• Capítulo Oito - Ele mentiu

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• Ariana Grande •

Ela viu a minha reação, eu estava parada olhando para ela, totalmente nervosa e sem saber o que dizer.

- É só uma pergunta. - Riu. -Sem julgamentos, Ari.

- Gosto. - Sorri, olhando pra ele.

- Eu sabia! - Exclamou animada.

- Somos amigos. - Eu completei e ela revirou os olhos.

- Você que acha, Ari. - Ela piscou para mim.

- Acha o que? - Ryan perguntou.

No momento em que ele se aproximou de nós, todos os outros garotos olharam para nós esperando por uma resposta.

- Que nós temos que começar a fazer logo o trabalho. - Sorri, nervosa.

Foi a primeira coisa que eu pensei para nos tirar daquela situação completamente constrangedora.

- Será? - Chaz perguntou, desconfiado. - Era isso mesmo, Cait?

Olhei para ela como se implorasse que confirmasse a minha história.

- É. - Ela deu os ombros. - Não queremos encrencar a Ari, né?

- Eu não posso demorar muito.

- Então vamos começar logo que nós temos muito trabalho. - Justin diz.

- Ele vai fazer a maior parte do trabalho porque é uma biba metidinha, quer ver? - Chaz riu.

- Chupa meu pau, Charles. - Justin disse rindo, e Chaz fechou a cara.

- Só Chaz. - Ele revirou os olhos.

- Tá bom só Chaz, vamos fazer logo o trabalho. - Justin riu novamente e ele bufou.

[...]

Nós havíamos demorado a tarde inteira para fazer o trabalho. Chaz realmente estava certo, Justin quem compôs a maioria da música. E ela havia ficado perfeita.
Quando encerramos o trabalho, eu me despedi de todos, agradeci pelo dia maravilhoso e entrei no carro de Justin, que dirigiu até a minha casa.

- Quer que eu entre com você? -Ele perguntou assim que parou em frente a minha casa.

Olhei para a porta de entrada, a luz da sala estava acesa e isso me causava arrepios. Eu não sabia bem o que me esperaria assim que eu entrasse em casa, mas mesmo com medo, eu não queria que Justin entrasse, ele poderia piorar tudo.

- Eu acho melhor não. - Suspirei pesado, enquanto tira o cinto de segurança. - Isso pode acabar piorando as coisas.

- Tudo bem. - Ele respirou fundo enquanto me olhava. - Você está com o celular que eu te dei, certo?

Assenti.

- Qualquer movimentação estranha ou qualquer sinal que alguém de sua casa te fará mal, me ligue. - Ele disse assim que destravou a porta.

- Obrigada, Justin. - Sai do carro e sorri pra ele. - Por tudo.

- Eu vou te segurar se você cair. -Ele assegurou.

- Te vejo amanhã na escola. - Coloquei minha mochila nas costas e caminhei até a porta de casa.

Abri a mesma devagar e a fechei da mesma forma, tentando evitar o máximo fazer barulho. Mas quando virei, meu corpo congelou, eu não havia visto logo de cara, mas a sala estava cheia, meus pais estavam no sofá maior e Brian estava no outro.

- Então, a vadiazinha resolveu aparecer? - Ele levantou do sofá num pulo, veio até mim e me agarrou pelos cabelos. - Você tava dando pra ele, sua vagabunda?

- NÃO! - Gritei e logo em seguida gemi de dor.

- Está gritando por que? - Ele riu de mim. - Eu ainda nem comecei.

- N-não faz nada. - Gaguejei.

Meus olhos já se enchiam de lágrimas sem controle e eu estava a ponto de tremer de medo.

- Está gaguejando por que? - Ele olhou em meus olhos. - Se está assim é porque tem culpa no cartório.

Dito isso, ele literalmente me atirou no chão frio da sala. Meus pais assistiam a cena como se fosse um espetáculo maravilhoso, e não moviam um dedo para me ajudar.

- Por favor, pare. - Implorei, sentindo meu corpo doendo pelo baque no chão.

- O que eu disse sobre me desobedecer? - Após dizer isso, ele novamente me agarrou pelos cabelos e me arrastou escada a cima.

Entramos no meu quarto e ele apenas me atirou para dentro, a dor aguda veio forte em minha cabeça, eu havia a batido no criado mudo. Então, eu senti algo escorrer entre meus cabelos, levei uma de minhas mãos no local e então vi, eu estava sangrando.

- Dá próxima vez que você me desobedecer não vai sair sangue apenas da sua cabeça. - Ele sorriu de uma maneira estranha, caminhou até a porta e olhou pra mim. - Tenha bons sonhos, Arizinha.

Então fechou a porta e a trancou, me largando ali no chão, sangrando. Eu já não conseguia mais lutar contra as lágrimas então permiti que elas escapassem de meus olhos. Então eu finalmente me lembrei.

Justin, ele me ajudaria.

Enfiei uma das mãos em meu bolso e retirei o celular, procurei seu número nos contatos e liguei para ele.

O celular chamou duas vezes e ele atendeu, meu coração se encheu de alegria, ele me salvaria.

- Alô? - Ouvi sua voz rouca do outro lado da linha.

- Ju-Justin, e-eu.. - Minha voz estava falha, e eu tentava falar rápido.

Mas antes que eu pudesse continuar, ele logo respondeu.

- Quem é? - Perguntou e logo em seguida gargalhou.

- A Ariana.. - Tentei falar sem que minha voz falhasse, eu precisava ser clara.

- E o que você quer, heim? - Ele riu, completamente fora de si.

- Eu preciso de você. - Minha voz saiu chorosa.

- Todas precisam, mas eu estou ocupado agora Ângela. - Novamente ele riu. - Eu te ligo quando der, tchau.

E a chamada foi encerrada.

Eu estava no chão completamente sem reação, Justin não ligava pra mim como todo mundo daquele colégio, como todos na minha vida. Ninguém se importava comigo de verdade, eram apenas mentiras e mais mentiras.
Joguei o celular que ele havia me dado embaixo da cama e chorei. Chorei porque ele disse que estaria aqui e não está, chorei porque ele mentiu pra mim, como todos fizeram. Chorei porque eu estava sozinha de novo, chorei porque eu não tinha ninguém.

The Protector [1] Where stories live. Discover now