~Fragmentos Corrompidos~

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— O que eu faço com você? Mesmo que te devore agora isso só aumentaria meu apetite e se não o fizer outras criaturas o farão. — Fala para ela, que confusa o encarava.

Apesar da desordem na mente da pequena criatura se apresenta engolindo todo seu choro tentando parecer valente:

— Meu nome é Lhér.

Ele se levanta confuso de suas ações e mais uma vez a observa, vê que quase não usa roupas e tem dificuldades em se apoiar sobre as próprias pernas, cambaleia. Surge na mente de Gnatus:

"Talvez... Eu posso esperar ela crescer, posso aguardar que seu corpo se desenvolva, assim ficarei mais satisfeito, não deve ser tão difícil."

Sorri para a criança:

— Pode me chamar de G.

Estende sua mão, como resposta ela também estende a dela, antes de se tocarem a menina recuou, todo o seu corpo estava latejando sentia o coração bater na ponta dos dedos, o que estava na sua frente era um monstro? Um homem? Embrulhava sua mente com dúvidas inebriantes.

"Essa é a primeira vez que me mostram carinho, como será o toque dele? Quente?"

Hesitante encosta na mão dele, ao perceber como as dimensões são diferentes, como a mão daquele ser é muito maior que a sua, opta por segurar seu dedo indicador, aperta com força e vê que estava errada.

"É frio, muito frio." — Refletia nessas palavras ao mesmo tempo em que seu coração se enchia com um calor incomodo e distinto.

Gostaria de dizer que anos se passaram, mas não foi bem assim, apenas um dia e meio depois "G" estava pirando e dessa vez não era por causa de seu estômago. Haveria ele cometido um erro? Dá forma mais difícil ele estava prestes a descobrir que seres humanos são mais complicados do que parecem.

No meio da floresta com árvores que aparentavam terem sido todas queimadas uma garotinha chorava e um demônio gritava:

— Qual o seu problema? Quanto tempo a sua raça demora pra se desenvolver?

— Eu não vou comer isso — Contradizia Lhér.

Gnatus olhou para o prato que lhe havia preparado ali, a céu aberto, um dos poucos lugares que recebiam luz do sol, não tinha nada de errado, um pedaço de carne que acabará que arrancar de uma centícora, animal aparentado a um antílope com chifres giratórios, insetos grandes, e um copo de mel de fada, reclamava, pois o que mais ela poderia querer?

Estava tão irritado que sacudia vigorosamente a fada em sua mão direita, aperta-a com força, abre a boca mostrando seus caninos afiados aproximando a fada deles, quando fica prestes a engoli-la Lhér grita:

— Não! G! — Encararam-se.

— Se era isso que queria era só ter me dito, tome. — Dá a fada nas mãos dela. — Pode comer.

— Eu não vou comer! — Mostra a língua.

— Como é?

— Vou cuidar dela enquanto você busca algo que eu possa realmente engolir!

Ao ouvir isso suas pálpebras começam a tremer de maneira involuntária. Muito descontente se aventura novamente e ela se dispõe a cuidar da criatura que aos seus olhos é apenas um ser humano em escala menor, a luz esvanece-se e ao lado da fada cai em sono.

No dia seguinte se repete o mesmo problema, o seu corpo já fraco pela falta de nutrientes, porém ela não parecia se importar corria e brincava com sua nova amiga. Gnatus olhava para aquela cena desconfiado e preocupado que talvez tivesse que devorá-la antes do esperado, ao cair da noite, adormecem.

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