Nada de mim

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Nada de amor por hoje, nada de você. Nada desses olhos castanhos, nada desse cabelo que eu adoro bagunçar, nada de risadas, nada de fotos, nada de sentimento. Me proibi da tua presença, do teu cheiro, do teu beijo, do teu carinho. Eu já suspeitava de um tempo perdido, tinha uma ideia desse "para que?", para que estar junto, para que estar perto? Por que preciso de você? Te procuro no escuro, olho em volta, olho para a cama, olho para o teto, nada vejo. Que estranho, sempre tive medo do escuro, e agora encontro mais um motivo para tê-lo: essa sua ausência no escuro me apavora. Mas deve ser melhor, todo mundo vê. Os móveis da sua casa se acostumaram a me ver, mas você mesma verá, junto com o travesseiro e os lençóis, que minha ausência, com o tempo, não será mais sentida. É melhor assim, porque se você aparecer nesse escuro, volta tudo: O amor, você, seus olhos castanhos, seu cabelo pra bagunçar, risadas, fotos e sentimento. Volta teu cheiro, teu beijo, teu carinho. E depois? Volta o nada. Nada você, nada de mim também.

Ao Meu Bloco de NotasTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon