dois

96 13 15
                                    

Los Angeles - 12 de Julho de 2015

Tinha chegado em Los Angeles a algumas horas, mais um dia de trabalho. Era Dara pra cá, Dara pra lá, Dara Dara Dara! Estava cansada, sorte a minha que teria uma folga em alguma dessas cidades dos Estados Unidos. Minha facção chamava-se White Blood, depois de alguns meses do ocorrido na casa do Joe, e de me acostumar com aquilo tudo, eu comecei a trabalhar lá, mas não fazia nada de importante além de limpar a sujeira que eles faziam. Foi aí que o Joe morreu, assassinado por vingança, por ter matado um tira de uma gangue. Isso acabou comigo, ele era a única pessoa que eu tinha para poder abraçar e conversar, dizer como tinha sido meu dia e perguntar como tinha sido o seu, era complicado saber que eu teria que seguir sem ele. Algumas semanas depois, decidi que ia fazer aquilo por ele, então tomei seu lugar, treinava todos os dias, noites e noites lutando, campos de tiro e tudo mais, mas meu papel era diferente do dele, que "só apagava" -como ele dizia-, eu matava.

Calcei minhas botas de cadarço preta e vesti minha blusa de mangas compridas, também preta. A cor disfarçava caso alguma gota de sangue caísse na roupa. Peguei minha bolsa com tudo que eu precisava e sai, o táxi me deixou na porta do bar aonde meu cara sempre ia, esperei por muito tempo até que ele aparecesse. Para ser exata, eram duas e quarenta e cinco da manhã quando peguei o homem que estava procurando, acusado de estuprar e matar jovens entre quinze e dezessete anos, com apenas vinte e oito anos o vagabundo ja tinha nove vítimas. Nove, provavelmente, estudantes, que tinham uma boa vida, uma família que as amavam e que agora, não tinham nada. Ele estava ali, com as mãos acorrentadas em um cano de esgoto, aos meus pés, pedindo piedade, já estava ficando enjoada das lágrimas falsas que desciam pelo seu rosto. Eu repetia os nomes das garotas diversas vezes, mas ele sempre dizia que nunca tinha ouvido falar nelas, o que todos dizem! Ele merecia uma morte lenta, dolorosa e bem cruel, mas eu estava cansada dele, da sua voz. Aquele homem me dava nojo.

Abri minha bolsa e tirei minha pistola. Percebi que ele se desesperou mais quando comecei a colocar o silenciador. Me distrai por um segundo e o filho da puta começou a rezar, ele realmente começou a rezar. Eu já estava com raiva, mas aquilo foi demais pra mim!

"Que porra você está fazendo?" eu falei alto suficiente para que ele ouvisse.

"Estou rezando" respondeu gaguejando. Eu realmente queria espancá-lo até a morte.

"Eu estou vendo que você está rezando, não sou idiota, quero saber por que?" apertava a arma já pronta para matá-lo ainda esperando por uma resposta.

"Estou rezando... rezando pela minha vida" Nesse momento eu não me contive, a risada foi mais forte, não consegui segurar. Me aproximei dele e me abaixei ficando da sua altura.

"Está rezando pela sua vida não é?" mais uma risada irônica apareceu involuntariamente. "Você rezou pela vida daquelas meninas, que você estuprou e depois matou?" falava baixo enquanto encostava a arma várias vezes em seu peito. "Elas devem ter rezado pela vida delas também, não devem? O que você fez, quando elas estavam suplicando para que você não as matasse?" eu insistia, queria ouvi-lo admitir, queria ver o que ele realmente era.

"Por favor não me mate, eu tenho família, uma filha pra sustentar" Mais e mais suspiros falsos, mentiras, esse cara deve achar que eu sou otária, não é possível.

"Não, você não tem uma filha, nem uma mulher, nem uma família, sabe como eu sei? Eu sei de tudo sobre você, mas e ai, se você tivesse uma filha, iria estupra-la também?" Seus olhos me encararam, a feição de homem indefeso tinha sumido, via uma parte do seu lábio superior subir, ele estava com raiva. Muita raiva.

"Estupraria, estupraria ela e quantas mais eu quisesse, e por último eu deixaria você" Bingo! Era só disso que eu precisava. Me levantei e olhei pra arma em minha mão.

"Sabe, você realmente não está com sorte, porque dizem que eu tenho uma boa mira" disse esticando meus braços e apontando a pistola em sua direção. "Muito boa mira" O tiro saiu em pleno silêncio, só ouvia-se os gritos do homem quando a primeira bala atingiu seu ponto fraco. Vivo ou morto, não estupraria mais ninguém. Rapidamente dei o segundo tiro em seu coração e depois dai, não se ouvia mais nada.

Liguei para o Thomas, -que podia ser chamado de meu parceiro- para retirar o corpo. Esse cara foi de longe o mais fácil, não tinha ninguém que fosse se lembrar dele, ninguém que fosse sentir sua falta nesse mundo com quase oito bilhões de pessoas, quase, já que tinha acabado de matar mais uma delas. Gosto de me gabar pelo simples fato de matar pessoas e nunca ser pega. Se eu sentia remorso? Não, não sentia. Eu sentia que estava tirando aos poucos do mundo seu lado negro, até que um dia, não sobraria mais nada.

Quando Thomas chegou, ajudei-o no processo do corpo que foi queimado. Aproveitei a carona para o hotel que ele tinha oferecido, agradeci e me despedi com um beijo na bochecha. A parte boa desse trabalho, era que você nunca ficava mais de uma semana em um mesmo lugar, e depois de fazer o que devia ser feito, sobrava um ou dois dias para curtir, então sempre tinha tempo para conhecer pessoas novas, para festas, pegação e tudo mais. A melhor festa que eu tinha ido esses últimos dias foi uma em Miami, Florida. Acho que eu nunca tinha bebido tanto na vida, fiquei com um cara alto, moreno e tatuado, bem gato, mas depois de mais um copo de vodka apaguei e acordei no meu hotel, até hoje não sei como. Mas minhas duas noites de farra em Los Angeles ficariam pra depois, já que o voo, que eu ainda não tinha sido informada para onde seria, estava próximo.

XXX
Hey gente, estão bem? eu vou indo. Esse foi o capítulo de hoje, foi pra vocês entenderem como a fic vai ser e tudo mais. Ficaria felizona se vocês comentassem e votassem, obrigada desde já. Estou muito ansiosa pra vocês verem o próximo, eu gostei muito de fazê-lo. Então mimimi a parte (se acostumem, vou sempre falar isso), vejo vocês no capítulo que vem, até logo,

Maria xxx

killing it ›› njh [parada/editando]Kde žijí příběhy. Začni objevovat