PARTE 1- A FESTA

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Por favor siga o autor @EstefaniaCristina

Era aniversário de casamento do Sr. e Sra. Watson. Estavam todos reunidos e felizes em frente ao enorme casarão. A senhora Lisa Watson andava de um lado para o outro cuidando de forma minuciosa de cada detalhe da festa começando da cozinha até as toalhas de mesa, que por sinal são belíssimas, brancas e rendadas.

Jordan meu namorado é filho único do casal.

Em março completamos dois anos de relacionamento. E com isso eu aguardo o tão esperado pedido de casamento. Estou bastante ansiosa!

Não que me considere despreparada, mas não sei se Jordan — com seus lindos olhos azuis está ciente da responsabilidade que isso trará para nossas vidas.

A ideia de nos apresentar foi da minha mãe, Ashley Beckham, que só está interessada nas posses da família Watson. Não a culpo pelos casamentos fracassados que teve, mas colocar sua única filha a prêmio não me parece correto.

Jordan é um dos rapazes mais lindos e ricos em Tennessee. Não foi nenhum sacrifício me relacionar com ele. A única coisa que me incomoda é a distância que há entre nós e toda a superficialidade que representamos em frente ao resto da família. É como se ele não estivesse realmente ao meu lado.

Posso conviver com isso. Já que ninguém é de verdade nos dias de hoje.

Vejo o carro preto de Frederick, meu motorista, estacionando do outro lado da propriedade. De braços dados ao meu lado, minha mãe cordialmente me solta para cumprimentar Lisa.

— Está tudo divino, Lisa! – Ashley estava excepcional com o lindo vestido marrom, justo até os joelhos. O cabelo castanho claro enrolado parece uma concha do mar.

— Olá Sra. Watson! – ela me cumprimentou de volta. O assunto daquelas duas senhoras não me interessava e tão pouco me interessava. – Onde está Jordan?

— Eu não vi Jordan hoje, Christina – os olhos azuis assim como os do filho, indagava pensando onde estaria o rapaz. – Oh, talvez ele esteja dormindo ainda! Pode subir.

Sorriu esbanjando elegância. O seu vestido rosa claro era bem parecido com o da minha mãe. Mas, o cabelo loiro escuro jogado para o lado era um charme inquestionável. Dei um aceno e me retirei subindo a enorme escadaria que levava ao próximo andar.

Já havia muitos convidados curtindo a festa ao ar livre, no entanto era sempre possível encontrar um ou outro perambulando pela residência. Senhora Watson é uma excelente organizadora de festas. Todo aquele clima familiar e festivo me deixou bem-humorada. Não conseguia parar de pensar em como seria o meu casamento.

Cheguei ao final do corredor, parei em frente à enorme porta de madeira vermelha e girei a maçaneta dourada com cuidado. Queria acordar Jordan com os meus beijos e acariciar seus cabelos loiros.

Abri sutilmente a porta e o meu sorriso que antes radiante, murchou.

— Christina meu amor... – fiquei paralisada, o vendo jogar a loira siliconada para o lado. – Eu posso explicar!

Disse Jordan enrolando o lençol na cintura e caminhando em minha direção. Bati a porta e sai enfurecida pelo corredor.

— Christina me espera! – segurou-me pelo braço. –Você precisa me ouvir...

— Jordan! Não tem o que dizer. Eu Vi! – aumentei a voz.

— Christina e Jordan, o que está acontecendo? – minha mãe surgiu. Olhou Jordan de cima a abaixo e viu a loira de vestido azul saindo do quarto. – Jordan volte para o seu quarto e se arrume! Estão todos te esperando – Jordan ousou tentar rebater. – Agora não é o momento para escândalo. Por favor!

Sussurrou minha mãe e Jordan obedeceu, ele não queria atrapalhar a comemoração. Ashley me arrastou pelo braço até o quarto de visitas.

— O que você pensa que está fazendo? – encarou-me enfurecida. – Você ia terminar com Jordan?

— Claro! Eu o peguei em flagrante me traindo – achei que ela ainda não tinha entendido a situação, mas, estava errada.

— Christina sua tola! Todos os homens traem, vivem suas aventuras, é normal! – deslizou a mão no meu ombro ajeitando a manga do top preto. – Você não vai deixar aquele homem maravilhoso por uma bobeira!

Ela deu a volta em mim, e eu pude ver o nosso rosto refletido no espelho à frente.

— Eu não vou aceitar ser submetida a essa vergonha, mamãe! –ela ajustou a minha saia verde florida, com o comprimento até os pés, feito isso, Ashley parou na minha frente.

— Vai, vai aceitar sim! – ela sorriu.

— Não eu não vou – rebati pensando em como ela é louca.

— Estamos endividadas, não temos mais propriedades para vender. Eu não perdi metade da minha beleza te carregando na minha barriga, garota tola – estávamos quase decretando falência, culpa dela que esbanjou o dinheiro. – Contorne a situação. Agora não seja mimada. Se recomponha e volte para a festa.

Ela saiu do quarto.

Eu estava fardada a viver uma vida de mentiras e ilusões se não quisesse viver na miséria. Minha mãe já estava à beira da loucura, mas e eu?

— Sou apenas uma garota medrosa que nunca viveu a vida –sussurrei fadigada.

— Eu não diria isso – me voltei para voz. – Chris?

Era um belo rapaz, moreno bronzeado, escorado na porta. Alto, e com corpo atlético bem definido, cabelo preto e liso. A boca carnuda carregava um sorriso genuíno.

— Christina Beckham é você? – descruzou os braços e caminhou em minha direção. – Está com o cabelo muito mais curto, mas tenho certeza que é você! – olhei assustada. – Não se lembra de mim? Koll Gardner. Último ano... Capitão do time...

— Koll... Claro... – estendi o braço para um aperto de mão. – Só me lembro do balde de tinta rosa que você jogou em mim no trote dos calouros, assim que abri a porta da sala.

Ele soltou uma gargalhada.

— Me desculpe! Era o meu último ano, todos os alunos fazem isso – eu não sei se ele era mais o mesmo garoto insuportável que conheci. – O que você faz aqui?

Sequei as lágrimas.

— Jordan é o meu noivo... Ou era... – me virei para o espelho, arrumando o meu cabelo preto, corte Chanel. – E você?

— Nós somos primos de terceiro ou quarto grau. Nem sei mais! – ele sorriu. – Por que você estava chorando?

— Caiu um cisco no meu olho ai eu estava esperando... – reparei nas bolsas no chão. – Esse é o seu quarto? – ele deu um aceno positivo e eu fiquei constrangida. – Desculpe-me já estou de saída.

— Eu também! Na verdade, eu vim apenas pegar o meu celular... – passou por mim e foi até a mesinha perto da cama e pegou o aparelho. – Posso te acompanhar, Chris?

— Não sei se posso ser uma boa companhia, Koll. – atravessei a porta não dando muita credibilidade a suas palavras.

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