Capítulo 3: Bem-vindo ao Colégio Pequenópolis

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"Ela foi levar um documento até a diretoria, mas já deve estar voltando!" – respondeu Lois.

Nesse exato instante Chloe Sullivan voltou à redação, deparando-se com os dois estudantes. Assim que Peter voltou-se para a editora do jornal, seu corpo estremeceu.

Parker não sabia mais onde estava. Percebeu que naquele momento sentia-se como quando ainda era uma criança em Nova York, no dia em que sua amada Mary Jane mudara-se para a casa ao lado da sua. Os olhos do rapaz brilharam e seu coração bateu mais forte, enquanto contemplava aquela linda garota de cabelos loiros, que agora sorria diante de si.

"Bom dia!" – saudou Chloe.

"Olá!" – respondeu Clark. – "Quero que conheça uma pessoa, Chloe!".

Apenas nesse instante a recém-chegada notou a presença do rapaz de óculos. Clark fez as apresentações:

"Peter, esta é Chloe Sullivan, editora do jornal! Chloe, este é Peter Parker, que acabou de se mudar para Pequenópolis, vindo de Nova York! Ele está interessado na vaga de fotógrafo!".

"Sério?" – perguntou Chloe.

"Sim" – respondeu Peter, um tanto sem jeito. – "Gosto muito de fotografar, e acho que seria bem interessante trabalhar num jornal!".

"Clark Kent, como sempre salvando minha vida!" – riu a repórter. – "Estou precisando muito de um fotógrafo que goste do que faz! Acho que você é a pessoa perfeita! Também seria ótimo ter alguém a mais para nos auxiliar a desvendar os fatos misteriosos que ocorrem nesta cidade, como o recente atentado a Lex Luthor!".

"Puxa, será um prazer trabalhar com você!" – afirmou Parker.

Chloe deu uma risadinha, um pouco corada, e seu olhar encontrou os olhos de Peter por um instante. Em seguida Clark falou:

"Vamos, Peter! O sinal já vai bater!".

"Passe aqui depois da aula para nós acertarmos o preenchimento da vaga!" – disse Sullivan.

"Certo!" – respondeu Parker, fascinado pela beleza de Chloe.

Os dois jovens deixaram a sala, e Lois percebeu que a prima estava nas nuvens. Num sorriso, ela disse a Chloe:

"Acho que esse novo aluno tem uma queda por você...".

"Será?" – perguntou a editora do jornal, olhos brilhando.

No sombrio galpão ocupado por criminosos, os meliantes, sentados em caixas, encontravam-se reunidos ao redor de seu líder. Este, de pé, disse, tirando um cigarro da boca:

"Hoje à noite agiremos novamente! Creio ter encontrado um bom estabelecimento para assaltarmos. Trata-se de um café freqüentado por jovens, chamado Talon. Preparem bem suas armas e intimidações, não quero que este roubo fracasse como quando invadimos a Mansão Luthor!".

O chefe do bando voltou-se para o fundo do local, onde havia um bandido afastado dos demais, envolto pela penumbra, de pé junto a uma parede, como se as trevas o protegessem.

"Ouviu bem, novato?" – indagou o líder dos criminosos num sorriso maligno.

Aquele que baleara Lex Luthor encarou o fumante por alguns instantes, seu olhar transmitindo enorme raiva e inconformismo, para em seguida assentir com a cabeça. Por mais que tentasse, não conseguia compreender os homens dentro daquele galpão. O que os impulsionava a tomar o que era dos outros, tirando a vida alheia se fosse necessário? O que os levava a apontar uma arma para uma pessoa inocente, forçando-a a entregar seus pertences através de gritos e palavras cruéis? Em resumo, o que se passava na mente de marginais como eles? Ele tinha que entender, por essa razão estava ali. Assim poderia combatê-los.

Logo que o sinal bateu indicando o fim do período de aulas, Peter Parker seguiu rapidamente até a redação do "A Tocha", ansioso em oficializar-se como fotógrafo do jornal e, principalmente, rever a bela Chloe Sullivan. Quando pensava na repórter, o jovem sentia-se como quando surgia em sua mente Mary Jane, até então a única garota pela qual Peter realmente vira-se atraído. Mas as coisas estavam prestes a mudar...

Entrando na sala, o novo aluno do Colégio Pequenópolis encontrou Chloe sentada diante de um computador, pesquisando em vão algo que pudesse levar aos homens que invadiram a residência de Lex Luthor. Ao ver o rapaz, a jovem abriu um sorriso, dizendo:

"Peter! Fico feliz em vê-lo! Espere um pouco, vou pegar a folha que você precisa preencher. Sente-se!".

"Obrigado!".

Parker sentou-se numa cadeira, enquanto Chloe caminhava até um armário. Após alguns segundos, Peter arriscou-se em olhar para a jovem enquanto ela procurava pelo papel, e esta, percebendo que era observada, sorriu mais uma vez para o estudante.

"Então você veio de Nova York?" – perguntou Chloe amavelmente, já com a folha em mãos.

"Sim" – respondeu Parker, não sabendo ao certo o que dizer. – "É uma grande cidade!".

Em seu íntimo, Peter reprovou-se duramente pela réplica tão óbvia. "É uma grande cidade!". O rapaz era incrivelmente desajeitado com garotas, e essa era uma das principais razões de não fazer sucesso entre elas. Mas, ao contrário do que pensava, a resposta acabou iniciando uma conversa interessante:

"Puxa, isso tudo deve estar sendo bem complicado para você..." – afirmou Chloe. – "Mudar-se de uma grande metrópole para uma cidade tão pequena e atrasada quanto Pequenópolis...".

"Confesso que de início achei que não conseguiria me adaptar, mas já estou gostando bastante daqui" – disse Peter, enquanto Sullivan colocava o papel sobre a mesa. – "Sem dúvida, pessoas como você fazem com que eu me sinta muito bem-vindo!".

"Fico contente em saber disso!".

Peter apanhou uma caneta e iniciou o preenchimento da folha. De quando em quando olhava para Chloe, que abria seu encantador sorriso para o jovem. Por um instante, o rapaz desejou que aqueles felizes minutos durassem para sempre...


Smallville: ReuniãoWhere stories live. Discover now