Eu aumentava cada vez o volume de meu celular. Puxei a toca de meu casaco cinza de panda para minha cabeça e recoloquei um fone que ameaçava cair na minha orelha esquerda, voltei minha mão para o bolso do casaco e continuei andando para minha sala do colegial. Sia cantava "Alive" e o vento chicoteava a parte de meus cabelos azuis para fora do casaco. Cheguei em minha sala e finalmente pude respirar sem sentir o vento gelado me cortar por dentro em quanto eu inspirava. Sentei em uma cadeira na primeira fila e tirei os fones, os que já estavam na sala me olhavam com uma cara estranha, mas dei de ombros, era meu primeiro dia em Tionaz, aquela escola não podia ser pior das que eu já tinha passado.
Estava no 2º ano do ensino médio e eu me sentia tão presa, tão solitária em meu mundinho particular, que de certa forma aqueles olhares estranhos em minha direção não tinham mais efeito. Puxei meu livro da mochila que estava jogada no chão e abri na pagina em que tinha parado, eu já havia lido aquele livro 5 vezes, e não me cansava de ler, de certa forma eu me identificava com a personagem, mas eu não concordava com o final que o autor tinha dado para ela, no final ela morria de depressão, drogada em um estúdio de fotografia. Suas palavras me deixavam vagando em minha mente como se estivesse dopada por anestesias. Por drogas.
Olhei para o canto da sala onde os meninos estavam conversando e então notei levando um susto que havia mais uma pessoa na sala, ele tinha cabelos castanhos claro e olhos pretos marcantes.Ele me encarava com a face sem qualquer emoção ou expressão de sentimentos, um arrepio passou por minha coluna e de repente o ar ficou mais pesado do que deveria ser. Ele não era normal, não podia ser.
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Anastazia
General FictionMe perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, mas eu não tinha a resposta. Não naquela época. Mas com certeza, essa pessoa que eu me tornei não era quem eu queira me tornar, ou melhor, quem eu queria ter nascido.
