TRILOGIA MFB - COMPLETA

Capítulo 2

Luke's

Depois de um dia exaustivo de trabalho, já estávamos com uma campanha nova, uma capa nova, passei a manhã e a tarde trabalhando junto de Melanie e Lua, as duas assistentes mais lindas que há nessa editora. Bom, mas, isso não vem ao caso. Roobertchay havia me contado a história de sua relação com Rebeca e agora eu entendia tudo, perfeitamente. Ele gosta de Melanie desde que entrou nessa editora para assumir tudo, mas, seu pai, meu tio, fez chantagem para que ele ficasse com Rebeca, tudo por dinheiro, que cara escroto. Eu demorei cinco anos pra entender isso e agora que sei de tudo, queria ajudar, eu gosto dela e dele, meu primo merecia ser feliz, assim como eu quero ser, eu apenas estou vendo a história de outro ângulo. O ângulo do amor. Vou convidar Lua pra sair.

— Queridas, acho que por hoje é só! Já está tarde e quase todos já foram embora. — Eu me levantei da cadeira e encarei as duas que estavam bocejando de tão cansadas. — Podem ir, já estão caindo de sono. Obrigada pela ajuda. Em casa eu termino isso.

— Tudo bem Luke, eu não aguento mais ver esses papeis, estou vendo tudo trocado! — Lua falou bocejando e eu apenas sorri sincero, ela é linda até bocejando. — Se quiser, eu chego mais cedo amanhã para continuar, você não precisa levar trabalho pra casa.

— Tudo bem então, podemos vir juntos, assim Melanie não precisa acordar tão cedo, não é Mel? — Eu a cutuquei, pois ela estava deitada sobre os papeis e nem sequer escutava nossa conversa. — Melanie, está nos escutando? Fronckowiak!

— Hum... Quê? — Mel resmungou e eu a cutuquei mais uma vez, Lua apenas segurava o riso ao ver o estado da amiga. — O que eu perdi?

— O sono não foi. Certeza! — Eu dei uma risadinha fraca e Lua me acompanhou, soltando o riso que estava tentando prender. — Vamos embora meninas.

Eu arrumei minha pasta e elas ajeitaram os papeis que estávamos mexendo, depois que saímos da minha sala. Eu a esperei arrumar suas bolsas e descemos juntos até o estacionamento, indo cada um para seu carro.

— Vamos ver quem chega primeiro! — Eu falei brincando após entrar no meu carro e vê-las procurarem as chaves do carro. — Até vocês encontrarem alguma coisa nessa bolsa enorme, eu já vou estar em casa e dormindo profundamente.

— Idiota! — Mel falou tentando conter o bocejo e eu sorri, já ligando o carro e acelerando. — Achei!

— Você não devia apostar corrida comigo, Brandon! — Lua olhou diretamente para mim e abriu o carro na mesma hora, as duas entraram no carro, Melanie estava tão sonolenta que Lua pegou o volante. — Grande erro seu!

— O meu único erro foi ainda não ter te convidado pra sair! — Eu falei e sai em velocidade do estacionamento, deu tempo apenas ver o sorriso brotar em seu rosto, confesso que adorei.

(...)

Suede's

Hoje foi um dia exaustivo. Muito trabalho. Tanto que ficamos até mais tarde para terminar uma nova campanha. Quer dizer, eu fiquei sozinho em minha sala, enquanto Luke ficou com Melanie e Lua, tratando de alguns papeis da mesma campanha. Sortudo. Apenas consegui ver os três saindo da sala dele, cheios de risonhos e graças, pareciam felizes. Estavam felizes, embora com sono. Pude ver Melanie encostando sua cabeça na amiga de tão sonolenta que estava. Até o seguinte momento que os dois sumiram de minha visão e eu fui embora mais uma vez, sozinho. Dirigi até em casa ouvindo The Caso, a única coisa capaz de me manter calmo e feliz, na medida do possível. Afinal, o que eu tinha feito da minha vida? Eu havia me tornado um homem frio e arrogante, por querer que o meu pai me reconhecesse como o melhor? Você é um babaca Roobertchay! Dinheiro não é tudo e você abriu mão da mulher que você ama porque seu pai é um homem prepotente que não tem sentimentos. Que merda hein! Eu esperei passar cinco anos para entender isso. Eu a amo, sempre amei. Desde que há vi chegar à editora, toda desengonçada, nervosa e cheia de livros nas mãos, mesmo assim, linda. Será que depois de tanto tratá-la indiferente, ela poderia me perdoar ou seria tarde demais? Eu preferia acreditar que eu ainda tenho chance. A ideia de casar com Rebeca me assusta. Muito. Depois de refletir sobre minha vida, eu cheguei em casa. Entrei e vi algumas luzes acesas vindas do escritório de meu pai, ele estava provavelmente com uma prostituta. Essa visão me enoja. Abri a porta e agradeci aos céus que ele estava sozinho, aliás, não, fumando seu Malboro de todos os dias, uma merda. Estava chegando a hora de ter uma conversa com o velho. Cinco anos de espera. Não passava de hoje.