Capítulo 8: Perigos

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Capítulo 8

Perigos

"O verdadeiro homem quer duas coisas:

perigo e jogo. Por isso quer a mulher:

o jogo mais perigoso."

(Friedrich Nietzsche)

Do lado de fora da suntuosa mansão havia uma moto vermelha. Robert montou-a e me encarou com olhar convidativo. Subi na garupa e pus as mãos de leve sobre sua cintura, ele deu uma pedalada e o motor roncou debaixo deles.

— Acho melhor segurar com mais força.

Pude sentir os músculos debaixo da camisa preta que ele usava, agarrei com mais força, escorei a cabeça sobre suas costas e pude ouvir as batidas de seu coração. Seguimos em alta velocidade, em direção a uma montanha, contudo, uma placa metálica indicava que nos aproximávamos do morro das furnas.

A estrada era íngreme e rochosa, parecia que a qualquer momento perderia as forças e rolaria morro abaixo. Segurei firme, recostei o rosto e fechei os olhos. O que os olhos não veem, o coração não sente. Não sei quanto durou o percurso misterioso, mas ao sentir a moto desacelerar abri os olhos e vi que estávamos no topo de um imenso rochedo.

— Chegamos. O que achou da vista? — indagou apontando para a extensa faixa litorânea.

Jamais havia visto algo tão lindo, desci da moto e caminhei até a beira do penhasco, fascinada. Ondas quebravam lá embaixo, ao longe o azul do mar misturava-se divinamente com o celeste, não saberia dizer onde começava um e terminava o outro.

— É lindo — respondi por fim.

Robert olhou as horas no iPhone e sentou-se ali à beira do penhasco tocando meus tornozelos.

— Sente-se. Ainda temos alguns minutos até que eles cheguem.

O sol estava alto no céu, sentia meus ombros levemente ardidos. "Esse autoritarismo é extremamente irritante", pensei ainda sem entender porque estava ali. Estar ao seu lado deixava meu corpo em alerta, ele era um estranho, mas incrivelmente lindo e sexy. Novamente obedeci e sentei-me ao seu lado.

— Você é sempre assim, mandão? — confrontei.

Tive a impressão que ele já esperava essa pergunta devido à maneira como me encarou.

— Mandão? É essa a imagem que a senhorita tem de mim? — rebateu ironicamente. — Dominador. Há algo em você, um potencial inexplorado, que adoraria moldar.

O que ele quis dizer com isso? Me moldar?

A buzina interrompeu sua próxima pergunta. Olhei para trás. Um jipe estacionou ao lado da moto de Pipermen. Uma mulher loira saltou do carro, vestia um top rosa néon, um short preto e tênis combinando com as cores do conjunto. Ela sorriu ao ver Robert. Estava acompanhada por um rapaz musculoso, que estava sem camisa, e exibia belo bronzeado. Ele descarregou o carro, atirando duas grandes mochilas no chão, Robert foi até ele ajudando-o a tirar uma espécie de pipa gigante incompleta.

— Bom dia, sou Ana Karvat. — Fiquei de pé para cumprimentar a loira que parou ao meu lado observando os rapazes organizarem o equipamento.

Ela me olhou da cabeça aos pés, e voltou a olhar para Robert.

— Pode ficar com a roupa, meu bem. Não gosto de restos.

Robert Pipermen acenou para mim, para que eu fosse até ele. Ele havia se posicionado dentro da "pipa", segurava uma haste metálica em formato triangular.

— Já saltou de asa-delta? — indagou, me estendendo a mão.

Asa-delta para mim parece uma pipa incompleta.

CEO: As Regras Do Jogo Vol 1 (Degustação)Where stories live. Discover now