ALGO

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Acordo com algumas batidas na porta do quarto. Em seguida, minha tia abre a porta e me chama para o café da manhã.
— Desço em alguns minutos – digo com uma voz sonolenta.
— Ok. Não demore – diz tia Jenna enquanto sai e fecha a porta — Fiz panquecas pra você! – exclama por final.
Ao ouvir a palavra "panquecas" dou um salto da cama e vou direto para o banheiro. Faz muito tempo que eu não como panquecas e é uma das minha comidas favoritas.
Termino minhas higienes e vou saindo do quarto, mas enquanto fecho a porta olho para a janela e percebo um pequeno papel grudado nela. Entro de novo e vou na direção da janela. Abro-a, pego o papel preso por fita adesiva do lado de fora da mesma, coloco no bolso do short e desço para comer meu café da manhã sem nem mesmo saber o que tem nele.
— Bom dia, mãe – cumprimento, enquanto me sento à mesa e pego um prato de panquecas cheias de melado — Bom dia, tia Jenna!
— Bom dia – respondem as duas em uníssono.
Então minha tia pergunta:
— Dormiu bem?
— Dormi sim – respondo.
Minha mãe também resolve me entrevistar:
— Com quem você estava conversando ontem?
Achei que não precisava mentir para ela sobre Lily, então falei a verdade.
— Lily. Ela é nossa vizinha. A janela do quarto dela fica de frente para a minha. Eu a vi e começamos a conversar – eu a vi estranhamente dentro do quarto do meu tio, onde ela não deveria estar — Ela é legal.
Tia Jenna olha espantada para mim, como se quisesse falar alguma coisa, mas minha mãe interrompe:
— Que bom! Você precisa começar a fazer amigos já que nós vamos nos mud... – ela não termina a frase. Olha para minha tia nervosamente e continua comendo as panquecas.
"Nos mudar"? Era isso que ela ia falar?
— Sim. Eu ia falar que vamos nos mudar – ela desabafa, como se estivesse lendo meus pensamentos.
— Vamos morar com a tia Jenna? Não que eu ache isso ruim, mas...
— Não. Sua tia vai se mudar e ela queria que alguém da família ficasse com a casa, então eu pensei que podíamos vir para cá, mas ainda não é certeza.
— Mas se isso fosse certeza, quando nos mudaríamos?
— Provavelmente semana que vem.
Quase cuspo meu café da manhã na mesa, mas não o faço. Sinceramente, não estou triste por isso. Seria bem legal me mudar para cá. Na outra cidade eu quase não tenho amigos mesmo. Aqui pelo menos, seria um recomeço. Eu poderia fazer novas amizades na nova escola.
Tia Jenna apenas observa enquanto eu e minha mãe conversamos sobre o assunto.

Já no meu quarto, sento na cama e pego o papel, provavelmente deixado por Lily na minha janela. O papel era do tipo papiro e tinha uma letra estranha grafada. Nele estava escrito: Abditae causae.

Once Upon a TrapWhere stories live. Discover now