Cap.6

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Não sei como, mas vejo-o cambalear para o lado. Um soco. Finalmente alguém veio me ajudar. Justin.

Ele pega o cara pela gola do moletom e o carrega para fora. Eu os sigo, me arrasto no chão até o vidro que dava para a sala de estar, aonde dava para ouvi-los perfeitamente. Arranjo coragem de onde nunca ouve e os sigo. Ouso Justin falar com ele através do vidro.

-Tá maluco? O que eu te disse? Ela não!  A Sofia não! -Justin dá um soco nele.

-Qual é, não posso me divertir?

-ELA NÃO! Sai daqui. Não quero arrebentar a sua cara. Amanhã a gente conversa lá no galpão. Agora, não olhe na minha cara. Sai.

O homem passa correndo por minha sala e sai pela porta. Justin volta até a mim e eu continuo no chão. Minha costa dói muito e minha cabeça também. Eu estava com medo. Eu tenho medo do Justin.

-Sofia ...

-Não encosta em mim! Vai embora. Eu vou gritar!

-Calma, quero apenas te ajudar!

-Você é como aquele cara, agora SAI daqui. -Digo chorando.

-Sinto muito, mas não posso te deixar assim.

Ele me pega no colo  e óbvio até penso em gritar, mas noto que ele não estava com plano te me sequestrar nem nada do tipo.

Ele me coloca dentro do carro e partimos, rumo a um lugar que eu desconhecia. 

Paramos em frente a uma emergência. Eu não queria está ali. Justin me entrega sua blusa para que eu vista e me pega no colo para me levar lá pra dentro.

Aquele terrível cheiro de hospital é igual em todos os lugares. Todos os hospitais são iguais, na verdade. Me faz lembrar meu pai em seus momentos de sofrimento. Eu estava tão mau, que quase chorei em frente à pessoas. Eu odeio chorar em frente aos outros.

Logo uma maca veio e Justin me coloca em cima. A blusa dele estava suja de sangue, pelo jeito não foi um simples machucado. Eu ainda estava anestesiada com tudo isso. Ainda não caiu a fixa de que eu quase fui violentada sexualmente.

Um médico se aproxima de mim e pergunta o que aconteceu. Eu estava aérea e parece que perdi o dom da fala. Eu movimentava a boca, mas não saía som algum, apenas lágrimas escorriam por meu rosto juntando-se com o sangue.

-Um cara tentou abusar dela e também bateu nela, como você pode vê.

-Você é o que dela? -O médico pergunta a ele.

-Apenas o vizinho ... -Ele diz sem me encarar.

Justin on!

Foi tudo tão rápido. Eu não entendo como o Bryan pode ter feito isso. Eu falei que "ela não". Não sei, me sinto na responsabilidade de cuidar dela, é estranho. Quando vi o Bryan batendo nela, minha primeira reação foi pular o muro e ir atrás dele, óbvio. Óh céus, por que mandou ela para morar na 212?

Vejo Helena, Isabella e o Gabriel chegarem e sem aviso prévio recebo um violento soco no rosto. Às vezes eu não entendo minha prima. Ela me arrasta para o canto brava e começa a brigar.

-O que você fez com ela? Tá maluco? Ela não Justin!

-Ei! Eu apenas a trouxe para o hospital. Nada mais ... Eu vi o Bryan batendo nela, então eu pulei o muro e fui ajudá-la.

-Se eu descobri que não foi só isso, eu te mato. Entendido?

-Sim ...

Helena é pior que Bryan. Ela tem sangue frio. Se precisar matar para defender quem ela ama, ela mata sem nenhum problema. Ela não parece uma simples garota de 17 anos. Seu rosto engana até a seus pais, mas a mim, que sou seu companheiro de assalto, não. Na verdade, Helena nunca matou, apenas participou de um assalto ao banco, e devo dizer que ela tem jeito para a coisa.

Após meia hora mais ou menos, o médico vem falar conosco. Sofia está bem, não quebrou nada. Apenas machucou um pouco, mas já a medicaram. Ela felizmente já esta liberada.

Ela veio em uma cadeira de roda e sorriu para todos. Ela se levanta e apoiada em mim, caminha até o carro. Sento-a no banco e por fim, ela resolve falar algo.

-Hum ... Obrigado. -Helena a encara meio que sem entender e eu faço o mesmo.

-De nada ... Eu ... Apenas fiz o que devia ser feito.

-Exatamente o que eu também vou fazer. O que deve ser feito. -Sofia diz ainda abalada.

-O que você quer dizer com isso? -Pergunto.

-O cara que fez isso, vai se arrepender amargamente. Ele vai se arrepender por todas as garotas do 212. E você não sabe o que é melhor ...

-O que?

-Não vou nem precisar da sua ajuda para ferrar seu amiguinho. -Ela diz descendo do carro.

-Sofia, deixa que eu te levo ...

-Não. Gabriel me leva, né?

Aquele idiota concorda e eles partem. E resolvo por fim, ir para a minha casa. Fico com uma enorme raiva do Bryan. Será que ele não percebe? Às vezes nem eu percebo. Só sei que o que está ao nosso redor é maior que qualquer desejo. Ela é uma bomba relógio, o problema é que nem ela sabe disso. Mamãe não a contou.

Sofia on!

Após diversas tentativas de me fazer ir dormir na casa dele, Gabriel por fim desiste. Não posso ficar privada de entrar em minha casa, oras! Na verdade, estou tranquila pois sei que o cara não irá voltar. Tenho absoluta certeza disso. Justin pode ser traficante, assaltante, assassino ou o que seja, mas ele mesmo sem motivos, me protege. Tenho isso ao meu favor. As histórias que Helena me contou sobre essa casa são horríveis! Sempre, uma menina de minha idade mais ou menos, morre nessa casa. Sempre alguém a mata. Como vingança não sei. Para ser sincera, não acreditei quando ela disse, mas agora ... Quero apenas acabar com esse filho da puta. Apenas rezo para não ser o Justin. Ele não ...

[A garota do 212]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora