#15: ROSE

133 24 4
                                    

Andamos de volta pra Times Square, e ignoramos vários táxis vazios que passam pelas outras ruas até chegarmos de novo à Broadway. Só então, Owen faz sinal para um carro parar e nós entramos. Dessa vez, quando o taxista pergunta pra onde vamos, dou o meu endereço.

Estamos muito mais próximos no carro dessa vez, apesar do banco traseiro ser consideravelmente maior nesse táxi do que no anterior. Sentamos com as pernas coladas uma na outra, como se estivéssemos economizando espaço pra um terceiro passageiro invisível.

Não sei se sou eu que tomo a dianteira ou se é Owen, mas em algum momento nossas mãos se encontram. Começa simples, com o dedão dele cruzando o meu e as costas das mãos se encostando. Depois, Owen vira a palma da mão para cima e eu encaixo meus dedos nos dele. Sua mão está quente, a palma levemente suada, mas não de um jeito nojento.

Ficamos ali por um tempo, as mãos unidas em silêncio, e não consigo ter coragem o bastante pra erguer os olhos para ele. Está tão perto agora. Posso quase sentir o peso dos lábios dele no meu, uma corrente elétrica de antecipação se espalhando por cada veia do meu corpo. Até os pelos do meu braço estão arrepiados.

Ele murmura meu nome. Rose. Ergo os olhos.

Oh, meu deus, ele vai me beijar.


Uma noite inesquecívelWhere stories live. Discover now