Capítulo 8

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Durante o trajeto para o Guarujá, enquanto o Kevin dirigia, não pude deixar de notar como ele é grande, forte. Sua calça jeans marcava bem as coxas poderosas que ele tinha. Em seu braço tinha um roléx prateado, fiquei boquiaberto quando percebi que o relógio era exclusivo, pois tinha o nome do Kevin gravado na parte de dentro. Fico admirando aquela joia, e ele percebe a minha reação quando notei o relógio e antes que eu diga alguma coisa, o Kevin diz:

— Admirando a vista garotão? — sorri presunçoso.

— Convencido! — olho para janela. — Estava olhando seu relógio exclusivo.

Digo virando a cara fingindo estar emburrado com ele. Ainda olhando pela janela sinto sua mão apertar o meu joelho.

"Carinho gostoso esse."

Não resistindo ao seu toque, correspondo passando o polegar com carinho entre os dedos do Kevin, que continua sorrindo. Até que por fim ele diz:

— Eu sempre gostei de te olhar, sabia? — seu tom de voz é suave. — A primeira vez que te vi naquele escritório, com aquela carinha de doente pedindo para ser cuidado, um garoto de olhos verdes com um cabelo bagunçado, não pude resistir. Então falei para mim mesmo: "eu vou conquistar esse garoto". Passei a semana inteira pensando em você, sonhando com você, acordava de pau duro e chamando seu nome, nunca senti uma coisa tão alucinante, quanto a que senti por você naquele momento.

Ouvir essas palavras me deixam perplexo, como um homem desses, rico, poderoso iria se apaixonar tão intensamente por mim. Dúvidas e mais dúvidas. Kevin percebe minha reação catatônica, afago meus cabelos e aperto de leve o lóbulo da minha orelha. Sentir esse toque é uma sensação deliciosa, acordei do transe depois de processar as palavras que me foram ditas.

"Esse garanhão sabe fazer carinho gostoso."

— Uau, cara! Não sabia que você estava tão interessado em mim — respiro fundo e continuo: — Mas eu quero ir com calma, sem pressa. Combinado?

Ele concorda com um sorriso e um simples "ok,' sai de seus lábios.

— Porém, isso não significa que, não gostei de ouvir você dizer que acordava de pau duro chamando meu nome. — Olho para ele e me desato a rir. — Acho que sai no lucro com essa afirmação — digo em meios aos risos.

O Kevin sorri de uma maneira contagiante. Está sendo prazeroso passar essas horas a sós com ele.

####

Quando chegamos ao Guarujá seguimos pelo centro até a orla da cidade. Não está com muito movimento, era uma quinta-feira, por isso ha pouca circulação de pessoas sem contar que estamos no final do mês de Julho, ou seja, o inverno impede que algumas pessoas saiam de casa.

O Guarujá continua lindo. Um lugar que me trás as mais engraçadas lembranças de quando cheguei aqui no Brasil, eu tinha acabo de completar dezoito anos quando voltei, porém, meu ensino médio foi todo em Chicago. Naquela época eu estava com muitas saudades do Pedro, que tinha ficado nos Estado Unido, para terminar os últimos dois anos da faculdade de administração.Então quando vinha passar boa parte dos finais de semana aqui, ficava junto com a Sandra na casa da família dela, nós dois, nos divertíamos bastantes. Eu sempre adorei praia, mar, corpos bronzeados, por falar em bronze. Me olho por dentro da camisa. Estou parecendo uma folha de papel de tão branco, pergunto ao Kevin se ainda está longe da sua casa e ele vendo minha ansiedade, bagunça meu cabelo e diz:

— Já estamos bem perto, meu garotão!

"Esse apelido é até engraçado."

Lembro de um detalhe. Quando ele me convidou para vir aqui, semana passada disse que não usaria GPS pois eu o guiaria até aqui. Ele nem usou GPS e nem precisou da minha ajuda.

Manhã de Domingo (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now