Capítulo 4

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Gabriel saiu do hospital quase um mês depois, exatamente no dia do meu aniversário. Para minha surpresa ele chegou na escola na hora do intervalo e carregava com ele um pacote bem grande e colorido. Eu estava sentada em uma mesa com Jéssica e Juliana pois Megan havia ido ao banheiro. Como eu estava de costas para a porta não vi a aproximação de Gabriel, que chegou tampando meus olhos com as mãos. Como não sou boa em adivinhas não conseguia de jeito nenhum acertar quem era a pessoa, até que enfim Jéssica descreveu a aparência do rapaz e de cara percebi que era Gabriel. Quando dei a resposta certa ele destapou meus olhos e me levantei em um pulo para abraça-lo porém ele foi mais rápido que eu. Me abraçou enquanto me desejava parabéns e cantava "Parabéns pra você" em meu ouvido. Ao terminar de cantar a música ele me soltou e entregou o enorme pacote colorido em meus braços.
- É para mim?
- Abra!
Assim que comecei a rasgar o pacote percebi que era uma pelúcia. Quando terminei de tirar o papel colorido vi que era um enorme urso de pelúcia.
- Você não fez isso!
- Fiz sim haha.
- Ai meu Deus, você é maluco!
Lhe dou um abraço bem forte e agradeço a ele pelo presente e recebo como resposta:
- É só o começo.
- Como assim o começo?
- Você vai ver...
Ficamos na escola até acabar o último período e na saída Gabriel estava me esperando.
- Pronta pra surpresa?
- Acho que estou.
Ele era mais alto que eu, então pôs a mão por cima do meu ombro e colocou seus óculos de sol caminhando em direção ao ponto de ônibus.
O primeiro ônibus que apareceu foi em direção ao centro da cidade e ele me disse:
"Nosso transporte chegou. Vamos?"
Fiz que sim com a cabeça e entramos no ônibus, ele pagou minha passagem e nos sentamos nas cadeiras altas. Assim que chegamos ao nosso destino ele puxou a cordinha e nós descemos na frente do shopping.
- Você fez esse mistério todo pra me trazer ao shopping?
- Sim, exatamente por saber que você não tem paciência para surpresas.
- Parece que você realmente me conhece muito bem.
- Vamos correr, senão podemos nos atrasar. /Disse tirando os óculos e me puxando para dentro do shopping.
Estávamos andando normalmente quando ele me disse para esperar um minuto. Alguns minutos depois ele voltou com uma sacola.
- O que tem na sacola?
- Você vai saber mais tarde.
Fomos até uma loja de balas e enchemos uma sacolinha com várias delas, de todas as cores e sabores. Ele olhou a hora em seu celular e disse que estava quase na hora do cinema. Então saímos correndo pelo shopping até chegar no lugar onde ficavam as salas de cinema. Ele já havia comprado os ingressos então entramos direto na sala e nos sentamos no fundo. Estranhei pois não havia ninguém além de nois dois no cinema, porém assim que as luzes se apagaram todos os meus amigos começaram a entrar pelas duas portas que haviam nas laterais da enorme tela. Eles foram se sentando perto de mim, colocando seus óculos 3D e eu podia ouvir o gás que saía ao abrir as várias latas de refrigerantes, quando observei que havíamos ocupado metade da sala do cinema.
Assim que o filme acabou me despedi deles e cada um foi para um lado do shopping e novamente fiquei sozinha com Gabriel, que me entregou a sacola. Ao abrir encontrei um biquíni e uma toalha de banho.
- Vai colocar o biquíni. Nois vamos ver o pôr do sol na praia hoje.
Dei um abraço rápido nele e corri até o banheiro para colocar o biquíni por baixo da roupa. Assim que sai ele me esperava com dois sorvetes de baunilha. A praia ficava a apenas quatro quilômetros do shopping então fomos a pé sem nos importar com o sol. Quando finalmente chegamos lá, Gabriel me largou no calçadão e saiu correndo para o mar largando a blusa e os chinelos no meio do caminho. De dentro da água ele me gritou:
- Vem pra cá! A água está uma delícia.
- Vou daqui a pouco.
Não se contentando com minha resposta ele foi até a areia completamente molhado e me abraçou, me deixando encharcada. Quando fui brigar com ele, acabei sendo interrompida por uma atitude inesperada. Ele me pegou no colo e me carregou até a água e quando chegamos lá fui lançada com tudo em cima de uma onda. No pouco tempo que estive em baixo da água decidi brincar um pouco com Gabriel. Fingi que estava me afogando e quando ele chegou para me resgatar dei um pulo em cima dele, o fazendo afundar e isso seguido de inúmeras gargalhadas. Depois de um tempo brincando na água um caldo me levou até ele. Eu caí em seus braços e nossos olhos se encontraram. Não sei dizer o que senti como aquele olhar que parecia examinar a minha alma através dos olhos. Ainda estávamos nos olhando quando ouvimos alguns gritos vindo da areia. Quando olhamos na direção da areia vimos Jéssica, Carlos e Júlio vindo em direção ao mar.
- O que vocês estão fazendo aqui a essa hora? /Gritou Jéssica
- Estamos nos divertindo. /Respondeu Gabriel
- Gabriel, você esqueceu da segunda parte do plano? /Disse Júlio
- Ai meu Deus! Eu realmente esqueci. Vamos, Ana! /Disse me puxando
- Vamos pra onde?
