Troisième chapitre

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Branco. A única cor que via era essa. Me encontrava sentada em um -provável- chão infinitamente branco. Meus olhos lacrimejaram com a imensidão incolor de encontro a eles e esfreguei a palma da mão nos mesmos. Me levantei com certa dificuldade e ainda confusa com relação ao local onde me encontrava.

Andei meio insegura para minha direita, sem saber ao certo onde estava e para onde estava indo. Olhava para o branco infinito ao meu redor e isso estava fazendo minha cabeça começar a girar e uma voz feminina ecoar em minha cabeça.

-Ninguém te ama!

-Quem está dizendo isso?- perguntei.

-Não finja que não me conhece, menina! Somos amigas de longa data,huh?- sua risada maléfica ecoou mais alta em minha cabeça e eu fechei os olhos, contendo a vontade de chorar.

-E-eu não sei quem és! Pare de me atormentar!- disse dando passos para trás, tentando fugir da voz.

-Own a bebezinha vai chorar de novo?- sua voz agora era como a de alguém que conversa com um pequeno bebe. E eu era o bebê naquela situação. Aquela voz não me era estranha, parecia que já havia convivido com ela.

-Quem é v-você?- perguntei com medo em minha voz. Um vulto passou por mim, me fazendo virar para ver o que era, porém o mesmo já havia sumido. -QUEM É?

-Sou eu docinho... A solidão. Não lembras mais de mim?

O vulto passou novamente diante dos meus olhos e eu me permito chorar novamente. Como não me lembrei dessa voz? A conhecia tão bem quanto a palma de minha mão.

Ela foi minha única amiga por metade de minha vidar. Era em seus braços que me repousava nas noites frias e chorava até não poder mais, quando me faltavam palavras era ela quem me entendia. Em seu silêncio eu encontrava as respostas para as minhas perguntas mais insanas.

Antes de conhecer Ana e Dave, ela era minha única companheira, não era uma criança muito sociável. Nem os adultos interagiam comigo, simplesmente por ser negra.

Na época,nascer negro era uma desonra. Asilos recusavam velhos, orfanatos recusavam crianças. Só por serem negras!

Apoiei minha cabeça sobre as mãos na tentativa falha de afastar a tontura e a risada estridente que ainda ecoava em minha mente.

-VÁ EMBORA DAQUI! SAIA! - cai no chão com as mãos cobrindo os ouvidos. Ela voltou e não havia nada que eu pudesse fazer. Eu não teria mais ninguém daqui para frente.

Já estava pensando na hipótese de gritar mais alto para tentar espantar as risadas. Porém, senti algo macio segundo as costas de minha mão. Eu tremia e ao segundo que senti esse calor, meu corpo inteiro se tranquilizou.

A mão macia e pequena tirou as minhas dos ouvidos e as pôs a minha frente, logo colocando as suas por cima. Mãos tão pequeninas e com o poder de me acalmar. Levantei meu olhar e encontrei dois oceanos lindos e azuis bem a minha frente, um sorriso branquinho e alinhado com uma janelinha bem na frente.

Encontrei paz naqueles pequenos olhinhos, naquela face quase angelical. Me analisava com uma atenção indescritível, e eu não estava diferente.

De repente, um sorriso estonteante surgiu em seus lábios finos e o menino se levantou, puxando minha mão para que eu o seguisse. Não  hesitei em segui-lo, para onde não sabia, mas o seguia.

O menino parou bruscamente. Olhava exasperado para o alto e apontava incessantemente, segui seu olhar e avistei dois balões seguindo em frente. Não sabia o que significava por isso não me importei,  mas a euforia do garoto estava me deixando agoniada.

-Seguir?- perguntei confusa, sem saber o que fazer. Minha resposta foi um aceno positivo e um sorriso encantador.

Comecei a correr na direção dos balões, porém eles não paravam e eu já estava me cansando. Fechei os olhos e soltei uma lufada de ar.

Todavia, um baque me fez parar e me desequilibrar minimamente. Em que caralhos eu bati se estava no meio do nada?!

-Oh meu Deus, está bem?- uma voz grave, entretanto melodiosa soou e eu estremeço. Deus do céu, mais vozes?

-Estou bem, ma- me interrompi ao momento que olhei para a pessoa a minha frente e senti seus braços ao redor de minha cintura. Um rosto preocupado, calmo e olhos capazes de me fazer sentir diferente, viva.

Autora: Olá raios de sol, como vão ? Bom, primeiramente eu DEVO perdão a vocês por não ter atualizado ontem, isso NUNCA MAIS VAI ACONTECER! Eu nem sei se alguém ainda lê isso aqui é estou pensando seriamente em desistir de lançar Siga os balões como livro :( Ninguém gosta do que escrevo por aqui, então... Cadê os comentários, huh? :(

All the love

Anaxx

Siga os Balões -HIATUS-Onde as histórias ganham vida. Descobre agora