Capítulo 18 - Corrente Cósmica Universal (I)

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— Eu só queria curtir minhas férias como um adolescente normal - lamentou Higino, dando um suspiro longo.

— Ah, relaxa, isso aqui é muito legal. Quem, lá na Jonjune, vai ter uma experiência como a nossa? – perguntou Rafaelo.

— Acho que você é o único que consegue se divertir com tudo isso, né? - perguntou a irmã de Higino.

O garoto apenas sorriu de volta. Mabel levantou, ainda segurando Sete-Vidas e saiu andando, fazendo um sinal para que a seguissem.

— Vamos, estou curiosa para ver como é o tal treinamento.

— Quem será que vai nos treinar? - perguntou Higino.

— Não sei, mas vou chutar que sejam os três generais - disse Ian.

— Eu é que não quero ir como Debas - disse o gêmeo de Norah. - viu o tapinha que ele deu no Eugênio, né? O coitado quase voou.

— Também dispenso! - reforçou Rafaelo.

A conversa fluiu como nunca havia acontecido antes entre eles. Atravessando um corredor lateral, entraram por uma passagem que revelou um imenso lugar cheio de gente que ia e vinha.

Muitas pessoas estavam separadas por grupos e treinavam entre si. O ambiente era uma quadra retangular, cercada de arquibancadas com três fileiras. O chão de pedra não facilitaria a queda de alguém que caísse nele. Ian e os outros ficaram maravilhados com a quantidade de luzes e cores que estava diante de seus olhos.

As mais variadas técnicas podiam ser notadas. Um homem levitava pelos pés aplicando a mesma técnica de asas que Isla utilizara dias atrás. Uma menina olhava fixamente para um círculo de material indefinido, que parecia massa de modelar e estava na frente dela. Aos poucos eles viram uma forma quase abstrata de quatro patas se formar com muita dificuldade, até se desfazer.

— Acho que a criatura elóica dela não deu certo - disse Ian.

— Pelo visto é mais difícil invocar uma dessas do que parece - comentou Mabel.

Um brilho forte chamou a atenção de todos no ginásio. Feixes de luz saíram das mãos de um garoto, mais novo, e explodiram no alto, como fogos de artifícios. O garoto caiu sentado no chão, assustado com o que tinha acabado de acontecer.

Seguindo em frente, eles passaram pelo meio do ginásio, olhando com atenção para toda aquela novidade e tomando cuidado para não serem atingidos por nenhuma técnica mal sucedida.

— Qual é mesmo o andar? - perguntou Ian.

— O terceiro - disse Mabel.

— Por que o último? Ainda não vi nenhum elevador por aqui - resmungou Norah.

— E acho que não vai encontrar. Pelo menos não em uma construção só com três andares.

Enquanto subiam os lanços de escadas, Ian colocou a mão na testa e parou de caminhar. Se escorou em uma das paredes e apertou os olhos de dor.

— O que aconteceu? - perguntou Mabel, ficando aflita de repente.

— Dor... muita dor. A testa... os olhos ardem um pouco.

— Calma, senta aqui. Respira - disse Rafaelo ao ampará-lo e fazê-lo sentar em um dos degraus.

— Vou chamar alguém - disse Higino.

Os Descendentes e a Ferida da Terra (Livro Um)Where stories live. Discover now