Sinner h.s [ATUALIZANDO]

1- O começo de tudo ✔️

O dia ensolarado em Cesira corria animado para o príncipe Harry e seu melhor amigo. E enquanto ambos brincavam e curtiam aquele momento não tão comum, onde não existia príncipe e plebeu, a graciosa rainha Joanne e sua filha Genevieve bebiam do chá de ervas e discutiam sobre os preparativos do casamento.

O Reino Sulista governado por George e Joanne Styles era considerado um paraíso e qualquer um que chegasse logo sentiria o aroma da paz e o gosto da felicidade. Até os mais pobres amavam seu rei, até os menos afortunados permaneciam alegres.

E aos oito anos de idade do esperto e forte príncipe era notória a anormalidade dele. Muito esperto para aqueles de sua idade, muito alto e muito forte comparado as outras crianças. Harry era como uma criança de catorze anos no corpo de uma criança de oito.

O garoto já possuía medalhas da caça infantil, Lorde Edward Beaufort do Reino de Gard, o ruivo elegante e risonho que casaria com a princesa Genevieve, irmã de Harry, sempre levava o príncipe para a caça, mesmo que a rainha não gostasse muito e isso fazia com que o futuro rei gostasse ainda mais de seu cunhado.

Aos dois anos Harry já escrevia, lia e falava como uma criança de oito anos. Para os outros era uma surpresa, um milagre, muitos vinham de longe para conhecer o príncipe e alguns incidentes fizeram o rei George aumentar a guarda real, reforçar ainda mais o exército para a proteção de seu reino, seu povo e sua família.

Harry odiava ser tratado como algo diferente. Ele nunca gostou da idéia de ser mais ou menos que alguém, sobre ser príncipe ou sobre sua inteligência, que para todos era fora do normal.

-Louis, isso é perigoso!
O grito um pouco rouco da criança ecoou por entre as árvores.

Naquela hora de tarde de verão, o sol já descia e quase se escondia completamente atrás das montanhas verdes e Harry sabia que não demoraria muito para escurecer e sabia ainda mais que a mãe ficaria brava se descobrissem que ele e Louis andaram para fora do quintal do palácio, mas como quase sempre acontecia Louis o convenceu, conseguiu tirar a razão de Harry e ambos combinaram que brincaram por apenas trinta minutos na floresta.

Todavia, lá estava Louis, o amigo seis anos mais velho que Harry que era mais baixo que ele, as pernas já cansadas de tanto brincar, e o coração chocando contra a caixa torácica, adrenalina viajava por seu corpo e o menino não iria admitir para o amigo mas estava com medo ao perceber a escuridão da caverna quando a adentrou a procura da bola de couro.

Harry não tinha medo de escuro, então Louis não admitiria estar com medo. Então seguiu pelo caminho escuro e com as mãos e pés foi buscando algum sinal do objeto.

-Por favor, Louis, volte!
Harry deixou transparecer a autoridade que existia dentro de si. Respirava preocupação e até mesmo irritação. Odiava o fato de que Louis era impulsivo demais. Odiava ainda mais quando ele estava em perigo.

E dentro da caverna, Louis não sentia nada a não ser a presença de seu amigo se aproximando até que ouviu um barulho de passos que parecia ser a frente dele.

-Harry, onde você está?

-Atrás de você, vamos sair daqui Louis!

Atrás? O coração de Louis parecia prestes a entrar em combustão. Ele não lembrava de se sentir assim nunca em sua vida, nem nos piores momentos de medo.

O mais velho deixou de caminhar, segundos depois sentiu o pé de seu amigo pisar em seu calcanhar e o corpo de Harry se chocou contra o de Louis.

-H-harry, t-tem alguém aqui.
O menino sussurrou ainda olhando para sua frente a busca de alguma coisa, mesmo que fosse impossível enxergar algo, até que antes de obter uma resposta vinda de Harry dois olhos luminosos e vermelhos como sangue apareceram há um centímetro de distância dos olhos de Louis e ambos os rapazes sentiram o odor a terra molhada desaparecer e dar lugar para que o odor de enxofre fosse perceptível.