Capítulo 4

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O café da manhã na minha casa é meio na correria. Depois do jantar da noite passada, acabei dormindo no sofá e quando acordei já estava na minha cama, minha mãe me falou que o Pedro me levou até o quarto, eu não estava bêbado nem nada, só tinha tomado duas taças de vinho então, não estava chapado, só tinha ficado meio nervoso com o susto de estar sendo perseguido. O cheirinho de café fresco anuncia que mamãe está na cozinha, ela adora cozinhar para gente, mesmo que isso a faça chegar atrasada no trabalho. Ela é professora do ensino fundamental na mesma escola em que Pedro e eu estudamos por um tempo quando chegamos de volta ao Brasil, foi só para adaptação, afinal de contas tínhamos terminado o ensino médio lá em Chicago, o Pedro já tinha terminado a faculdade e foi fazer um estágio nessa escola.

A dona Rita, além de trabalhar, sempre gostou de cuidar da casa e de nós. Minha mãe é a melhor!

— Hum! Que delicia esse cheiro mãe, está inspirada hoje Dona Rita? — digo enquanto desço a escada e entro na cozinha.

— Inspirada estou sempre meu querido e você sabe que gosto de cuidar de vocês dois! — me beija a testa.

— Ah mãe, você sabe que não precisa fazer isso, mas eu adoro ser cuidado e mimado — coloco uma torrada na boca. — E a senhora sabe me mimar como ninguém!

— Oh mãe! — Pedro grita enquanto desce as escadas — Essa camisa ficou legal? Acho que ficou um pouco apertada.

Ele fala com mão no colarinho da camisa azul claro que estava vestindo.

— Meu filho essa camisa, realmente, está bem apertada em você. Estáum tanto pequena para o seu tamanho — olha o Pedro de cima para baixo. — Cuidado para não rasgar meu filho.

— Ou você está muito gordo ou a camisa encolheu?! Fico com primeira opção. — Gosto de tirar sarro da cara do Pedro sempre, meu dia ficar melhor quando faço isso.

— Vá à merda Pablo! Depois te mostro o que está gordo de verdade, seu idiota! — Ele me mostra o dedo do meio

— Olha os modos! Os dois!

Mamãe nos olha enfurecida, mas com certo divertimento na voz.

— Sem brigas no café da manhã, estamos entendidos? — Ela acrescenta.

— Sim mãe! — dizemos em uníssono.

O Pedro não suporta ser chamado de gordo, tudo que ele fez para se livrar da adolescência de um garoto gordinho e tímido foi se enfiar numa academia e malhar até conseguir um corpo de atleta profissional, isso ele conseguiu, mas eu não posso deixar de zoar com a cara do meu irmão, ele é meu melhor amigo depois da Sandra é o cara que eu mais amo nessa vida. Sempre fomos muito unidos apesar da diferença de idade. Alguns namorados meus, os poucos que tive, tem que tentar agradar meu irmão mais velho porque se ele não gostar, aí ferrou! Ele implica com o cara até cansar, isso é meio chato, mais eu gosto, me sinto protegido e sei que ele faz isso porque quer me ver feliz.

— Então littlie brother, quem é aquele cara que te trouxe ontem e te jogou no sofá, todo cansado? — faz cara de drama. — Eu gostei daquele cara! Ele parece ser legal.

— Então big man. Aquele cara, que você disse que me jogou no sofá. – Olho sério para ele. — É o Kevin Whitmore Junior.

— Porra! Se deu bem hein littlie brother, pegou logo um grande empresário, cheio da grana, agora me conta um segredo. — Ele diz baixinho no meu ouvido.— Ele tem pegada?

— Para com isso seu delinquente! — O empurro da cadeira. — Como você pergunta uma coisa dessas, seu pervertido? — Dou uma risada.

— Só fiz uma pergunta, meu maninho! — mexe no meu cabelo.

Manhã de Domingo (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now