— Eu só queria curtir minhas férias como um adolescente normal - lamentou Higino, dando um suspiro longo.
— Ah, relaxa, isso aqui é muito legal. Quem, lá na Jonjune, vai ter uma experiência como a nossa? – perguntou Rafaelo.
— Acho que você é o único que consegue se divertir com tudo isso, né? - perguntou a irmã de Higino.
O garoto apenas sorriu de volta. Mabel levantou, ainda segurando Sete-Vidas e saiu andando, fazendo um sinal para que a seguissem.
— Vamos, estou curiosa para ver como é o tal treinamento.
— Quem será que vai nos treinar? - perguntou Higino.
— Não sei, mas vou chutar que sejam os três generais - disse Ian.
— Eu é que não quero ir como Debas - disse o gêmeo de Norah. - viu o tapinha que ele deu no Eugênio, né? O coitado quase voou.
— Também dispenso! - reforçou Rafaelo.
A conversa fluiu como nunca havia acontecido antes entre eles. Atravessando um corredor lateral, entraram por uma passagem que revelou um imenso lugar cheio de gente que ia e vinha.
Muitas pessoas estavam separadas por grupos e treinavam entre si. O ambiente era uma quadra retangular, cercada de arquibancadas com três fileiras. O chão de pedra não facilitaria a queda de alguém que caísse nele. Ian e os outros ficaram maravilhados com a quantidade de luzes e cores que estava diante de seus olhos.
As mais variadas técnicas podiam ser notadas. Um homem levitava pelos pés aplicando a mesma técnica de asas que Isla utilizara dias atrás. Uma menina olhava fixamente para um círculo de material indefinido, que parecia massa de modelar e estava na frente dela. Aos poucos eles viram uma forma quase abstrata de quatro patas se formar com muita dificuldade, até se desfazer.
— Acho que a criatura elóica dela não deu certo - disse Ian.
— Pelo visto é mais difícil invocar uma dessas do que parece - comentou Mabel.
Um brilho forte chamou a atenção de todos no ginásio. Feixes de luz saíram das mãos de um garoto, mais novo, e explodiram no alto, como fogos de artifícios. O garoto caiu sentado no chão, assustado com o que tinha acabado de acontecer.
Seguindo em frente, eles passaram pelo meio do ginásio, olhando com atenção para toda aquela novidade e tomando cuidado para não serem atingidos por nenhuma técnica mal sucedida.
— Qual é mesmo o andar? - perguntou Ian.
— O terceiro - disse Mabel.
— Por que o último? Ainda não vi nenhum elevador por aqui - resmungou Norah.
— E acho que não vai encontrar. Pelo menos não em uma construção só com três andares.
Enquanto subiam os lanços de escadas, Ian colocou a mão na testa e parou de caminhar. Se escorou em uma das paredes e apertou os olhos de dor.
— O que aconteceu? - perguntou Mabel, ficando aflita de repente.
— Dor... muita dor. A testa... os olhos ardem um pouco.
— Calma, senta aqui. Respira - disse Rafaelo ao ampará-lo e fazê-lo sentar em um dos degraus.
— Vou chamar alguém - disse Higino.
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Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)
FantasyA Ferida da Terra precisa ser contida. O tempo corre. A situação piora. Mas o que ela é, Ian não sabe. Ele não sabia nem mesmo da existência de um novo continente, vizinho ao Brasil, assustadoramente mascarado por uma magia que não poderia ser denom...
Capítulo 18 - Corrente Cósmica Universal (I)
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