Capítulo 5: Quem sou eu?

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Finalmente chegou a noite, o telefone do quarto tocou, Larissa me avisando que o pai dela havia chegado, pediu que eu fosse para o quarto dela, pois estavam me esperando lá. Chegou a hora, tinha que correr este risco, fui até lá, me preparando para o pior, ser reconhecido, mas mesmo que fosse, não sairia de lá sem ao menos questionar o que eu precisava saber. Quem sou eu? Esperava conseguir a resposta com ele.

Bati na porta do quarto, Larissa abriu e pediu para eu entrar, quando entrei vi o pai dela lá, sentado numa das camas, haviam duas no quarto, o pai dela olhou para mim, se levantou, estendeu a mão, e eu o cumprimentei, ele se apresentou, Eduardo Bitencourt, eu apenas falei meu primeiro nome, porém ele me perguntou se não tínhamos nos visto antes, eu respondi que não, que era impressão dele apenas. Mesmo assim ele ficou me olhando com um ar de desconfiança e me disse:

- Rapaz, a Larissa falou que você queria falar comigo, estou à disposição, pode perguntar o que quer saber.

Não quis enrolar muito e fui direto ao assunto:

- Bom, o que quero saber exatamente é se o senhor acredita na hipótese de existirem lobisomens?

Eduardo, deu um meio sorriso, olhou para Larissa e perguntou se era para isso que ela tinha me chamado, para brincadeiras idiotas. Eu no entanto insisti, e perguntei novamente. Ele se aproximou de mim, com um jeito ameaçador e disse:

- Você está brincando com a minha cara rapaz? Me chamar assim para fazer perguntas idiotas?

Foi quando eu me irritei, puxei a manga da minha camisa para cima, e mostrei a cicatriz no meu braço, perguntei se aquilo era idiota para ele. Eduardo levou um susto, e se aproximou da cicatriz para ver melhor, Larissa estava sem entender nada, praticamente perdida entre nossa conversa, neste momento pediu que eu explicasse como havia me ferido daquele jeito, se havia sido um urso, e como eu sobrevivi, afinal pela situação da cicatriz parecia que eu tinha me machucado quando criança, pois a cicatriz parecia antiga.

Eu então os surpreendi quando disse que não tinha uma semana, e que muita coisa aconteceu desde que me feri daquele jeito, eu estava disposto a contar tudo o que eu lembrava desde então, mas pedi uma coisa para ele, que Larissa não estivesse conosco quando eu falasse tudo o que tinha em memória. Ela não entendeu nada, já que estava entre eu e o pai dela desde o começo, mas fui até ela e falei que era necessário que eu estivesse com o pai dela somente, pois o que eu tinha para contar não era muito bom que ela ouvisse, que eu a queria como amiga, porém só depois que eu tirasse minhas dúvidas com Eduardo poderia definir em sermos amigos ou não.

Larissa ficou confusa, mas respeitou meu pedido e saiu do quarto, dizendo que tínhamos uma hora para conversar, que ela voltaria neste tempo, e esperava uma explicação sobre o que estava acontecendo. Eduardo fechou a porta e veio falar comigo, era a hora de falar toda a verdade para alguém, assim teria como saber o que fazer, e ninguém melhor que ele para me falar algo, afinal estudava mitologia a anos. Pedi que ele se sentasse, pois o que eu falaria poderia chocá-lo, e comecei a falar, pedi que ele não me interrompesse antes que eu contasse tudo, pois queria que me ouvisse até o fim, para depois dizer o que ele achava sobre minha história.

Após contar tudo que lembrei Eduardo estava boquiaberto me olhando, praticamente paralisado, não sabia qual seria a próxima reação dele, foi então que ele se levantou, ainda sério, e me disse:

- Olha aqui rapaz, vou te dizer simplesmente uma coisa, e preste atenção e preste bem, você tem 1 minuto para sumir da minha frente, seu assassino mentiroso, tentando usar meus estudos como forma de desculpa para o que você fez, e te digo uma coisa, nunca mais entre em contato com minha filha, porque senão eu mesmo acabo com a sua raça, e conheço pessoas que também fariam isso por mim sem nenhum problema, então depois que você sair daqui terá 15 minutos de fuga, pois em seguida eu mesmo chamarei a polícia e você será caçado como um animal, some da minha frente!!!

Aquelas palavras bateram em mim como se fossem vários socos, a única pessoa que poderia me ajudar agora estava me expulsando da frente dele, e eu não teria muito tempo para fugir, e não sei se iria querer isso. Estava cansado de fugir, mas seria minha única oportunidade de esclarecer um dia o que aconteceu. Saí de lá sem olhar para trás, ouvi a porta bater forte assim que eu saí, minha única chance estava se perdendo, e agora estava mais sem rumo do que em toda minha vida.

 











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