Capítulo 11

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É uma noite longa pra uma vida curta
Mas já não me importa basta poder te ajudar
E são tantas marcas que já fazem parte
Do que sou agora mas ainda sei me virar
Tô na lanterna dos afogados
Tô te esperando vê se não vai demorar
Lanterna dos Afogados - Maria Gadú
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Carolina e Helena estavam sentadas no consultório do médico em silêncio, cada uma com seus pensamentos.

- Helena Vieira-Fernandes? - uma enfermeira baixinha chamou. As duas levantaram.

- Por aqui, por favor. - a seguiram até uma sala. - O doutor Stone já vem.

Elas se sentaram em frente à mesa e um homem entrou.

- Bom dia.

- Bom dia, esta é minha amiga Carolina. - disse Helena.

- Prazer - disse ao apertar a mão do médico.

- Quais foram os resultados dos exames? - perguntou Helena impaciente.

- Bom, eu vou falar de uma vez, ao realizarmos o hemograma identificamos um número muito elevado de glóbulos brancos. Ao que tudo indica a leucemia ainda está no começo.

Helena olhou sem expressão para o médico, Carolina a abraçou.

- O que temos que fazer agora? - perguntou.

- Vamos começar com o uso de remédios, daqui a quatro ou cinco semanas realizaremos um exame chamado Mielograma para sabermos se seu organismo está respondendo ao tratamento.

- E se não estiver? - Helena perguntou baixinho.

- Se seu organismo não estiver respondendo, vamos passar para as seções de Quimioterapia e a transfusão de medula óssea, mas não se preocupe, você é jovem e tem grandes chances de recuperação se fizer o tratamento corretamente - disse o médico em tom profissional.

- Que remédios eu vou ter que tomar?

Quando saíram do consultório foram em direção ao carro. Helena olhava pela janela perdida em seus pensamentos.

- Para onde você está me levando? - ela perguntou quando percebeu que não estavam indo para o seu apartamento.

- Para o meu apartamento.

- Não, me leve para minha casa.

- Não, você não vai ficar sozinha, você decide ou você se muda para o meu apartamento ou eu me mudo para o seu.

Carolina lançou um olhar de desista eu vou conseguir o que eu quero.

- Eu vou ficar no meu apartamento e sozinha.

- Não vai mesmo.

- Carolina? - disse Christian interrompendo seus pensamentos no dia seguinte. - Você está bem?

- Sim, só estou com a cabeça em outro lugar.

Ele a olhou e falou.

- Amanhã minhas irmãs vão vim de Harvard para casa e meus pais vão fazer um jantar, e meu pai me pediu para te convidar, você aceita?

- Claro - disse suspirando. - Acho que terminamos por hoje, estou cansada.

- Espera - ele se levantou e a puxou para seus braços. - Nós podemos ser mais que meros amigos.

- Desculpe, mas eu não vou ser mais um de seus casinhos. - respondeu se afastando.

- Eu ainda vou convencê-la.

- Duvido, tchau, idiota.

- Tchau, cara.

Ela saiu deixando ele com um enorme sorriso.

*

- Você tem certeza? Eu poderia desmarcar esse jantar.

- Tenho, eu vou ficar bem, vou assistir um filme, jantar e esperar você chegar para me contar o que aconteceu no jantar. - disse Helena.

- Tudo bem.

- Peraí, tenho uma ideia melhor, você deve chegar de madrugada, ou melhor ainda de manhã e de preferência com o Christian ao seu lado.

- Eu vou a um jantar com a familia dele, e não dormir com ele.

- Você é um caso perdido - disse ela se jogando no sofá.

- Sou mesmo, amanhã vamos até o seu apartamento pegar suas coisas.

- Não é necessário, eu não vou morar aqui.

- Vai, e não se fala mais nisso. Tenho que ir. - disse olhando seu relógio. - Comporte-se.

- Sim, mamãe.

Ela deu um beijo na testa de Helena e saiu.

Adorável AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora