

E assim o elevador se fecha antes que eu possa ter alguma reação além de olhar como uma idiota. Entro no meu quarto e depois de tomar um banho quente tentando não pensar em nada, finalmente me jogo na cama confortável e deixo meus pensamentos livres.

A ultima coisa que lembro de ter pensado é naquele sorriso que ele me lançou antes do elevador fechar. Eu só posso estar enlouquecendo...

O Lutador - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora