10°- CAPÍTULO ✝

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Em seguida, algo quente começa a escorrer por toda lateral do meu rosto. Meu machucado mal cicatrizado da noite passada foi aberto outra vez, ótimo. De forma ríspida, passo a palma da mão por cima do machucado, não me importando se estou sujando mais ainda meu rosto de sangue. Eu só quero sair daqui, mas ainda preciso achar Connor.

Solto um curto suspiro e deixo meu olhar cair sobre a maca. Meus olhos se arregalam e eu dou um pequeno pulo para trás assim que encontro alguns instrumentos cirúrgicos ensanguentados sobre ela, mas o que me deixou com arrepios pelo corpo, foi que, em meio a tudo isso estava o casaco de Connor, este também todo sujo de sangue.

Agora a minha infeliz teoria estava concretizada.

Me viro rapidamente e começo a correr em direção a enorme porta enferrujada de ferro branco, mas, pela segunda vez no mesmo dia, outra porta foi fechada na minha frente. Já sentindo meus olhos arderem, junto todas as minhas forças restantes e dou um forte chute na porta, que fez um estrondo, junto com ele, um poderoso trovão ruge do lado de fora. Encosto minha cabeça na grande porta, tentando pensar em uma solução.

— Não sabe o que fazer? — Aquela voz volta me perturbar, agora de maneira debochada. — Eu tenho a solução para isso. Você pode ficar aqui comigo. — Sussurra outra vez, me fazendo ter calafrios horríveis.

Tomando um pouco mais de coragem, finalmente viro meu corpo para ver o dono dessa voz e, para minha surpresa, era ele. Eu nunca iria esquecer desse rosto, mas seus olhos, seus olhos não estavam mais pretos. Seus olhos estavam incrivelmente verdes, e em sua pele não havia sinal algum de veias ou olheiras estranhas.

— Quem é você? — Ainda espantada, faço a pergunta, mesmo que no fundo eu já soubesse a resposta.

Vejo um sorriso de canto surgir em seus lábios, antes dele dar os últimos passos para que nossos corpos ficassem totalmente próximos. Agora eu me encontrava presa entre a grande porta de ferro e ele. E sem um aviso prévio, ele leva suas mãos até a porta, uma em cada lado da minha cabeça. De maneira lenta, ele vai se aproximando seu rosto do meu e eu sinto como se meu coração fosse rasgar meu peito, e que eu poderia morrer a qualquer momento apenas por olhá-lo.

— Você não sabe? Ultimamente você tem falado muito sobre mim. — Diz, a centímetros do meu rosto.

— Eu não te conheço. — Murmuro baixo, franzindo o cenho.

Ele analisa meu rosto por alguns segundos, antes de voltar a sorrir.

— Já faz um bom tempo desde a última vez. — O estranho garoto, diz, me deixando ainda mais confusa e cautelosa.

Ele leva sua mão direita até meu rosto e passa a ponta do seu dedo indicador sobre o machucado na lateral de minha cabeça, traçando o mesmo caminho que o sangue fez pelo meu rosto. Ele continua fazendo seu caminho com o indicador, agora descendo para o meu pescoço e fazendo meu corpo começar a ficar tenso. Quando seu indicador estava quase chegando na região do meu colo, onde uma fina linha de sangue foi traçada, ele para seus movimentos e ergue seu olhar na direção do meu, e apenas em instantes, seu rosto muda drasticamente, se transformando no horror da noite passada.

— Sou Harry Styles. — Outro poderoso trovão rasga o céu do lado de fora, acompanhando suas palavras, e me fazendo encolher entre a porta.

— Styles? Harry Styles? — Pergunto a mim mesma, enquanto deslizo pela porta até o chão, encolhendo os joelhos junto ao meu tronco.

Não. Não pode ser. Harry Styles? Harry Styles está morto, não está? Mortos não falam.

Meus pensamentos gritam em minha mente e o som da chuva forte batendo contra a janela me impedia de pensar com clareza.

REDEMPTION || H.SWhere stories live. Discover now