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Gabriela muniz na capa.

Gabriela muniz, 23 anos

Preciso ir bem nessa entrevista, preciso ir bem nessa entrevista.

Uma oportunidade de ser faxineira em uma empresa de grande porte.

- preciso desse emprego mel, preciso muito. Falo bebericando o suco

- calma tá? Eu falei com a Camilla, ela é amiga do dono e secretária também, ela tá responsável por uma parte das entrevistas. Melissa estava no horário de almoço. Melissa é minha melhor amiga, nos conhecemos desde sempre, nossos pais eram amigos

- eu preciso pagar a cirurgia da minha mãe...e estamos a um posso de ser despejadas, só o seu salário não tá dando. Encosto a cabeça em seu ombro. - o que fizemos pra merecer isso em amiga?

- vai dar tudo certo, fica tranquila, Camilla é uma grande amiga minha, ela vai da um jeitinho, ta?. Concordo com a cabeça

.....

- Gabriela, acertei?. Vem em minha direção uma moça sorridente segurando dois copos de café

- sim, Camilla?

- Isso, a Melissa deve ter falado de mim.

- sim, falou sim...você é o meu anjo salvador. Rimos

- a entrevista vai começar daqui 15 minutos...o telefone dela toca. - desculpa, só um minutinho...tem como você levar esse café para aquela sala ali? É só deixar na mesa, por favor

- claro. Digo pegando o café, Camilla se vira e sai para atender o telefone

Tudo certo até eu bater de frente com uma muralha de homem.

-...a tire daqui.

Meu Deus...Meu Deus

Camilla sai me puxando pelos braços.

- eu sinto muito Camilla, diz pra ele que sinto muito. Falo desesperada. -me ajuda por favor

- desculpa mas eu não...

- por favor, sem esse emprego eu não sei o que vou fazer. Imploro para Camilla com lágrimas nos olhos

- eu vou ver o que eu faço...eu vou pegar seu número com a mel e te ligo se eu tiver novidade...mas você precisa ir embora, Sr. Guilherme não é um homem paciente

- obrigada, e me desculpa mais uma vez. Puxo minha bolsa para frente do corpo e vou em direção a parada de ônibus

Dentro do ônibus não segurei mais as lágrimas. Tanta gente com dinheiro e a gente aqui, se humilhando por um salário

....

Já no hospital vou em direção a maca da minha mãe.

- quem tá aí? Quem é?. Fala minha mãe tentando tocar com as mãos

- sou eu mamãe. Um sorriso surge em seus lábios pálidos.

- minha filha. Que bom ter você aqui. Sorri

- porque ainda não botaram a senhora num quarto?. Pergunto olhando ao redor, vendo minha mãe em uma maca no corredor

- aqui eles tratam as pessoas como animais...eu queria ver tanto o seu rostinho filha. Diz acariciando meu rosto. - você deve ser linda, sempre foi, chamava tanta atenção quando pequena. Rimos

- sinto muito mamãe. Fungo

- não foi culpa sua, ninguém teve culpa meu amor, como tá a cicatriz. Põe a mão na minha barriga

PAI SOLTEIRO.Where stories live. Discover now