Capítulo 10

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Melissa

Cheguei ao dormitório, contei tudo sobre a noite e Clara já começou a bater palmas e dar pulinhos. Ela não se decide, um momento ela diz que eu tenho que esquecer Henri, outra hora ela diz que algo parece estranho nessa história toda e que devo falar com ele e agora ela está aqui pulando de felicidade por John ter me beijado.

Essa mulher é louca!

Parece que ela se esqueceu de que eles são irmãos e que eu sou a péssima garota que se meteu no meio deles.

Depois de passar umas boas horas conversando, fomos dormir.

Estou dentro de um carro cantando musicas com minha melhor amiga e está um engarrafamento infernal do lado de fora. Depois de um bom tempo, nós vemos que o motivo do trafego lento foi um acidente. Olho por cima do ombro do Tio Beto e vejo um carro conhecido, 'parece o de papai' eu digo e todos olham para mim assustados. O carro para e vejo o pai da minha amiga sair do carro junto com a mãe dela. Olho lá para fora e vi um moço dentro do carro se mexendo, parece que ninguém o percebeu ali. Saio do carro devagar enquanto eles estão gritando uns com os outros por algum motivo e corro até o acidente. Levo um susto quando vejo meu pai deitado, todo machucado, me olhando assustado. Ele segura minha mão e começa a dizer algo. Eu começo a chorar e a gritar.

E toda aquela dor toma conta de mim como uma avalanche.

Acordo com um despertador chamado Nick gritando, me sacudindo e me tirando de qualquer pesadelo. Ele me abraça e fala alguma coisa comigo que não entendo. Passo a mão sobre meu rosto e o sinto molhado. Olho em volta e estou em meu dormitório. Está acontecendo de novo!

Nick continua falando muito rápido, ele fica me balançando devagar e cantarolando alguma coisa. Eu não paro de chorar, o sonho atinge forte minha cabeça e tudo volta, o acidente de meu pai, o que ele falou para mim. Ouço Nick falando no telefone com alguém, Clara está aqui também.

Eu me permito relaxar, fecho os olhos e adormeço em seus braços.


Henri

Despertador toca, olho no relógio e são 6h. Me levanto, arranco a única roupa com que durmo, minha cueca, e vou até o banheiro. Ligo o chuveiro gelado, entro embaixo dele e logo ele me passa uma sensação boa.

Saio me enrolando numa toalha e vou até a cozinha preparar algo para comer. Faço um sanduiche e o como com um suco acompanhando. Termino tudo, troco de roupa e saio para mais um dia de trabalho.

Dirigi até a faculdade, dei minhas primeiras aulas do dia e depois fui almoçar. Depois do almoço teria que cobrir uma aula para um professor que havia faltado. Na verdade, ele só pediu para que eu passasse uma dissertação para eles e explicar como deveria ser feito. Nada muito complicado, já que tenho mestrado em outra área.

Tive um almoço agradável com os colegas de trabalho, eles pareceram bem empolgados com a semana de palestra na faculdade onde muitos nomes famosos da aparecem para instruir os graduandos acerca da escolha da residência médica. Todo ano em Julho, antes das férias, ocorre esse congresso.

Fui para a faculdade e para minha surpresa, a turma na qual entraria agora era a de Melissa, pelo menos ela não fugiria de mim dessa vez.

Entrei na sala e meus olhos logo a procuraram, ela não estava, algo que é estranho, já que ela só falta as minhas. Procurei por Clara, mas ela também não se encontrava. Fiquei um pouco preocupado já que nenhuma das duas é de faltar, principalmente tão perto das provas.

Pedi desculpas aos alunos pela falta do professor, os instrui nos seus trabalhos e antes da aula terminar, Clara aparece ofegante na porta. Ela entrou se sentou em uma das cadeiras perto da saída.

"Senhorita Azevedo, parece que nos deu a honra de sua presença." Ela olhou confusa para mim, depois olhou o numero na porta da sala.

"Estou no lugar errado?" ela pergunta.

"Por favor, venha a minha mesa quando terminar a aula." Ela revirou os olhos e ficou encarando o vazio o resto da aula inteira.

A aula terminou e eu a chamei, ela se aproximou e disse que eu precisava ser rápido, pois ela precisava ir a um lugar urgente.

"Aconteceu alguma coisa?" perguntei.

"Nada com que o senhor se preocupe, professor." Ela falou e eu comecei a falar sobre o trabalho com ela, pois devido a seu atraso, ela perdeu tudo o que eu falei a turma.

Ainda falava com ela quando o celular tocou, ela olhou apreensiva para ele depois para mim, mas decidiu atender. Clara saiu de perto um pouco e começou a falar com alguém no telefone.

"Oi Nick... Estou com o professor Thomas... Ele tá me explicando um trabalho, como ela está?... Eu ainda acho que ela deve ficar comigo... Matheus nem fica em casa... Pergunta para Melissa o que ela prefere... Beijos." Ela terminou sua chamada, fechou os olhos com força e depois olhou para mim.

"O que aconteceu com Melissa?" Eu pergunto e ele me encara um bom tempo.

"Não posso dizer, sinto muito." Ela me diz e sinto que está sendo sincera.

"Quem é Matheus?" pergunto com um ciúme que já virou familiar crescendo dentro de mim.

"Irmão mais velho dela e de Nick." Ela responde. "Professor, se já terminamos, preciso ir resolver umas coisas." Ela franze o cenho e sai, me deixando sozinho com meus pensamentos e preocupações acerca de Melissa.

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Por hoje é só, pessoal!

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Querido ProfessorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora