Parte 3

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O reflexo da cidade passeia pelo vidro do automóvel. 

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Os olhos de Sabrina se enchem de lágrima. Uma dor profunda a atinge. 

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Demitido. Demitido. Demitido. A mente de Sal não para de martelar. 

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Prescon está atrás de Sabrina, passa suas mãos pelo corpo dela num prazer diabólico.  A respiração está pesada e fica impossível reter as lágrimas, uma escapa, abrindo caminho pela face amedrontada.

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Os semáforos alternam as cores em perfeita sincronia, mas nos pesadelos o vermelho toma conta enquanto as horas transcorrem ignorantes dos problemas humanos, automáticas, repletas de regras e condicionamentos. Sal está estirado na cama do seu quarto, no apartamento que divide com Vinny, encontra-se em estado lamentável, parte do lençol está molhada de saliva. Acorda com o toque do celular no chão, instintivamente passa o dorso da mão no rosto, limpando-o, com muito esforço consegue atender a chamada, no entanto, nem se dá conta do que faz.

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Sabrina entra furiosa no escritório do doutor Macedo. Ele está sentado atrás da mesa e se espanta com a abertura abrupta da porta de folha dupla.

― Doutor, eu tentei impedi-la, vou chamar a segurança. ― diz Carol, pesarosa, que chega logo depois de Sabrina.


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