Ninguém se atreveu a responder minha pergunta. Gabriel me jogou uma toalha, se enrolou em outra e pegou nossas coisas. Fomos correndo até o carro de Carlos, que parou na frente da casa de Gabriel. Ele me puxou até sua casa com o pessoal vindo atrás de nós. Quando entramos ele me entregou mais dois pacotes.
- Mais presentes?
- Sim, e quero que você os coloque depois do banho.
Ele foi até um dos banheiros para tomar seu banho enquanto eu fui abrir os outros presentes. Era um vestido preto curto bem simples, porém muito lindo. No outro pacote havia um salto alto vermelho, simplesmente maravilhoso. Fui para o outro banheiro tomar meu banho e ao sair encontrei todos arrumados na sala somente me esperando.
Jéssica estava com um vestido rosa também curto e um salto preto. Carlos estava com uma calça jeans e uma blusa preta. Júlio também estava com uma calça jeans porém mais escura que a de Carlos, e usava uma blusa laranja. Gabriel estava com uma calça jeans clara e uma blusa vermelha para combinar com o lindo sapato que havia me dado.
Entramos no carro de Carlos. Jéssica estava no carona, Carlos dirigia, eu estava no meio do banco de trás. Na minha direita estava Gabriel e na esquerda Júlio.
Do nada Carlos parou no meio do caminho na frente de uma floricultura. Os três meninos desceram do carro deixando eu e Jéssica no carro sozinhas. Jéssica leu alguma coisa em seu celular e disse para descermos. Assim que coloquei os pés para fora vi os meninos segurando um enorme buquê de rosas vermelhas. Na hora eu corri e abracei os três dizendo que eles eram os melhores amigos do mundo. Não sei como eles conseguiram colocar o buquê dentro do carro, mas continuamos seguindo para nosso destino.
Depois de meia hora Carlos estacionou o carro na frente de uma boate. Na frente da boate encontramos Juliana, Megan e Samantha. Samantha correu para falar Júlio e a Juliana para beijar o Carlos. Samantha e Júlio já namoravam a quase um ano e eram realmente um lindo casal. Já Juliana e Carlos se pegam a bastante tempo, mas nunca assumiram nada e não faço ideia do por que disso. Antes de entrarmos na boate, cada um deveria ter um par. Juliana e Carlos foram os primeiros a entrar seguidos por Júlio e Samantha. Jéssica estava desacompanhada então entrou com Megan que também estava sem ninguém, pois seu namorado estava viajando. Eu obviamente entrei com Gabriel. Logo quando chegamos, um menino alto, de olhos verdes e cabelos castanhos claros veio na direção de Jéssica e a chamou para dançar. Eu fiz um sinal para que ela dissesse sim e ela foi dançar com o rapaz. Ficando a noite inteira com a companhia dele. Gabriel pediu uma bebida para mim e outra para ele. Estávamos sentados no balcão do bar quando chegou um homem mais ou menos da minha altura me chamando para dançar. Eu aceitei e ele me levou para a pista de dança. Dançamos por bastante tempo e reparei que Gabriel nos fuzilava com o olhar. Até que em um momento o homem, que eu descobri se chamar Pedro, me beijou. Ainda estávamos nos beijando quando senti um puxão no meu braço. Ao interromper o beijo e olhar quem havia me puxado vi Gabriel.
- O que pensa que está fazendo?
- Você não pode sair por aí beijando qualquer um que estiver na sua frente.
- Claro que posso. E não vai ser você que vai me impedir!
- Vou ser eu sim. Você nem conhece esse homem.
- E se eu conhecesse você daria esse ataque?
- Não estou tendo um ataque. Só estou tentando proteger você.
- Eu não preciso da sua proteção!
Ao dizer essa frase sai pela porta da boate e fui em direção da minha casa. Minha mãe como sempre estava fora da cidade então não teria nenhum problema em eu chegar a essa hora em casa. Ao sair da boate vi um pequeno grupo de pessoas paradas na frente dela com algumas latinhas de cerveja na mão, então tirei meus sapatos, os levando na mão e indo a pé, sozinha rua a dentro. Alguns postes haviam queimado, deixando a iluminação da rua um tanto macabra. Mas eu nunca tive medo de assombrações.
Segui pensando na atitude de Gabriel e de como ele havia me deixado irritada com seu jeito mandão. Até esses pensamentos serem distanciados por uma fraca sombra que me seguia por aquela rua quase completamente tomada pela escuridão. Pensei que pudesse ser alguém do grupinho que havia visto na frente da boate então não me importei muito. Até que a sombra, foi chegando cada vez mais perto...
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Oi gente! Esse capítulo foi bem grande e espero que vocês gostem. O capítulo 5 vai sair na quinta-feira por volta de uma da tarde. Vou tentar postar os capítulos dia sim dia não ou com um intervalo maior pra deixar vocês mais curiosos em relação ao livro. Se estiverem gostando não se esqueçam de apertar na estrelinha, vai me ajudar a continuar escrevendo. E se estiverem gostando mais ainda comentem aqui para eu saber! Um beijo, Na ❤

Aconteceu em DezembroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora