Padre com pecados

20 de Setembro

*A história será escrita como um diário*

•Maria on
A escola começava amanhã, a minha avó estava numa azáfama enorme a arranjar tudo. O Pedro ia apanhar o autocarro as 13:40 para ir para Coimbra. Tínhamos de almoçar mais cedo para o ir levar ao autocarro. Não sei como me vou habituar a estar sem ele aqui. A avó so reclamava a dizer que o almoço não ia estar pronto a tempo que a tínhamos de a ajudar.

Avó: Maria! Vai dizer ao Salvador para se levantar já para ajudar.

Eu: Esta bem, avó!

*bati a porta 3 vezes*

Salvador: Pode entrar.

Eu: Salvador, tens de te despachar. A avó precisa de ajuda lá em baixo.

Salvador: Para que? É um dia especial? Hoje é o aniversário de alguém e eu não sabia, é?

Eu: Não sejas parvo. Hoje o Pedro vai embora.

*faço uma cara triste*

Salvador: É hoje que ele vai? Não sabia que ia tão cedo.

*levantou-se e abraçou-me*

Salvador: Não fiques triste.*disse ele enquanto me acariciava a bochecha*. Eu estou aqui.

Eu: Eu sei que estás. Obrigada.

Salvador: Vá vamos lá, antes que a avó nos mate. Ahah.

Eu: Ahah. Estou à tua espera na cozinha.

Eu saí do quarto, desci as escadas e fui até a cozinha. A minha avó continuava de um lado para o outro, o meu avô a por a mesa e o Pedro a petiscar do lanche que a avó tinha preparado para a viagem.

Entretanto chegou o Salvador. Ele estava tão giro com umas calças pretas, uma camisa branca, por cima da camisa um polo azul turquesa e uns ténis azuis e brancos. Eu sei que parece estranho mas, eu não vejo o Salvador como meu tio, eu vejo-o como um melhor amigo. Não sei explicar, eu confio muito no meu irmão mas sinto-me mais à vontade com o Salvador, não o consigo ver como tio. Além disso o Salvador e só mais velho que eu 4 anos, parece que somos da mesma idade enquanto que o meu irmão já parece ter 18, o Salvador não parece ter 19.

Fomos almoçar. Durante o almoço, rimos imenso e contamos histórias como se fosse dia de festa. Até que acabou o almoço. Tivemos que correr para o carro que já eram 13:26 e o Pedro não podia perder o autocarro.

Quase nem tivemos tempo para despedidas. Eu chorei porque era a primeira vez que ia estar longe do meu irmão e não sabia quando voltava. Os meus avós não tinham dinheiro para o autocarro todos os fins de semana, então ele vinha fim de semana sim, fim de semana não. Ia ter saudades...
Demos um abraço gigante...montes de beijinhos até que ele teve de ir. Os meus avós estavam tristes e preocupados, eu nem aguentava já as saudades e o Salvador triste, além disso, vai voltar a ficar sozinho naquele quarto enorme.

Voltamos para casa todos em silêncio. Ninguém abria a boca estava tudo triste e já com saudades do Pedro.
O meu avô parou o carro na garagem e saímos todos.

Salvador: Hey, Maria! Queres vir dar uma voltinha?

Eu: Não sei se reparaste mas estou sem paciência para nada.

Avô: Ide lá os dois.

Eu: Esta bem, avô.

Chegamos a casa já eram 19:41 a avó já nos vai chatear a cabeça. A caminhada até foi divertida. Apesar de estar um pouco de calor para isso.

Avó: Finalmente voltaram. Estava a ficar preocupada.

Eu: Desculpa avó. Distrairmos-nos nas horas.

Avó: Não faz mal. Faz-me um favor, diz ao teu avô para por a mesa e tu vai tomar um banho.

Avó: Esta bem.

O avô foi por a mesa e eu subi para ir aquecer a casa de banho para tomar o meu banho. Quando ia a entrar já estava lá o Salvador e eu não tinha reparado. Fechei a porta rapidamente e corri para o meu quarto.

*passado 20 minutos*

Eu estava no meu quarto a escolher a roupa quando apareceu o Salvador de toalha enrolada na cintura.

Eu: Desculpa! Eu juro que não sabia que estavas na casa de banho.

Salvador: Na boa! Não me importei nada. *chegasse mais perto de mim* Como se não tivesses gostado do que viste. *volta-se a afastar e sai do quarto*.

Aquilo tinha sido estranho. Admito que ele está um verdadeiro pão. Desde que anda a ir ao ginásio esta cada vez melhor, mas eu não lhe ia dizer isso. Ele é meu tio.

Eu fui tomar banho. Sempre a pensar naquilo que aconteceu no quarto. Sai da casa de banho e fui jantar.

Avó: Hoje nem fomos à missa por causa desta azáfama do Pedro e amanhã já tens aulas Maria.

Eu: Pois. Vamos para o próximo fim de semana.

Salvador: Graças a Deus que não fomos. Aposto que perdemos muito mas ganhamos um domingo. Ahah.

Avó: Esta calado! A minha amiga Rosa passou aqui, durante a tarde, a dizer que há um padre novo. Ainda ninguém sabe quem é mas dizem que ele é novo, 20 anos, segundo o que dizem.

Salvador: Prepara-te pai que vem aí o padre jeitoso de 20 anos. Ahah.

Avó: Es mesmo parvinho. Levanta a mesa e cala-te. Maria vai preparar-te para dormir.

Eu: Ok avó.

Dei um beijo de boa noite aos meus avós e fui-me deitar. Estava quase a dormir quando o Salvador me acorda a dizer que não consegue dormir sozinho num quarto tão grande.
   Levantei-me e fui com ele para o quarto. Ia-me a deitar na cama do Pedro quando o Salvador diz:

Salvador: Deitas-te na minha cama. Es minha convidada, não a convidada do Pedro.

Ele anda tão estranho. Continuava sem parar de pensar nas palavras dele quando estávamos no meu quarto. Mas tanto insistiu que acabei por me deitar na cama dele. Estava com medo daquela noite confesso mas ele rapidamente adormeceu e eu não tardou também a dormir.