O Casal Encrenca (EDITANDO)

Capítulo: 001

Sam

- Samantha Clark's, eu vou matar você! Expulsa de novo? É a quarta vez só esse ano, menina. -Se tem uma coisa que a minha mãe é é brincalhona e meio maluca das idéias. Mas, quando ela se irrita, saí de baixo. Me identifico um pouco.

- Mãe, você me conhece. E me conhecendo, sabe que eu não ia deixar uma biscate qualquer me chamar de vadia.

- Tá. Mas por que raios você não deu na cara dela fora da escola? Filha, se vai matar alguém, use a cabeça.

- Eu fiquei com raiva. Mas... valeu à pena. -Lembrei da cena da Stacy se debatendo enquanto eu afundava a cara de vaca dela na privada imunda da escola.

- Me conta a história toda.

Respirei o mais fundo que consegui e comecei. Do jeito que minha mãe adorava uma fofoca, seus ouvidos deviam estar apurados.

- Eu estava dando uns amassos no Michael, o meu peguete...

- Aquele que tem um cabelo estranho? Aquele menino é bonitinho até...-Ela comentou, me interrompendo.

- Esse mesmo. Ele até tem cabelo feio e tal, mas beija tão bem que vale a pena. Enfim...a Stacy sempre gostou dele e eu e ela nunca nos bicamos, e quando ela me viu na maior pegação com ele, começou à me chamar de vagabunda, piranha...

- E?

- E que eu peguei ela pelos cabelos e levei ela até o banheiro feminino e...afoguei ela na privada. Só.

- Eu teria aprovado sua atitude SE VOCÊ NÃO TIVESSE SIDO EXPULSA! Amanhã mesmo vou te matricular numa escola nova. E essa será a última! Estamos entendidas?

Bufei, irritada. Mudar de escola sempre é um inferno.

Quando chegamos em casa, desço do carro já esperando ter que contar toda a história para o meu pai.

Acenei para ele quando voei para a cozinha, na expectativa de ter alguma coisa para comer. Não tinha. Pois é...

- Oi, filha. O que foi dessa vez? -Ele perguntou.

- Ela foi expulsa. De novo.

- Hum...-Meu pai deu de ombros.

- Marcelo!

- Ah! Sam, o que você fez para ser expulsa... de novo?

- Afoguei uma biscate na privada.

Meu pai olhou para minha mãe e ele levou as mãos ao alto, como se desistisse de tentar enfiar juízo na minha cabeça.

- Vamos matricular ela numa escola nova. MAS -Ela acrescentou rapidamente. -Se você, mocinha, for expulsa dessa escola também, eu te dou uma surra lá mesmo e você sabe que eu dou.

E era verdade. No jardim de infância, ao ela ir me buscar para virmos para casa, eu soltei um palavrão e ela começou à me estapear no meio da rua...

- Ainda tenho a marca nas costas. -Falei.

- E vai ficar com mais umas cem se não começar à se comportar que nem gente!