- Trago notícias boas e ruins. – Disse o doutor quando sentou-se em sua cadeira de couro. – Qual vocês querem saber primeiro?

O casal se entreolhou e Ed respondeu:

- As boas primeiro, por favor.

- Tudo bem, então. – Disse e arrumou alguns papéis em sua mesa. – A boa é que você, Srta. Flinn, está com um bebê de cinco semanas se desenvolvendo perfeitamente saudável em seu útero. A má notícia é que essa gestação pode ser um pouco complicada, pois nós achamos um nódulo maligno em sua parede uterina.

Os sorrisos que ocupavam os rostos dos dois desapareceram lentamente, sendo substituídos por feições de preocupação.

- E o que isso quer dizer? – Perguntou Alice, o medo já tomando a sua voz.

- A senhorita tem que tomar muito cuidado com sustos, estresse ou até mesmo movimentos bruscos demais. Se passar por alguma dessas coisas, você corre o risco de sofrer um aborto.

A tensão se instalou no ar, o medo e a preocupação estampados nos rostos de Ed e Alice. Depois de alguns momentos de silêncio quase absoluto, o rapaz resolveu quebrar o gelo:

- Acho que não teremos mais filmes de terror nem montanhas-russas por uns bons nove meses, então. – Ele disse em tom de brincadeira, conseguindo de volta parte do sorriso de sua esposa e uma boa risada do doutor.

- Definitivamente não. – Concordou Dr. Madson e os dispensou de seu consultório.

24 de dezembro

Ed cantarolava baixinho a letra de uma música que tocava no rádio do carro, enquanto dirigia até a casa de sua mãe em uma cidade vizinha.

- I'll hold you tightly, give you nothing but truth. If you are not inside me, I'll put my future in you... – Cantava o rapaz com uma voz quase angelical. Alice sempre o perguntava se ele não queria seguir carreira de cantor, a o que ele sempre respondia da mesma maneira: "Isso de ser famoso é muito inconstante. Além do mais, eu já tenho tudo o que preciso."

- Sabe, eu aposto que ele vai ter os meus cabelos ruivos e os seus olhos azuis. – O rapaz falou de repente, atraindo a atenção da garota para ele.

- Ah é? E o que mais? – Ela perguntou, sorrindo e apoiando a mão em sua barriga protuberante.

- Ele vai ter o seu sorriso, também. E covinhas nas bochechas. Estou louco para poder pegar ele nos braços, para ele agarrar meu dedo e nunca mais soltar, para fazer ele dormir na cama ao nosso lado e protegê-lo de tudo. – Ed continuou falando enquanto Alice acariciava a criança e olhava apaixonadamente para o marido.

- Parece que alguém está bem ansioso, hein. – Alice disse e riu. Ed apenas lançou um sorriso com um "é mesmo?!" implícito para ela, e logo voltou sua atenção para a estrada.

Ao chegarem à casa da mãe de Ed, onde passariam o Natal, foram recebidos com muitos abraços e beijos de toda a família. As duas irmãs mais novas, Sophie e Lizzie, de 16 e 18 anos respectivamente, brincavam na sala com seu sobrinho, Sammy, de 2 anos, filho de Ryan, o irmão mais velho de Ed, com 28, e Kat, sua esposa.

- Alice, querida! Como você está? – Perguntou a sua sogra, Sra. Flinn, fazendo Alice se sentar um uma poltrona na sala.

- Estou bem, obrigada! Seu filho está fazendo um ótimo trabalho de enfermeiro particular. – Alice respondeu e fez todos os presentes darem risada.

Depois de alguns minutos de conversa jogada fora, um cheiro maravilhoso veio da cozinha.

- A torta para mais tarde deve estar pronta. – Disse Kat, se levantando de indo em direção a cozinha, com as suas cunhadas a seguindo.

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