Ao Garoto Que Salvei - Conto 1.5 da Serie Reencontros

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Sem luz, sem luz em seus olhos azuis brilhantes

Eu nunca pensei que a luz do dia pudesse ser tão violenta

No Light, No Light – Florence + The Machine

- Você viu o Jason? Tá andando com a turma do Noah Clark. – Disse minha amiga Kelly. Estamos num dos corredores da escola. Estou pegando meus livros para a próxima aula.

- Então ainda bem que eu terminei com ele. Ele já era um idiota, agora ele definitivamente é um imbecil.

- É verdade. Todo mundo sabe a fama que o Noah tem, que ele não é boa gente.

- Incrível isso, porque a gente mora na mesma rua, crescemos juntos. Tudo bem que os pais dele nunca foram um exemplo pro filho, mas ai são escolhas. E ele decidiu ser igual a eles. É um pouco triste.

- Com pena do cara malvado, Emma? – Kelly ri. Eu sorrio de volta.

- Você sabe que eu gosto de cuidar de uma causa perdida, mas Noah? Eu não chego perto dele nem morta!

Quando a aula termina, vou caminhando para casa. Não é tão longe e nem papai nem Alissa puderam vir me buscar. Minha irmãzinha Lauren está doente no hospital e eles tinham que ficar com ela. Eu não me importo, gosto de caminhar. Vou observando as coisas, as pessoas e vou ouvindo música.

Mas como aquele não era meu dia, uma moto parou ao meu lado e adivinha quem o conduzia?

- O sol está quente, princesa. Quer uma carona? – Disse Noah, desligando a moto e se aproximando de mim.

- Não, obrigada. – Digo um pouco rude. – Posso ir caminhando.

- Sua casa está distante, princesa. Tem certeza?

Me viro para ele e pergunto:

- Ok, o que você quer?

Ele parece surpreso.

- Como assim?

- Garotos como você não falam com garotas como eu. O que você quer?

Ele ri. E, caramba, eu tenho que admitir, ele tinha um sorriso muito bonito.

- Você é esperta, não é, princesa? Mas não. Só estou te oferecendo uma carona mesmo.

- Ah, tá bom. Eu vou fingir que acredito, ok? Passar bem.

Me viro e recomeço a andar. Mas paro ao escutar sua voz.

- Bunda gostosa, princesa. Não precisa rebolar desse jeito pra chamar minha atenção. Tenho pensamentos de lugares melhores onde ela pode estar rebolando.

Cristo, tenho certeza que enrubesci. Ele falou de um modo tão cru e sujo. Noah era um cara bonito, realmente bonito, de cabelos claros e olhos azuis. Eu nunca tinha pensado nele de jeito diferente, ele sempre foi um criminoso pra mim. Ele escolheu uma vida sem volta. E eu, caramba, sou apenas uma vizinha que brincava com ele quando ainda havia inocência em seu coração. Ele nunca reparou em mim. Não desse jeito.

- Isso foi desrespeitoso, Noah. – Digo, nervosa.

- Desculpe, princesa. Só estou falando a verdade. – Ele se aproxima de mim e sussurra no meu ouvido:

- Eu olho pra você e tenho vontade de te curvar sobre a minha moto, levantar esse seu vestidinho, rasgar sua calcinha e me enterrar bem fundo dentro de você, princesa. Eu imagino você rebolando no meu pau, querendo, pedindo, implorando por mais. Mais rápido, mais forte, mais sujo. Você iria gritar quando eu te rasgasse pela primeira vez e eu iria engolir todos os seus gritos enquanto te faria vir uma e outra vez...

Eu o afasto, trêmula. Ele nem tocou em mim e eu já me sinto pulsante lá.

Eu ainda sou virgem. Meu último namorado, o Jason, queria ser o primeiro, mas eu sabia que o idiota só queria sexo, então terminei com ele. Claro que isso não me impede de me tocar ou de ler livros eróticos. Eu até gosto. Mas me julguem, eu sou daquelas que querem uma primeira vez perfeita, com alguém que goste mesmo de mim. Fazer sexo sem amor me parece sujo.

Mas na voz de Noah parecia sensual e convidativo. Algo como ir a um parque de diversões.

- Me respeite, Noah. Não sou uma das suas vadias. Como se atreve a falar essas... sacanagens pra mim? Me deixe em paz!

Saio correndo, mas aquilo seria apenas o início.

Olá, leitor! 

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